Ele foi obrigado a deixar o cargo poucos meses depois, em favor do líder hérulo Odoacro
Flavio Rômulo Augusto foi elevado ao trono de Roma por seu pai, Flávio Orestes, em 31 de outubro de 475, tendo sido o último imperador romano do Ocidente. O imperador do Oriente, Zenón, não o reconheceu.
A pressão do povo hérulo reclamando a entrega de terras do centro da Península Itálica provocou a queda de Rômulo pouco após a sua posse, quando ainda contava apenas 15 anos. Em seu lugar, o general dos hérulos, Odoacro, reclamou o trono e o tomou em 476, recluindo o imperador na baía de Nápoles. A partir de 476 perde-se o seu rastro histórico.
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Local de templo em homenagem a Flavio Rômulo Augusto
A deposição de Rômulo Augusto marca o fim do Império Romano, se bem que sua parte oriental sobreviveu até 1453, ano da queda de Constantinopla, do Império Bizantino. Com efeito, ainda que Odoacro tenha reclamado o trono da Itália, não mostrou interesse em preservá-lo, preferindo transferir o poder integral a Constantinopla.
Este episódio serviu como justificativa para os imperadores de Bizâncio considerarem-se os legítimos soberanos do Império Romano do Oriente e, eventualmente, tentarem a reconquista dos territórios ocidentais tomados pelos reinos bárbaros.
O depreciativo apelido com o qual é conhecido, Rômulo Augústolo, provém do sufixo latino ‘ulus’, um diminutivo. Portanto, Augústulo significa literalmente 'Pequeno Augusto', no sentido de insignificante ou sem importância.
O Império Ocidental já era uma sombra do que havia sido. A autoridade imperial se havia retirado para as fronteiras italianas e o imperador oriental tratava seu colega ocidental como soberano de um Estado menor. Constantinopla assistiu ao golpe de Estado de Orestes e a subsequente transferência do poder para seu filho, com indiferença. Nem os generais Zenón e Basílisco o aceitaram como autoridade legítima.
Como o poder era controlado por seu pai, Rômulo não tomou nenhuma decisão nem construiu obras.
Meses depois que Orestes assumira o poder, uma coalizão de hérulos, ésciros e torcilíngios exigiram dele um terço das terras da Itália a fim de estabelecer-se como federados. Diante da recusa, as tribos se rebelaram sob o comando de Odoacro. Orestes foi capturado perto de Piacenza em 28 de agosto de 476 e, em seguida, executado.
Pouco depois, em 4 de setembro, obriga Rômulo a abdicar. A deposição de Rômulo não causou nenhuma interrupção significativa. Roma já havia perdido sua hegemonia sobre as províncias, pois os germanos dominavam os exércitos “romanos” e há muito tempo os generais bárbaros eram os verdadeiros detentores do poder. Roma e a Itália sofreriam devastações maiores durante o século seguinte, quando o imperador Justiniano I enviou suas tropas para reconquistá-las.
Depois da abdicação de Rômulo, o Senado romano reconheceu Zenón como único imperador. Odoacro, por seu lado, exigiu que se lhe outorgasse o posto de regente imperial, que foi aceita com a condição de que seria vigário do legítimo imperador do Ocidente, Julio Nepote.
No entanto, as relações com Constantinopla se deterioraram e, em 489, com o apoio do imperador Zenón, os ostrogodos, a mando de Teodorico o Grande, invadiram o reino de Odoacro, dizimaram seu exército, obrigando-o a render-se em 493. É morto por Teodorico, que assume o poder sobre a Itália.
O destino final de Rômulo é desconhecido. As fontes coincidem que ele esteve confinado em Villa Lucullana, num castelo antigo construído em suas origens pela família dos Scipiões em Nápoles. A partir deste ponto, os historiadores contemporâneos deixam de mencioná-lo.
Fonte: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/32146/hoje+na+historia+475+-+romulo+augusto+e+empossado+como+ultimo+imperador+romano+do+ocidente+.shtml