8.2.11

Reconquista da Península Ibérica

Por Antonio Gasparetto Junior
Reconquista é o nome dado para o processo de retomada por parte dos cristãos da Península Ibérica, que ficou por séculos sob ocupação muçulmana.

Durante a Idade Média, o embate entre cristãos e muçulmanos tornou-se muito extremizado em constante. Os conflitos eram recorrentes principalmente no que estava ligado à Terra Santa. A região em torno de Jerusalém é considerada um lugar sagrado para as duas religiões, tanto o Cristianismo como o Islamismo possuem fortes ligações com o local. O interesse de ambos os lados em manter o domínio sobre Jerusalém fez com que surgissem várias guerras de cunho religioso.

No século VIII, os muçulmanos invadiram a Península Ibérica e conseguiram se apoderar das terras daquele lugar, estabelecendo moradia com seus hábitos e com sua religião. Já em 718 aconteceu uma revolta em Pelágio que marcou o começo de um processe de Reconquista, o objetivo era reaver as terras que sempre foram dos cristãos e de um povo de origem e cultura européia, bastante diferenciado daquele povo que vinha do Oriente.

A Reconquista foi um processo que durou oito longos séculos. O processo já foi identificado apenas como o momento de efetiva retomada dos territórios na Península Ibérica, no século XV, mas os historiadores entendem agora que há uma ligação entre diversos eventos ao longo de todo esse período de combate entre cristãos e muçulmanos que ansiavam por retomar os territórios originais dos cristãos.

Os muçulmanos sempre foram considerados como invasores na Península Ibérica, apesar de uma permanência de oito séculos. Isso acontecia porque seus costumes eram completamente diferenciados dos cristãos e, tampouco, procuravam interagir com os habitantes originais da região. As práticas religiosas também eram muito diversas, mantendo sempre presente o desagrado e o não relacionamento de cristãos e muçulmanos na Península Ibérica.

No decorrer de todo o processo de Reconquista, que teve início com a revolta de Pelágio, muitas outras situações de embate se desenvolveram e as guerras entre as duas religiões só aumentaram. As Cruzadas são um exemplo de envolvimento com a Reconquista. Os líderes religiosos do Cristianismo apelaram para as Cruzadas convocando seus fiéis a combater os muçulmanos que ocupavam a região. Em meio a esse artifício, Portugal foi beneficiadoatravés das condições que se criaram e permitiram a unificação como Estado Nacional.

Houve também a participação de ordens religiosas e militares, das quais se destacou a presença e atuação dosCavaleiros Templários. Surgiram também outros reinos cristãos, como Leão, Navarra, Castela e Aragão, os quais seriam importantíssimos para a definitiva expulsão dos muçulmanos no século XV.

A Reconquista da Península Ibérica só foi consolidada em 1492 com a tomada do reino de Granada. No final do século XV, os cristãos uniram forças e encurralaram os muçulmanos no território da Península Ibérica. Os Reis Católicos formaram uma aliança de grande capacidade e que conseguiu alcançar um objetivo de longa data para o Cristianismo. Ainda assim, os cristãos concederam aos muçulmanos alguns privilégios para conseguir reaver todo o território que antes possuíam. O processo de Reconquista culminou com a retomada da Península Ibérica e também forneceu as condições necessárias para a unificação da Espanha como Estado Nacional no mesmo ano de 1492.

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Fontes:

REILLY, Bernard F. Cristãos e muçulmanos: a luta pela Península Ibérica. Lisboa, Teorema, 1998.