Até agora, o grande campeão é o titanossauro, um gigante de 15 metros de comprimento e 5 ou 6 de altura, que se alimentava exclusivamente de vegetais. Além dele, outros dois grandalhões que viveram por aqui foram os abelissauros e os espinossauros, ambos carnívoros com cerca de 10 metros de comprimento e 3 de altura. Nenhum desses brutamontes, porém, conseguiria rivalizar com o argentinossauro, o maior dinossauro conhecido pela ciência. Encontrado na Patagônia argentina, esse bichão media nada menos que 40 metros de comprimento, altura equivalente à de um prédio de 13 andares! De qualquer forma, a lista brasileira pode se modificar bastante nas próximas décadas, porque ainda existem poucos estudos sobre os dinossauros que habitaram o país. De concreto, os paleontólogos sabem que, das 400 espécies de dinossauros catalogadas no planeta, apenas 15 foram descritas no Brasil. "Pelo que descobrimos, a diversidade desses animais era pequena por aqui, mas nosso conhecimento atual pode ser apenas a ponta de um iceberg", afirma o paleontólogo Reinaldo José Bertini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rio Claro (SP). O primeiro indício da presença de dinossauros em terras brasileiras foi descoberto por acaso, em 1897, quando o agricultor Anísio Fausto da Silva encontrou umas pegadas esquisitas no leito de um rio seco, em Sousa, cidade do sertão da Paraíba. A princípio, ele pensou que os rastros eram de uma ema gigante, mas algum tempo depois os cientistas chegaram à conclusão que se tratava dos vestígios de um iguanodonte, que teria vivido no Brasil entre 100 e 120 milhões de anos atrás. Bem antes disso, entretanto, o território do país já servia de lar para os dinos. Estima-se que a espécie morou no país desde o seu surgimento, cerca de 230 milhões de anos atrás, até sua extinção, há 65 milhões de anos.
Gangue jurássica
Galeria dos brutamontes brasileiros inclui espécies violentas e vegetarianos tranqüilões
Abelissauro
Predador violento
Comprimento: 10 metros
Altura: 3 metros
Quando viveu: de 65 a 90 milhões de anos atrás
Parecido com o temido Tiranossaurus rex, esse dinossauro bípede era carnívoro e predador, embora também se alimentasse de animais mortos. Os fósseis dessa espécie - provavelmente, uma das mais ferozes encontradas no país - foram descobertos em São Paulo e Minas Gerais
Titanossauro
Campeão centenário
Comprimento: 15 metros
Altura: 5 ou 6 metros
Quando viveu: entre 65 e 90 milhões de anos atrás
Esse dinossauro quadrúpede alimentava-se apenas de vegetais e podia atingir cerca de 15 toneladas, um peso igual ao de três elefantes. Resistente, o titanossauro era um dos mais longevos entre os dinos brasileiros, podendo viver cerca de 100 anos. Seus fósseis foram achados em Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo
Prossaurópodo
Ancestral gaúcho
Comprimento: 3 metros
Altura: 1 metro
Quando viveu: entre 200 e 230 milhões de anos atrás
Esse dinossauro quadrúpede e herbívoro foi uma das espécies mais antigas a viver no país. Como os restos de sua ossada foram resgatados em um sábado de Carnaval próximo à cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, o bicho acabou batizado com o nome científico de Saturnalia tupiniquim
Iguanodonte
Feioso mansinho
Comprimento: 10 a 12 metros
Altura: 3 a 4 metros
Quando viveu: de 100 a 120 milhões de anos atrás
Esse bichão de aparência assustadora não metia medo em ninguém, porque seu cardápio era exclusivamente vegetariano. Para facilitar a mastigação, o iguanodonte possuía cerca de 100 dentes para triturar as plantas. Os primeiros registros desse animal apareceram por acaso em 1897, em Sousa, na Paraíba
Espinossauro
Carniceiro eventual
Comprimento: 10 metros
Altura: 3 metros
Quando viveu: de 100 a 115 milhões de anos atrás
O espinossauro era um bípede que comia animais mortos, mas às vezes atacava outros bichos. Para se defender, ele tinha nas costas uma espécie de "vela" formada por espinhos ósseos que chegavam a 1,80 metro. Vestígios de sua presença foram encontrados na chapada do Araripe, no Ceará
Como era a vida de um dinossauro?
por Yuri Vasconcelos
Era tão diversa quanto o número de espécies existentes - até hoje, foram descritos por volta de mil dinos diferentes, com hábitos de vida bem variados. Eles dominaram a Terra por quase 150 milhões de anos, até serem extintos há cerca de 65 milhões de anos - segundo a teoria mais aceita, por causa de um impacto de um asteroide com a Terra. Nesta reportagem, elegemos como personagem o tiranossauro rex (Tyrannosaurus rex), um dos grandalhões mais populares, estrela do filme O Parque dos Dinossauros, de Steven Spielberg. Com 13 metros de comprimento, 6,5 metros de altura e pesando 8 toneladas, ele é considerado, com razão, um dos animais mais ferozes de todos os tempos. )):-$ x
NASCIDO PARA DEVORAR
Saído de um simples ovinho, em poucos anos o tiranossauro rex já estava tocando o terror
Assim como os demais dinos, o tiranossauro nascia de um ovo. A cada postura, a mamãe rex punha de 10 a 20 ovos, que, acredita-se, não eram chocados, mas enterrados na areia ou na lama, mais ou menos como as tartarugas fazem hoje. Em até um mês o bicho já dava seus rugidos no mundo. Não há consenso entre os especialistas, mas acredita-se que os filhotes eram cuidados pela mãe. A ausência de marcas de fraturas em fósseis de animais jovens sugere que eles viviam em um ambiente protegido. Supõe-se que os tiranossauros se organizavam em grupos, formados por fêmeas adultas e animais jovens. Ao atingir a maturidade sexual, por volta dos 10 anos de idade, os machos deixariam o bando. Os garanhões poderiam viver sozinhos ou formar um "clube do bolinha", só de machos.
Apesar da cara de mau, os estudiosos até hoje não sabem se o bicho era, de fato, um predador imbatível. Seja como for, quando jovens, eram ágeis e caçavam em bando, para o azar de suas presas, como os ceratópsios e os anquilossauros, que eram consumidos num "banquete" pelos tiranossauros. Embora os tiranossauros fossem pra lá de ferozes e estivessem no topo da cadeia alimentar, a vida dos mais jovens nem sempre era fácil. Vira e mexe, eles podiam ser atacados por bandos de predadores, como os endiabrados velociraptores. Os animais adultos é que quebravam o pau para defender o grupo. Um tiranossauro vivia cerca de 30 anos.
Ao atingir a idade adulta, por volta dos 16 anos, o bichão crescia numa rapidez incrível. De 6 metros de comprimento e 2 toneladas, a fera aumentava assustadoramente para 13 metros de comprimento e quase 8 toneladas! Na época do acasalamento, os machos usavam seu olfato apurado para identificar as fêmeas que estavam no cio. E, na hora do bem-bom, as moçoilas levantavam sua pesada cauda para dar uma ajudinha ao parceiro.
Com o avanço da idade, os tiranossauros ficavam cada vez mais lentos. Com isso, acabavam não se dando bem nas caçadas. Para não morrer de fome, viravam carniceiros e, como bons urubus, passavam o resto da vida se alimentando de restos de outros animais. A velhice era uma fase difícil para o dentuço. Além de menos ágil, acredita-se que, antes de morrer, ele ainda ficava banguela, o que o impedia de comer. A perda de dentes era algo comum durante toda a vida. Só que, na juventude, quando um dente caía, nascia outro no lugar - o que não rolava na velhice.
Como dá para saber por um fóssil se um dinossauro era carnívoro ou herbívoro?
Basta analisar a boca do bichão. "A melhor interpretação da dieta de um dinossauro é dada pelos dentes", afirma o paleontólogo Reinaldo Bertini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro (SP). Só os dentes dos carnívoros, por exemplo, precisavam ser serrilhados, permitindo que eles rasgassem a carne de suas presas. Outra pista importante é o ritmo de troca da dentição. Os carnívoros gastavam menos a arcada e, por isso, os fósseis raramente apresentam sinais de novos dentes. Já os dos herbívoros eram trocados mais vezes pois sofriam um maior desgaste - pela maceração repetitiva das plantas dentro da boca. A maior parte dos dinossauros que habitavam a Terra até o fim do período Cretáceo, 65 milhões de anos atrás, tinha uma dieta vegetariana - a proporção era de nove herbívoros para cada carnívoro. Havia ainda uma terceira categoria, a dos onívoros, que, como o homem, comiam tanto carne quanto vegetais. Mas esses eram ainda mais raros. A preferência alimentar estava diretamente relacionada ao comportamento do animal e sua capacidade de locomoção. Os carnívoros eram mais ágeis, uma vez que, para conseguir comida, precisavam atacar rápido. Mas o terrível tiranossauro, apesar da fama de mau, era necrófago, ou seja, se alimentava principalmente de bichos que já estavam mortos. Esse comedor de carniça pré-histórico tinha dentes que podiam chegar a 20 centímetros, os maiores entre os carnívoros. Os grandalhões herbívoros, por sua vez, eram mais dóceis e lentos. Sua lerdeza, claro, transformava-os em presas fáceis para os devoradores de carne.
Sorria!
É pelos dentes que especialistas identificam qual era a dieta desses animais
HERBÍVORO - Socador de grama
Os dentes dos dinos herbívoros eram não só diferentes dos carnívoros mas também entre si. Os saurópodos, por exemplo, tinham uma arcada que parecia um pilão para esmagar vegetais na boca. Outras espécies, porém, possuíam dentes finos, num formato de pá, para puxar galhos de árvores ou arbustos
CARNÍVORO - Dentada mortífera
Dinossauros carnívoros, como esse velociraptor, precisavam de dentes pontudos, que penetravam com facilidade na carne de suas vítimas. O formato curvo ajudava a segurar a presa e os dentes ainda tinham superfícies serrilhadas para rasgar o futuro banquete
Fonte:http://mundoestranho.abril.com.br