ão houve uma primeira pessoa, mas, sim, uma primeira leva, com os vários candidatos que se deram bem no concurso de 1911, ano em que o vestibular foi criado por um decreto do governo. Nessa data, o teste passou a ser adotado pelas escolas federais, como as Faculdades de Medicina do Rio e da Bahia e a Faculdade de Direito de São Paulo. Até então, só tinham acesso ao ensinosuperior os alunos aprovados nos cursos preparatórios realizados pelas faculdades ou os que tinham passado nos exames de madureza, espécie de prova feita ao final do ensino médio. “Quando foi criado, contudo, o vestibular não causou grande impacto junto aos estudantes, pois, além de a faculdade ser algo ao alcance de poucos, já havia um conjunto de exames de admissão que continuaram valendo até 1925”, diz Tatiana Tessye, professora da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes-SP) e autora de tese de doutorado sobre o acesso à educação superior no Brasil. Aliás, foi devido a seu caráter de “peneira” exclusivista que, com o tempo, o exame ganhou o apelido de vestibular – trata-se de uma referência à palavra vestíbulo, pequeno espaço entre a rua e a porta de entrada de um prédio, numa alusão ao fato de ser um local reservado e restrito a poucos.