4.10.11

Ano dos Cinco Imperadores

Por Antonio Gasparetto Junior
O Ano dos Cinco Imperadores é o nome que se dá para o momento em que cinco indivíduos reivindicaram o título de imperador romano.
O ano 193 é uma data muito conturbada na história de Roma Antiga. O ano é marcado por uma série de conflitos internos que levam a uma grande disputa pela ocupação do cargo de imperador, sendo que criou-se uma contenda entre cinco pessoas reclamando a oficialidade do cargo máximo no Império Romano.

Ainda no ano anterior, 192, foi assassinado o imperador Cômodo bem na véspera da virada de ano, dia 31 de dezembro. O ano virou sem haver em Roma um imperador, o qual só seria declarado no primeiro dia do ano 193. O prefeito Pertinax foi quem ocupou o lugar de Cômodo como imperador romano, todavia não permaneceu muito tempo no poder. Os conflitos para se ocupar o posto máximo em Roma eram constantes e ferozes. Pertinax foi assassinado pela própria guarda pretoriana no dia 28 de março do mesmo ano, ou seja, não chegou a ser imperador nem por quatro meses.

Com o cargo de imperador em aberto mais uma vez, foi feito um leilão pelo título de imperador entre Dídio Juliano e Tito Flávio Sulpiciano, o qual era padrasto de Partinax e estava ocupando o cargo de prefeito da cidade de Roma. Os dois ofereceram grandes quantias em dinheiro para que os soldados romanos fossem fieis a cada um. Flávio propôs 20000 sestércios para cada soldado, enquanto Dídio Juliano ofereceu 25000 sestércios. Tendo em vista a oferta mais volumosa de Dídio Juliano, este foi declarado imperador pelo senado no dia 28 de março do mesmo ano.

Mesmo havendo um leilão para se definir o legítimo imperador de Roma e saindo nele vencedor Dídio Juliano, o problema não acabou aí. Foi justamente o motivo para se iniciar uma grande disputa pelo título de imperador envolvendo cinco pessoas. Além de Tito Flávio, outros três romanos entraram na disputa pelo posto de imperador: Prescénio Níger, Clódio Albino e Séptimo Severo. O primeiro era proveniente da Síria, o segundo da Britânia e o terceiro de Panónia. O acirramento da disputa começou por ação de Séptimo Severo, que marchou para Roma com o intuito de derrubar o proclamado imperador Dídio Juliano. E foi o que aconteceu, no dia primeiro de junho de 193 ele invadiu Roma, capturou o imperador e o decapitou. Séptimo Severo foi ainda mais rígido, demitiu toda a guarda pretoriana e executou todos os soldados que tinham participado do assassinato do imperador Pertinax. Sua ação não foi o resultado de uma vingança contra o assassinato do imperador por seus próprios soldados, na verdade Séptimo Severo queria apenas eliminar o convívio com traidores declarados e impedir que o mesmo pudesse acontecer com ele próprio. Isso lhe permitiu consolidar seu poder em Roma e o permitiu entrar em conflito com Pescénio Níger. Severo o enfrentou em Cízico e Niceia no ano de 193, mas a vitória definitiva só aconteceu em 194 quando o derrotou em Isso.

Em meio a toda essa disputa de poder, Clódio Albino se aproximou de Séptimo Severo. Os dois estabeleceram certo pacto e Clódio ficou confiante de que seria proclamado imperador na sucessão de Séptimo Severo. Mas o desenvolvimento dos fatos mostrou que Severo tinha outras intenções, levando Clódio Albino a se rebelar contra aquele que ofereceu apoio. Em 195, Clódio Albino se autoproclamou imperador de Roma e gerou um confronto aberto com Séptimo Severo. Os dois reuniram seus exércitos e entraram em combate na disputa pelo posto de imperador, o resultado foi a derrota e morte de Clódio Albino na Batalha de Lugdunum no dia 19 de fevereiro de 197. Após anos de conflitos entre vários indivíduos para ocupar o trono romano, Séptimo Severo enfim consolidou seu poder ao derrotar o último dos cinco concorrentes ao posto de imperador romano.

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ano_dos_cinco_imperadores