Sem dominar grandes técnicas de cultivo agrícola, os bárbaros faziam um uso itinerante das terras, utilizando-as até o total esgotamento da mesma. Mulheres e escravos eram responsáveis pelo cultivo e o pastoreio. Sem desenvolver uma luxuosa cultura material, os germânicos usavam roupas feitas a partir da pele dos animais e residiam em cabanas rústicas.
Os povos germânicos tinham uma organização social patriarcal. O homem ocupava o posto de chefe familiar responsável pelas principias decisões referentes à casa, aos conflitos e as terras. Sem contar com bases políticas centralizadas, as tribos germânicas desfrutavam de grande autonomia política. Apenas em determinadas ocasiões, como durante uma guerra, que as tribos selavam acordos entre si.
Um dos grandes traços da cultura germânica desenvolvia-se entre o chefe militar e seus guerreiros. Em tempos de guerra, os soldados e chefes militares formavam o comitatus. O comitatus consistia em uma relação de fidelidade onde o comandado jurava total obediência ao chefe militar, que se comprometia em proteger os seus soldados.
A religião dos povos germânicos caracterizava-se pela adoração de vários deuses e alguns elementos da natureza. Odin era uma das principais divindades germânicas. Além disso, o pensamento religioso germânico pregava a fé em um paraíso além-vida chamado de Valhalla. Esse paraíso abrigaria os grandes guerreiros que teriam uma vida de prazeres ao lado das valquírias, um grupo de jovens guerreiras virgens.
Durante toda a Alta Idade Média, vários reinos germânicos formaram-se por toda a Europa. A partir do século V, a fusão entre os traços da cultura germânica e alguns costumes remanescentes da cultura romana deu formas ao mundo medieval. As relações de fidelidade e a predominância das atividades agrícolas de subsistência são parte do legado germânico no período medieval.
Por Rainer Sousa
Mestre em História