Por Fernando Rebouças |
Inicialmente, ficou clara a dificuldade de se escravizar o índio. Dentre os principais motivos, podemos dizer que o índio não se sujeitou a torna-se escravo:
Por sentir-se incompatível ao trabalho forçado e intensivo; - Não estava habituado a corresponder às tarefas rotineiras;
- Não eram preguiçosos, como os acusava a Coroa, mas tinha o hábito de trabalhar somente por subsistência;
- Culturalmente, empregavam suas energias em rituais e nas guerras com outras tribos;
- Não possuíam valor à produtividade e à acumulação de riquezas;
- Perante o trabalho forçado, fugiam.
Outros fatores que desestimularam a escravidão indígena foram as epidemias transmitidas pelo homem branco e a defesa da Igreja Católica a favor dos nativos. Grande parte da população indígena não possuía defesas biológicas às doenças trazidas pelos europeus, muitos morreram de sarampo, varíola e gripe. A Igreja Católica , por meio do trabalho dos jesuítas, em seu trabalho de catequização dificultava a escravidão, atrapalhando o ensejo de colonos e comerciantes.
A Coroa Portuguesa com o tempo percebeu que a escravidão indígena não era uma atividade lucrativa dentro do processo colonial de exploração, logo, definiu-se a necessidade de utilizar a mão-de-obra escrava africana, inaugurando o tráfico negreiro para o Brasil.
Em 1570, a Coroa Portuguesa proibiu a captura de índios por meio de uma Carta Régia, documento que autorizava a captura e escravidão do índio em situações de guerra e conflito com os colonizadores. Como os conflitos entre índios e colonos permaneceram durante grande parte da história colonial brasileira, a captura e escravidão do índio manteve-se por muito tempo até o ano de 1757, findada depois de uma proibição definitiva decorrente de transformações administrativas exercidas por marquês de Pombal.
Fonte: