Por Pedro Augusto Rezende Rodrigues
O Egito, há cerca de 3000 anos a .C, teve em sua religião algo muito peculiar. Inicialmente era uma religião politeista, ou seja, acreditava em várias divindades e até mesmo em forças da natureza.
Sua importância na sociedade egípcia era tão grande que nós podemos encontrar suas influências até na forma de governo do estado. O Egito era um estado Teocrático, onde as ações politicas, juridicas e sociais eram submetidas as normas da religião e o administrador (o faraó) governava em nome dos deuses.
O Faraó tinha todos os poderes em suas mãos e assumia várias funções, sendo considerado a personificação de deus na terra. Assim, podemos perceber a importancia que a sociedade egipcia dava a religião.
Mas os egípcios não cultuavam apenas formas personificadas de deuses. Muito pelo contrário. Em alguns casos cultuavam também animais através de algumas atitudes que os faziam acreditar que os próprios eram a encarnação dos deuses na terra. Por exemplo, se por algum motivo certa cidade seria invadida por inumeros ratos, quem de fato ajudaria a resolver esse problema ? Sim, gatos. Se o gato conseguisse ajudar esse meu problema com os ratos seria obviamente cultuado e considerado uma encarnação divina. Outro exemplo, o cachorro poderia muito bem me auxiliar na caça, dessa maneira ele seria cultuado, pois estavam ajudando. O gado poderia auxiliar na agricultura, dessa maneira também não deixaria de ser cultuado. Seguindo esse raciocinio de que os animais estivessem sempre ajudando os humano no dia a dia é que os faziam acreditar que os animais eram seres vivos divinos.
Porém muitas vezes podemos encontrar não somente divindades personificadas (o que vamos chamar de antropomorfismo), nem apenas figuras de animais (o que vamos chamar de zoomorfismo), mas muitas figuras que misturam a figura de homens com a figura de animais (o que vamos chamar de antropozoomorfismo) o caso de deus Horus, onde é visto o corpo humano, mas a cabeça de uma águia.
O deus Hórus, como já dito, é um típico exemplo de antropozoomorfismo, foi o deus falcão, filho de Ísis e Osíris, cultuado como o sol nascente. Ísis é uma deusa de caráter humano, foi esposa de Osíris, mãe de Hórus, protegia a vegetação e era a deusa das águas e das sementes. Já Osíris era deus dos mortos, tinha também uma figura humana, era deus também da vegetação e da fecundidade, era representado pelo rio Nilo. De acordo com a mitologia egípcia, era Osíris que buscava as almas dos mortos para serem julgadas em seu Tribunal. Enquanto Set era um deus maligno, irmão de Osiris, e mesmo assim é colocado como seu grande inimigo, é deus da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes. Sua imagem também está relacionada ao antropozoomorfismo, onde sua aparência está assossiada a vários animais como cachorro, crocodilo, porco, asno e escorpião.
É importante citar também que, através de fontes historicas, nós podemos perceber que a morte tinha uma grande importancia na religão do Egito Antigo. Um dos pilares dessa religião é acreditar na vida após a morte, ou melhor dizendo, na imortalidade. Através dessa ideia nós podemos entender o porque da mumificação, que era uma maneira de conservação dos corpos.
Essa ideia de conservação parte do princípio de que a vida, o ser humano, é fruto de uma aliança de Ká (corpo) e Rá (alma), e no momento da morte, Rá (ou a alma), deixaria o corpo. Porém, ela poderia retornar, e é por esse motivo que conservariam o corpo, pois se por algum motivo, Rá querer voltar e o corpo estivesse em más condições o individuo não voltaria a vida.
Dessa maneira podemos perceber que a religiosidade estava diretamente ligada em todos os parametros culturais, sociais e politicas do Egito antigo.
Fontes:
http://mythologya.vilabol.uol.com.br/deuseseg.htm
http://magiadooriente.vilabol.uol.com.br/mitologia.htm
http://www.imagick.org.br/pagmag/sistmag/deuses.html