1.10.10

Revolta dos Sargentos

Por Felipe Araújo
Organizada e iniciada por cabos, sargentos e sub-oficiais, em sua maioria da Aeronáutica e da Marinha brasileira, a Revolta dos Sargentos ocorreu no dia 12 de setembro de 1963 em Brasília. A motivação da revolta foi uma decisão do Supremo Tribunal federal que reafirmava a inelegibilidade das praças para os órgãos do Poder Legislativo, assim como estava previsto na Constituição de 46.

A proibição estava escrita de forma pouco explícita na Carta de 46, mas o texto alegava a proibição dos graduados das forças armadas de exercerem qualquer tipo de mandato no parlamento, município, estado ou federação. O fortalecimento do movimento dos sargentos (cabos, sargentos e sub-oficiais), aconteceu enquanto João Goulart esteve na presidência (1961-64). Isso ocorreu devido à participação do então presidente na campanha da legalidade, ocorrida em setembro de 1961. Fora isso, os organizadores da Revolta dos Sargentos também eram a favor das reformas agrárias, urbanas, educacionais e constitucionais propostas por João Goulart em seu governo.

Em 1963, sargentos da Aeronáutica e da Marinha mobilizaram-se contra a questão da inelegibilidade. Aproximadamente mil homens encontraram-se na cidade do Rio de Janeiro e iniciaram discussões sobre a situação que lhes fora imposta. O dia era 12 de maio e o subtenente Gelci Rodrigues fez a declaração de que a categoria dos graduados não poderia mais aceitar um país que “beneficiava uns poucos privilegiados” e incitou seus companheiros a “lançarem mão de seus instrumentos de trabalho… para exigir as reformas de base do governo federal”. Entretanto, após a centelha, Amauri Kruel, então ministro da Guerra, deixou Gelci por 30 dias no xadrez.

Início da rebelião e tomada de Brasília

A Revolta dos Sargentos teve início em plena madrugada do dia 12 de setembro de 1963. Mais ou menos 600 homens da Aeronáutica e Marinha tomaram conta das instituições do Departamento Federal de Seguraça Pública, do Ministério da Marinha, da Rádio Nacional, da Estação Central de Rádio-Patrulha e do Departamento de Telefones Urbanos e Interurbanos. Todo tipo de comunicação que restava entre Brasília e o resto do Brasil foi cortado. Oficiais foram levados à força para as bases aéreas de Brasília, onde ficou retido também o então ministro do Superior Tribunal Federal, Vitor Nunes Leal.

Durante a Revolta dos Sargentos, o presidente Jango estava fora de Brasília. Ele fazia uma visita de rotina à Pelotas. Porém, após doze horas do início da rebelião, os graduados acabaram sendo derrotados por algumas tropas do Exército de militares que não aderiram ao movimento.

Um dia após o fim da Revolta dos Sargentos, o sargento Prestes de Paula foi detido pela Polícia do Exército e alguns suspeitos de terem participado do levante foram presos no Rio de Janeiro e em outras cidades do Brasil onde ainda haviam adeptos.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_sargentos
http://fogocruzadobr.blogspot.com/2007/03/revolta-dos-sargentos.html
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005
SCHMIDT, Mario. Nova História: Crítica. São Paulo: Editora Nova Geração, 1999.