Por Fernando Rebouças
Nos EUA, na Universidade de Chicago, acadêmicos da instituição concluíram o dicionário da língua da Mesopotâmia antiga, a edição é composta de 21 volumes e abrange dialetos babilônicos e assírios.
A obra foi iniciada em 1921 e seus volumes foram publicados aos poucos nas últimas cinco décadas. Depois de 90 anos, o trabalho reuniu línguas e dialetos que há mais de 2.000 anos não são falados, mas ficaram intactos por meio de inscrições em tabuletas de argila e pedra.
Esses idiomas antigos foram utilizados pelo rei Sargão de Acácia, “o Grande”, no ano 24 a.C para comandar o primeiro grande império do mundo. O primeiro código de leis também foi redigido com esses idiomas em 1700 a.C por Hamurabi.
O Instituto Oriental da Universidade de Chicago afirma que a extensa obra é fundamental para o entendimento de registros escritos e documentados na antiga civilização mesopotâmica. O dicionário abre novo campo de entendimento sobre o período mais rico da escrita cuneiforme.
Acredita-se que a escrita cuneiforme foi a primeira escrita da civilização humana. As primeiras civilizações urbanas que existiram ao redor dos rios Tigre e Eufrates foram as primeiras a dominar a escrita.
O dicionário da Mesopotâmia antiga possui 28.000 palavras pesquisadas sobre o período histórico de 2.500 a.C a 100 d.C. Por exemplo, a palavra “umu”, que significa “dia” possui 17 páginas para a sua explicação, muitos termos possuem vários sentidos diferentes e associações diversas para cada momento histórico registrado, literatura, direito e religiosidade daquela época.
A obra completa foi precificada, inicialmente por 1.995 dólares, cada volume individualizado custa em torno de 45 a 150 dólares, o primeiro volume foi publicado no ano de 1956. Para analisar as inscrições, foi necessário desenterrar tábuas em processos arqueológicos, retirar o pó do tempo e identificar cartas sobre assuntos domésticos, empréstimos e colheitas.
Segundo o arqueólogo Robert Biggs, que trabalhou por mais de 50 anos no projeto:
“Apercebemo-nos que isto não foi uma cultura só de reis e rainhas, mas também de pessoas comuns, como nós, com as mesmas preocupações de segurança, alimentação e de abrigo para elas e para a sua família”
Consulte o dicionário: http://oi.uchicago.edu/research/pubs/catalog/cad/
Fontes:
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/926909-academicos-terminam-dicionario-com-palavras-da-1-civilizacao.shtml
http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/dicionario-da-lingua-da-antiga-mesopotamia-terminado-ao-final-de-90-anos_1497947