5.5.16

A guerra Asteca

Por Nicholas J. Saunders


A antiga milícia mexicana era diferente em vários aspectos fundamentais dos seus equivalentes europeus. Os astecas, como os seus contemporaneos na Mesoamerica, não fomentavam a guerra para conquistar e integrar território, ou converter os derrotados para sua própria religião. Sua motivação era derrotar os inimigos para poder cobrar impostos deles e capturar prisioneiros para rituais de sacrifício aos deuses. Administrar as áreas conquistadas era caro e pouco prático, por isso os astecas governavam indiretamente por meio de chefes locais e alianças políticas por casamento. A recompensa dessa abordagem era a fabulosa riqueza que jorrava em Tenochtitlan. A matança em campo de batalha e a destruição da terra eram "autoderrotantes" para esse fim. Porem, havia exceções. A morte na guerra era frequente e as cidades, as vezes, eram destruídas e sua população dizimada para servir de aviso as outras.

O tema comum para a vitoria era um hieróglifo que mostrava um templo com seu teto de palha queimando - simbolizando a conquista asteca. Esta tambem era uma declaração visual da superioridade dos deuses astecas sobre os conquistados. As estatuas e imagens eram retiradas e mantidas em Tenochtitlan como reféns simbólicos.

Vestidos em elaborados e pouco práticos trajes e cocares, os guerreiros astecas lutavam de modo selvagem mao-a-mao, geralmente o maior numero de homens decidia a vitoria. Os bravos e estimados guerreiros eram aqueles que capturavam prisioneiros em vez de matá-los. Acreditava-se que aqueles que morriam em batalha eram transformados em borboletas e beija-flores. Os guerreiros astecas não tinham vantagem em armas ou táticas sobre seus inimigos; a nobreza vestia armaduras de algodão e portava escudos decorados com mosaicos de penas com ouro e turquesa. As armas eram básicas, mas eficazes, e incluíam o dardo, o arco, a lançadeira e uma espada de um metro de comprimento acoplada com uma farpa de obsidiana conhecida como maquahuid.

As milícias astecas eram sagradas, o meio-termo entre o combate e o sacrifício. No front de batalha estavam sempre as tropas de elite chamadas de guerreiros jaguares e guerreiros-águias. Eles vestiam hábitos para imitar seus animais padroeiros e intimidar os inimigos. Os corações e corpos das vítimas eram ofertados para o deus da guerra Huitzilopochtli. Estes guerreiros também tinham um papel fundamental em rituais de sacrifico, alguns deles pareciam-se com combates gladiatorios. Nesse ritual um guerreiro jaguar completamente armado lutava com um cativo amarrado a uma grande pedra e armado com uma espada decorada com penas. O papel dos guerreiros-jaguares e guerreiros-águias era comemorado no templo de pedra Malinalco no alto das montanhas ao sudoeste de Tenochtitlan. A entrada do santuário era entalhada em forma de serpente gigante e na base da escadaria ficavam duas estátuas de jaguar em pedra. Dentro, havia um banco de pedra semicircular do qual emergia uma cabeça de jaguar em pedra, suas patas flanqueadas por duas águias e uma terceira escultura de águia no centro do piso.

A guerra era uma realidade definidora para os astecas. Os meninos eram treinados nas artes marciais a partir dos 15 anos e se dedicavam ao deus Tezcatlipoca, o mestre do destino dos guerreiros. A simbologia da guerra permeava vários aspectos da sociedade asteca: o jogo de bola de borracha misturava símbolos da guerra e da morte com temas cósmicos, indicando que até este jogo público poderia terminar em morte como um tipo de ritual de guerra. Alguns monumentos entalhados como a Pedra de Tizoc também comemoravam as milícias. Esse exemplo registra as vitorias do Imperador Tizor e o mostra levando como prisioneiros os governantes de 15 regiões cujos nomes estão entalhados em hieróglifos. De modo tipicamente asteca, Tizoc agarra o cabelo dos oponentes em sinal de vitoria.

A peculiaridade das milícias astecas é ilustrada pelo tipo de conflito especial conhecido como "Guerra das Flores" ou xochiyaoyotl. Esse nome refere-se a analogia metafórica de sua queda em batalha - como um ramalhete de flores. Essas batalhas se davam não apenas pelas conquistas, mas para capturar prisioneiros que seriam sacrificados dos deuses. Guerras de flores eram regularmente lutadas com as cidades de Tlaxcala e Cholula, como seus habitantes falavam a língua asteca nahuatl e, consequentemente, seus prisioneiros de guerra eram considerados especialmente valiosos para os sacrifícios. Sacerdotes assistiam a essas batalhas e uma vez que eles decidissem que já havia prisioneiros suficientes a batalha acabava.


Fonte: http://www.historia.templodeapolo.net/civilizacao_ver.asp?Cod_conteudo=436&value=A%20guerra%20Asteca&liv=Am%C3%A9ricas%20Antigas:&rev=&civ=Civiliza%C3%A7%C3%A3o%20Asteca&topico=For%C3%A7a%20Militar#topo
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