21.6.11

10 tradições perigosas ao redor do mundo

Livia Aguiar 20 de junho de 2011

Em alguns países islâmicos, é mais do que normal ver mulheres andando pelas ruas cobertas dos pés à cabeça. Para nós, que moramos no Brasil, o costume é quase absurdo. Provavelmente, as muçulmanas pensam o mesmo sobre as roupas que as mocinhas não usam nas praias brasileiras.

Tradições são assim: variam de país para país e acaba pegando meio mal condenar as práticas culturais de outros povos. O problema é que tem muita tradição por aí que coloca a saúde – e a vida – de pessoas em risco. Listamos alguns dos mais perigosos e malucos costumes culturais mundo afora. E nem o Brasil escapou.

1. Andar sobre brasas no dia de São João – Brasil

Enquanto uns aproveitam as festas juninas para se esbaldarem de canjica, milho e quentão, outros levam a festa religiosa muito mais a sério. Na noite de 23 de junho – véspera do dia de São João – é tradição andar sobre brasas para testar a fé. Pelo menos para os fiéis do quilombo Mato do Tição, no interior de Minas Gerais. Lá, mulheres, crianças, velhos, jovens, enfim, todo mundo caminha sobre 12 metros de brasas incandecentes à meia noite. Loucura?

O fotógrafo Francilins, autor da imagem acima, registrou a tradição no Mato do Tição por três anos e viu toda sorte de gente caminhar sobre as brasas sem se queimar. No terceiro ano, tomou coragem, correu sobre a madeira incandescente e… teve queimaduras de 1º, 2º e 3º graus nos pés.


Crianças, não tentem repetir isso em casa!

2. Mergulho de ano novo – Rússia

Mergulhar em águas geladas no Ano Novo é tradição em muitos países frios na Europa. Mas a Rússia leva o negócio a níveis extremos: mergulhadores se reúnem no Baikal, o maior lago do país e o mais profundo do mundo. Os malucos mergulham em suas águas congelantes e plantam uma árvore de natal no fundo dele. Depois, dançam ao redor da árvore. Dentro do lago. A -23ºC. Perigoso? Imagina… Mas é tradição desde 1982. Haja vodka para aplacar esse frio…

Confira um vídeo do mergulho de 2010 no site da BBC Internacional:http://www.bbc.co.uk/news/world-12079753

3. Batalha de fogos de artifício – Grécia

Na ilha de Chios, na Grécia, duas igrejas rivais disparam milhares de fogos de artifício uma na outra no domingo de páscoa enquanto os padres rezam suas missas lá dentro.

O objetivo da batalha é atingir a torre do sino da igreja rival, mas os fogos de artifício nem sempre acertam o alvo e os passantes têm que se esconder dos fogos para não serem atingidos. O perigo ainda assola as casas que ficam nas redondezas, que podem pegar fogo com a brincadeira. Sem falar na fumaça. Habitantes descontentes com o fogaréu se sentem “escravos da própria tradição”, que remonta ao século XIX.

Mas fica bonito no vídeo, ó:

4. Arremesso de bebês – Índia

Em Solapur, na Índia, todos os anos, bebês são atirados do alto de uma torre de 15 metros. Não é um festival de horror, mas um ritual que já dura mais de 500 anos e que tem o objetivo de fazer os bebês crescerem mais fortes e saudáveis. Embaixo da torre, pessoas com lençóis salvam os bebês, mas isso não impede que eles tomem o maior susto de suas (ainda tão curtas) vidas.

5. Corrida do Queijo – Inglaterra

Em Glowcester, Inglaterra, todo ano, uma centena de homens correm atrás de um queijo que é atirado montanha abaixo. Segundo a tradição, o cara que conseguir chegar embaixo da montanha primeiro leva o queijo pra casa. Ainda que muitos saiam da corrida com canelas torcidas e até ossos quebrados, esta não é exatamente a tradição mais perigosa desta lista. Mas é muito, muito, muito ridícula. Comprem um queijo no supermercado, faz favor!

6. Festival Onbashira – Japão

Uma parte deste festival bianual no Japão, o Yamadashi, consiste em cortar grandes troncos de árvore, amarrá-los nos homens e descer com os troncos ladeira abaixo, montados nele. Parece fácil? Imagine ser arrastado por um pesado tronco de árvore por metros e metros. Muita gente já morreu ou pelo menos se machucou gravemente com esta tradição, mas, como é considerada um gesto de bravura, ela continua há mais de 1200 anos.

7. Bolas de Fogo – El Salvador

Atirar bolas encandecentes uns nos outros. Diversão? Em El Salvador, na cidade de Nepajo, aparentemente, sim. Celebrado todo 31 de Agosto, o Festival da Bola de Fogo é considerado uma tradição “com adrenalina”. No segundo 52 do vídeo abaixo, note o cabelo em chamas de um dos caras.

8. Corrida com Touros – Espanha

Em Pamplona, na Espanha, na festa de Sanfermines (em honra a São Firmino, patrono da região), centenas de homens correm por suas vidas todos os anos. Touros bravos e com chifres afiados são liberados por algumas ruas da cidade e vão atrás das pessoas que estiverem afim de participar da tradição. De 1924 até hoje, 15 pessoas já morreram.

9. Mergulhadores da Terra – Ilha de Pentecostes

Em uma ilha do sul do Oceano Pacífico, bungee jumping é pra maricas. O ritual de passagem da infância para a vida adulta em Pentecostes é o mergulho na terra. Do alto de uma torre de madeira, os caras se amarram a uma corda e pulam lá de cima. A corda deve ser longa o suficiente para fazer com que a cabeça toque de leve o chão. Eles pulam com tudo e, se por um erro de cálculo a corda for longa demais, já era, playboy.

Bônus: Trote de Estudantes – Mundo todo

A tradição de judiar dos que acabaram de entrar para a faculdade (ou, como na Argentina, quando conseguem seu diploma universitário) remonta à Idade Média. É um ritual de passagem que pode ser leve e divertido para todas as partes (pinturas com tinta guache, farinha de trigo, café, ovos, gincanas), mas também pode chegar a matar, só depende da noção dos veteranos que o aplicam (ou falta dela). No Brasil, são conhecidos os casos em que um calouro morreu afogado em uma piscina durante o trote em São Paulo, ou asfixiado com piche em Belo Horizonte. Confira o especial do Guia do Estudante sobre o trote.


Fonte: Superinteressante