Eduardo Gomes tinha 26 anos quando, em 1922, combateu a tiros as tropas do presidente Epitácio Pessoa, afirmando sua posição contra a política viciada e fraudulenta da República Velha e transformando-se em legenda de heroísmo das Forças Armadas e do país. Nasceu no Rio, filho de ex-militar da Marinha. Viveu uma infância pobre, ingressando na Escola Militar de Realengo em 1916. Titulado tenente, adere ao movimento engajado dos quartéis e marca uma participação decisiva no levante do Forte de Copacabana, episódio que, em 1922, dava início ao ciclo de revoltas tenentistas contra o Governo Federal. Quando as tropas da presidência cercaram o local e a maioria dos revoltosos se rendeu, Eduardo Gomes não desistiu e enfrentou os soldados governistas. Foi ferido e preso. O levante entrou para a História como os 18 do Forte. Mais tarde, fugiu da prisão e se escondeu no interior do país, assumindo falsa identidade. Em 1924 volta à ação, dessa vez em São Paulo, lançando mão de sua formação aeronáutica para se tornar responsável pelo bombardeio de quartéis e prédios públicos na cidade. Perseguido pelas tropas do governo, ruma para o Sul, mas, antes de conseguir se juntar ao grupo liderado por Luís Carlos Prestes, é novamente detido, sendo solto em 1926. Com a posse de Getúlio Vargas, em 1930, Eduardo Gomes abre mão da promoção conferida aos oficiais revoltosos e dedica-se inteiramente à carreira militar. Presta fundamental ajuda para a criação do Correio Aéreo Militar, que daria origem, mais tarde, ao Correio Aéreo Nacional. Como comandante do I Regimento de Aviação, participa, em 1935, da repressão à Intentona Comunista. Dois anos depois, contrário à criação do Estado Novo, pede exoneração do cargo, mas nunca se desliga da Aeronáutica. Em 1941 é promovido a brigadeiro. Durante a Segunda Guerra Mundial participa da organização e construção das Bases Aéreas no país. Pelos serviços à causa aliada, recebe dos Estados Unidos, em agosto de 1943, a Comenda da Legião do Mérito. Com o fim do Estado Novo, se candidata, pela União Democrática Nacional (UDN), a presidente, perdendo para o também militar Gaspar Dutra. Vote no brigadeiro, que é bonito e é solteiro, era o slogan da campanha. Em 1950 concorre novamente ao cargo, sendo derrotado por Getúlio Vargas. Quatro anos mais tarde, chega ao Ministério da Aeronáutica convidado pelo presidente Café Filho, voltando ao posto em 1964, com o golpe militar. Permanece no cargo até 1967. Morre no Rio de Janeiro, em 1981. Em 1984, é proclamado patrono da Força Aérea Brasileira, figurando como síntese do homem que conjuga, na figura do militar, a missão do oficial e a crença do cidadão. Fonte:
Livro 100 Brasileiros (2004)