28.6.10

Muro de Berlim

Por Emerson Santiago
O Muro de Berlim foi uma construção erguida em 1961 pelo regime socialista da hoje extinta República Democrática Alemã, também conhecida como Alemanha Oriental, que se destinava a separar as duas áreas da cidade de Berlim, à época dividida em um setor capitalista e outro socialista. A construção deste abominável símbolo da Guerra Fria iniciou-se a 13 de agosto de 1961, estendendo-se por 37 quilômetros afora dentro da zona urbana da cidade de Berlim, à época, com cerca de 3 milhões de habitantes.

As origens da construção do muro encontram-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças aliadas. Cada país vencedor “herdou” um setor da cidade de Berlim, e desse modo foram criados um setor americano, um inglês, um francês e outro soviético. Os três primeiros uniram-se para formar a área da cidade que adotaria o regime capitalista, Berlim Ocidental, que seria anexada à nascente República Federal da Alemanha (a capitalista Alemanha Ocidental). O lado soviético daria origem a Berlim Oriental, que se tornaria a capital da Alemanha Oriental.

Construção do Muro de Berlim

Tal situação gerou uma configuração inusitada dentro da Alemanha dividida, pois o setor capitalista de Berlim estava mergulhado em território da Alemanha Oriental, formando assim, um enclave capitalista dentro do país socialista, complicando as comunicações de Berlim Ocidental com seu próprio país. Tal dificuldade acentuou-se quando do lançamento do Plano Marshall, destinado a ajudar economicamente todos os países europeus do bloco capitalista afetados pela guerra, pois Stalin, contrariado pela negativa de cobertura do plano aos países socialistas, resolve impor um bloqueio a Berlim Ocidental, fechando todas as vias de comunicação. O objetivo dos russos era forçar os aliados a abandonar o controle de seu setor da cidade, porém tal manobra não deu os resultados desejados, pois os americanos quebraram o bloqueio por meio de rotas aéreas destinadas a abastecer e manter o status de Berlim Ocidental.

Zona da Morte - entre os dois muros da construção eram colocadas torres de observação, cães e até minas terrestres para eliminar qualquer um que quisesse atravessá-lo.

Após 1949, a situação parecia ter se normalizado, e a Berlim dividida mantinha suas duas fronteiras tão cercadas e vigiadas quanto outros importantes pontos ao longo da Cortina de Ferro. A situação fica tensa novamente no início da década de 1960, pois havia aumentado expressivamente o número de cidadãos do lado oriental que “passavam” para o lado ocidental, alarmando as autoridades da Alemanha Oriental. Na busca de evitar qualquer possível contato com o mundo capitalista é então construído o muro que iria manchar indelevelmente a imagem dos regimes de esquerda europeus. Por trás da construção do muro estava Walter Ulbricht, secretário geral do partido comunista da Alemanha Oriental, o dirigente de facto do país e Nikita Kruschev, dirigente soviético, que viram em sua construção um modo de desafiar os EUA. Durante sua existência, a vigilância ferrenha promovida pelas tropas orientais seria responsável pelas mortes de muitos que desafiaram o regime oriental e decidiram ultrapassá-lo.

Com o colapso da União Soviética e seus satélites no Leste Europeu, o muro começa a ser finalmente derrubado em 9 de novembro de 1989, acabando com um dos símbolos máximos da opressão dos regimes socialistas. Seu desmanche é também símbolo do fim da Guerra Fria e o marco zero da unificação da Alemanha em uma nação apenas.

Bibliografia:
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/muro.htm
http://padresteve.wordpress.com/2009/11/08/20-years-the-fall-of-the-berlin-wall-and-the-end-of-the-cold-war/
http://www.bbc.co.uk/schools/gcsebitesize/history/mwh/ir2/berlinwallrev2.shtml