Entretanto, se por um lado a crise beneficiava a burguesia, por outro dizimava a população rural.
Tal medida, que prejudicava a nobreza proprietária favorecia claramente a burguesia, mostrando sua influência junto ao rei.
Portanto, o momento era, em todos os sentidos, bastante próspero para a classe burguesa, que usufruia de um período de ascensão em meio à crise geral. Em 1383, o último rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando I, morreu sem deixar herdeiros.
A ausência de descendentes reais lançou Portugal numa séria crise monárquica, cujos desdobramentos só viriam a provar a hegemonia burguesa na nação. Instaurou-se dois grupos rivais na disputa pelo trono: de um lado, Dona Leonor Teles (viúva de D. Fernando), que comandava o grupo apoiado pela nobreza tradicional, defendia a união de Portugal ao reino de Castela; de outro lado, D. João (Mestre de Avis e irmão ilegítimo de D. Fernando), que encabeçava o grupo apoiado pela burguesia, pela nobreza militar e pelas plebes urbanas e rurais.
Uma eventual união de Portugal com Castela seria desastrosa para a burguesia portuguesa. Explica-se: a Espanha (onde estava Castela) vivia ainda sob estrito contexto feudalista, ao passo que os portugueses já apresentavam claros sinais do desenvolvimento que logo situaria a nação como a mais poderosa do mundo conhecido.
Como uma solução pacífica para o impasse não foi alcançada, o conflito armado tornou-se inevitável.
Por fim, em 1385, na batalha de Aljubarrota, as tropas de D. João esmagaram os castelhanos.
Iniciava-se desta forma a dinastia de Avis em Portugal, que seria marcada pela consolidação da aliança real com a burguesia, o que possibilitou uma centralização monárquica até então inédita na história do país. Tal centralização levaria a um grande crescimento e faria de Portugal a primeira nação européia a expandir seus limites para territórios extracontinentais, através das conquistas coloniais ultramarinas.
Fonte:
http://www.sosprofessor.hpg.ig.com.br/Historia/revolucao_de_avis.htm