25.8.10

Como lutava uma legião romana?

por Roberto Navarro


A maior arma dessa força armada era a quantidade de integrantes: uma legião podia ser formada por até 6 mil homens! Em combate, esse mar de guerreiros contava basicamente com dardos, espadas e escudos para enfrentar o inimigo. Embora sem o mesmo poder das armas de fogo, essas armas curtas permitiam aos legionários fazer movimentos rápidos - suas unidades tinham grande flexibilidade, podendo mudar a direção do ataque para surpreender o adversário. Durante uma batalha, o deslocamento das tropas era controlado por um eficiente sistema de comando, que incluía o uso de estandartes e flâmulas para transmitir mensagens e instruções. Com nome derivado da palavra latina legio, ou "conjunto", a legião era a unidade básica do Exército da Roma antiga. Sua origem exata é desconhecida, mas ela parece ter evoluído a partir de uma formação grega conhecida como falange. "Enquanto a falange dependia quase exclusivamente da lança, a legião possuía maior variedade de armas", afirma o historiador israelense Martin van Creveld, da Universidade Hebraica de Jerusalém. Antes do século 1 a.C., porém, as legiões não eram forças permanentes, sendo formadas por cidadãos convocados sempre que surgia uma emergência militar. Durante o século 1 a.C., a organização das legiões passou por amplas reformas implantadas pelo general Gaius Marius, que incorporou à força armada destacamentos de cavalaria e máquinas de artilharia, como catapultas. Apesar de poderosa, a legião também tinha suas limitações. Isso ficava claro quando a luta acontecia em áreas com florestas densas, que limitavam os movimentos dos soldados, ou contra arqueiros que disparavam a distância, fora do alcance das curtas armas romanas. No infográfico que ilustra estas páginas, você conhece a formação básica de uma legião entre os séculos 1 a.C. e 1 d.C.

E vai rolar a guerra

Tropas de até 6 mil homens avançavam em conjunto contra os inimigos

CONJUNTO DA OBRA

Uma legião podia ter até 6 mil homens, divididos em dez unidades menores chamadas de coortes. No século 1 d.C., uma legião consistia de nove coortes com 480 homens cada e uma coorte maior, com 800 soldados. Nas extremidades das coortes ficavam as forças auxiliares decavalaria

PROTEÇÃO CAVALAR

Para impedir ataques inimigos pelos flancos (as laterais de uma tropa), as legiões possuíam agrupamentos com dezenas de cavalos à esquerda e à direita do conjunto de coortes. Geralmente, os cavaleiros eram recrutados entre povos conquistados, para reforçar as linhas romanas

ARSENAL EXTRA

No século 1 d.C., cada coorte da legião contava ainda com uma balista (atiradora de pedras), entre cinco e seis scorpios (lançador de flechas) e mais cinco catapultas. Essas máquinas de guerra eram desmontáveis e podiam ser transportadas em carroças

QUESTÃO DE IDADE

A principal unidade da legião,a infantaria pesada, era subdividida de acordo com a idade dos combatentes. As primeiras fileiras eram formadas por soldados jovens, o meio, por soldados em torno dos 30 anos e a retaguarda, por veteranos que pouco lutavam nas batalhas

TELHADO IMPROVISADO

Uma das principais táticas de batalha da legião era chamada de testudo. Os soldados juntavam os escudos, formando uma carapaça protetora contra lanças e flechas, avançando contra o inimigo. A curta distância, partiam para a luta corpo a corpo com espadas e lanças

BATE E FOGE

Uma infantaria leve, conhecida como velites, era formada basicamente por arremessadores de lanças e geralmente colocada na vanguarda da legião. Depois de arremessar suas lanças, recuavam pelas "alamedas", corredores estreitos abertos dentro da coorte

Legionário-padrão

Soldado romano atacava com espadas e lanças

CAPACETE

Feito de metal, servia como aparato de proteção

ESCUDO

Feito com placas de madeira, tinha 1 m de comprimento e servia para defesa e ataque

PUGIUM

Pequeno punhal usado como arma de último recurso

COTA DE MALHA

Feita de ganchos de metal, protegia o corpo do legionário contra golpes cortantes


Fonte: Mundo Estranho