28.6.10

Guerra Luso-Neerlandesa

A Guerra Luso-Neerlandesa teve a unificação das coroas ibéricas como pano de fundo.

Nos fins do século XVI, o equilíbrio político entre as nações mercantilistas europeias sofreram uma importante transformação. Em 1580, os espanhóis conseguiram finalmente unificar o seu trono ao de Portugal mediante a ausência de um herdeiro que pudesse assumir o lugar deixado. Com isso, o rei Filipe II passou a controlar um imenso domínio colonial que poderia consolidar o poderio econômico hispânico.

Antes disso, os holandeses travaram um luta contra o reino espanhol, que dominava politicamente a região. No ano de 1581, os holandeses conquistaram a sua independência e necessitaram de meios para ampliar a economia da nova nação. Contudo, a independência trouxe um sério prejuízo, já que os holandeses mantinham importantes negócios com os portugueses.

A partir do momento em que as coroas se unificaram, a Espanha determinou que nenhuma possessão colonial hispânica ou portuguesa mantivesse relações comerciais com os holandeses. Em resposta, no ano de 1602, os holandeses criaram a Companhia das Índias Orientais com o objetivo de ampliar os negócios do país nem que fosse através da organização de expedições armadas. Dessa forma, estava configurado o cenário em que se desenvolve a chamada Guerra Luso-Neerlandesa.

Os espanhóis contavam com uma expressiva força militar marítima que, em tese, poderia frustrar as intenções holandesas. Contudo, no ano de 1588, a Espanha sofreu um terrível golpe ao ter uma importante esquadra de navios de guerra – conhecida como “Invencível Armada” – abatida pelos britânicos. Dessa maneira, os holandeses puderam realizar uma série de invasões e pilhagens em regiões dos continentes asiático, africano e americano.

Após uma primeira trégua, holandeses e espanhóis voltaram a se enfrentar no ano de 1621, também marcado pela criação da Companhia das Índias Ocidentais. Esta nova empresa ultramarina dos holandeses tinha como função buscar a conquista de territórios coloniais no Brasil, um dos maiores exportadores de açúcar do período. Com isso, vemos que este conflito teve influência direta para que a colonização holandesa em terras brasileiras viesse a acontecer.

O conflito luso-neerlandês só chegou ao seu fim no ano de 1648, quando os espanhóis finalmente decidiram reconhecer a independência do governo holandês. Ao final do conflito, os holandeses conseguiram impor a criação de um vasto e lucrativo número de regiões coloniais. Conquistaram porções do continente africano de onde poderiam adquirir escravos mais baratos, controlavam a produção de açúcar no nordeste brasileiro e firmaram sua presença no comércio com as nações orientais.

A presença holandesa no Brasil só acabou alguns anos mais tarde. A deflagração da chamada Insurreição Pernambucana e as perdas geradas na Guerra dos Trinta Anos motivaram o governo holandês a negociar a devolução da região nordeste para Portugal. Em 1661, assinaram a chamada Paz de Haia, onde aceitavam devolver a possessão colonial brasileira em troca de uma indenização de quatro milhões de cruzados, que equivaliam a sessenta e três toneladas de ouro.

Fonte: Brasil Escola