Há muito mistério sobre o assunto, mas é provável que sim. Um dos únicos estudos disponíveis sobre o tema foi realizado pela organização ambientalista Greenpeace, em 1989. Baseados em reportagens e em documentos sigilosos do Exército americano, os pesquisadores chegaram a uma conta alarmante: existem nada menos que 60 ogivas nucleares abandonadas no fundo dos oceanos! "De 1989 para cá, não há notícias de novas armas perdidas, mas ainda se sabe muito pouco sobre os segredos dos programas nucleares dos Estados Unidos, Rússia, França, China e Reino Unido", diz o cientista político Joshua Handler, especialista em armas nucleares da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e responsável pela pesquisa do Greenpeace. Esse perigoso arsenal submarino teria sido uma herança principalmente de acidentes com navios ou aviões carregados de armas nucleares, ainda nos tempos da Guerra Fria. Se essas bombas perdidas existirem de fato, a possibilidade de um desastre é real. "A alta pressão e a corrosão no fundo domar podem fazer com que o urânio ou o plutônio enriquecido vazem para o ambiente. Isso pode atingir toda a vida marinha do local e, em casos mais graves, poluir a costa ou dar origem a chuvas radioativas. Para o ser humano, dependendo do grau de contaminação, os efeitos podem ser mortais", afirma o ambientalista Sérgio Dialetachi, do Greenpeace Brasil.