10.1.09

INVENÇÕES

01
O ioiô nasceu nas Filipinas no século XVI como uma arma? Ele pesava dois quilos e sua corda tinha seis metros. Louis Marx transformou o ioiô num brinquedinho em 1929
02
Em 1966, a inglesa Mary Quant inventou a minissaia. Logo, viriam as piadas. Dizia-se que a minissaia era como cerca de arame farpado. Protege a propriedade, mas não tira a visão
03
O primeiro supermercado surgiu nos Estados Unidos em 1879. Mas os carrinhos de supermercado só forma aparecer no ano de 1937
04
O motorzinho dos dentistas foi inventado em 1872 por Morrison. Era um motor a pedal. O motor elétrico e seu barulhinho torturante apareceram em 1899.
05
A primeira escova usada para limpar os dentes apareceu na China, em 1498, mas suas cerdas eram feitas com pêlos de porco. Mais tarde, estes foram substituídos por pêlos de cavalo. Foi em 1938 que Du Pont desenvolveu as cerdas de náilon usadas hoje em dia.
06
Mesopotâmia, atual região do Iraque, artefatos de folhas de palmeira, pluma ou papiro protegiam a cabeça dos reis contra o sol. Isso há 3400 anos. Raramente chovia por ali. Em 1786, os ingleses começaram a sair às ruas com os guarda- chuvas
07
A chupeta foi inventada por um médico russo, Stoitchcovsky, na antiga União Soviética. Ele não suportava o choro constante da sua filha, Katerínikoskitóva, e aperfeiçoou um método de silenciamento que ele conhecera quando trabalhava na KGB (ex-agência de inteligência russa). Como não queria matar a sua própria filha, que apesar de chata era muito amada, trocou o ferro derretido por plástico e meteu-o na boca da bebê. Como isso funcionou na perfeição, Stoitchcovsky adaptou a chupeta (como ficou conhecido o instrumento silenciador de crianças) e fez com ela um instrumento de alimentação (já que a criança chorava quando lhe tiravam a chupeta para comer). Stoitchcovsky só não ficou milionário com esta sua invenção porque tudo na época era controlado pelo Estado e eles assumiram a patente da chupeta e do biberão. Isso era tão útil que até os Estados Unidos incorporaram a chupeta e o biberão no seu país, mas fingiram que foi uma criação norte-americana para não admitirem a utilização de um instrumento soviético nas suas crianças.
08
A origem dos símbolos do homem e da mulher nasceu da mitologia grega. O circulo com a cruz representa o espelho de Afrodite (Vênus), símbolo da mulher. O círculo com uma flecha dirigida para o alto representa o escudo e a lança de Ares (Marte), símbolo do homem.
09
A holografia é uma técnica fotográfica que registra em três dimensões qualquer objeto. Foi inventada em 1948 pelo físico húngaro Dennis Gabor, ganhador do Prêmio Nobel de física em 1971.
10
As bermudas nasceram nas ilhas Bermudas. Na década de 1930, o arquipélagos Bermudas, no Caribe, era uma balneário muito procurado para as férias. Só que as leis locais proibiam que as mulheres andassem com as pernas de fora. Para não derreter no calor, elas passaram a usar shorts que chegavam quase ao joelho.
11
Quem inventou as férias foi um norte-americano chamado John Silvy, que era empregado de limpeza do Senado Americano em 1835. Ele estava cansado de trabalhar tanto e resolveu aproveitar o fácil acesso que tinha às gavetas dos senadores (precisava de limpar tudo, logo, tinha uma chave para tudo) para falsificar um pedido de votação para uma lei que garantiria aos trabalhadores um período de descanso (até então, não existia esse conceito entre os empregadores). A lei foi aprovada, pois John já sabia de antemão em que local ficavam as leis que eram aprovadas e as desaprovadas (os senadores não liam nada, apenas seguiam o que estava pré-definido pelo presidente). Apesar do susto, após terem descoberto a asneira que tinham feito, os senadores não tiveram escolha pois não era possível voltar atrás numa lei que tinha acabado de ser aceite por unanimidade. A partir daí, o mundo imitou os Estados Unidos e esse período de descanso passou a vigorar em quase todo o planeta. O termo “férias” surgiu porque John, espertamente, colocou no seu “projeto lei” que os funcionários no período de descanso continuam a receber a féria do mês. Como o descanso era em dois meses, seriam duas férias. Os empresários ficaram com tanta raiva que, jocosamente, passaram a chamar isso de “férias imerecidas” e, mais tarde, por preguiça, apenas de “férias”. Com o tempo, o termo tornou-se sinónimo desse período de descanso.
12
Havia um condimento já bastante popular em Minorca, uma das ilhas Baleares, no mar mediterrâneo, no começo do século XVIII. Depois da batalha no Porto de Mayon, o duque Richelieu voltou à França em 1756 com a receita do molho de creme e ovos. Ele batizou a mistura de “molho de Mayon” e pediu ao seu chefe de cozinha que preparasse a receita para um banquete que comemoraria a vitória contra os ingleses. Como o chefe não encontrou o creme, substituiu-o por óleo vegetal. Bateu bem, acrescentou alguns temperos e estava pronta a mayonnaise. Passou a ser usado como um condimento de alta qualidade reservado para as melhores carnes. Mesmo quando a maionese chegou à América no começo do século XIX, era considerada uma delicada criação francesa e difícil de preparar. Uma novidade ajudou a transformar a fina receita em um popular molho para sanduíches: a chegada do liqüidificador, que simplificou sua preparação.
13
Os primeiros guardanapos tinham o tamanho de uma toalha. Eles eram utilizados pelos egípcios, gregos e romanos antigos para limpar a comida de suas mãos. E, para ajudar na limpeza das mãos durante as refeições de vários pratos que duravam horas, os três povos faziam uso de tigelas para lavar os dedos, que continham água aromatizada por flores e ervas. Durante o reinado de Tarquinius Superbus, no século VI a. C., sétimo e último rei de Roma, a nobreza instituiu outra utilização para o guardanapo - uma espécie de sacolinha para a comida do cachorro. Já era esperado que os convidados para um banquete embrulhassem delícias servidas à mesa para levar para casa. Ir embora sem levar nada era considerado falta de respeito.
14
A primeira ambulância foi projetada em 1792 pelo barão Dominique Jean Larrey, médico de Napoleão Bonaparte, para retirar os soldados feridos do campo de batalha sem aumentar seus ferimentos, como acontecia nas charretes sem equipamento que antes eram utilizadas. Larrey tinha a fama de ser um cirurgião muito eficiente. Certa vez, durante uma pequena batalha, ele amputou duzentos braços e pernas de soldados sozinho. Juntamente com o médico-chefe do exército francês, Pierre François Percy, Larrey estabeleceu uma equipe de motoristas de ambulâncias composta de cirurgiões de campo e carregadores de maca. Cada divisão era equipada com doze ambulâncias com molas de suspensão. Foram usadas pela primeira vez durante a invasão de Napoleão na Itália, em 1796 e 1797.
15
Segundo diversos hieróglifos egípcios, de 2800 a. C., o aperto de mão era a forma pela qual um deus concedia seu poder a um dirigente terrestre. O verbo dar era representado por uma mão estendida. Os historiadores acreditam que o aperto de mão seria um gesto de boa vontade. O homem primitivo, que andava sempre armado, estendia a mão, vazia, para mostrar armas e desejava a paz.
16
O norueguês Erik Rotheim bolou um método de dispersar líquidos e pós por meio de um spray em 1926. Bastava colocar dentro do recipiente um gás ou um líquido que criasse pressão interna. Mas a idéia só foi desenvolvida comercialmente e, 1941, quando os pesquisadores americanos Lyle Goodhue e William Sullivan adaptaram a idéia para fazer um inseticida num spray em lata.
17
A água mineral com gás foi inventada pelo inglês William Browning em 1741. Ele teve a idéia de colocar ácido carbônico na água e engarrafá-la imediatamente. Assim as bolhinhas só se soltariam ao se abrir a garrafa.
18
Na era paleiolítica (primeiro período da Idade da Pedra), as roupas eram feitas de peles costuradas junto com o couro de animais. Faziam-se buracos nas peles e, para costurá-las, usava-se um instrumento parecido com a nossa agulha de crochê, feito de ossos. O aperfeiçoamento da agulha só viria na Idade Média, com a agulha de ferro. Ela surgiu no século XVI, na Inglaterra. Entretanto, a costura continuou sendo feita à mão, ou em velhas máquinas de tecer. Por fim, no século XVIII, a agulha teve sua capacidade multiplicada com a invenção da máquina de costura.
19
O inventor americano Willis Carrier produziu o primeiro ar-condicionado com fins comerciais em 1914. Carrier, um menino de fazenda que havia ganhado uma bolsa de estudos em engenharia, ficou fascinado pelos sistemas de aquecimentos e ventilação. Em 1902, um ano após sua formatura, ele preparou sua primeira máquina de resfriamento de ar para uma oficina de tipografia e litografia do Brooklyn. Os tipógrafos sempre reclamaram das variações de temperatura e umidade de ambiente, porque o papel alongava ou retraía, a tinta ficava fluida ou secava e as cores podiam variar de uma impressão para próxima. Carrier modificou o aquecedor a vapor convencional para que o sistema não somente resfriasse o ar mas também removesse sua umidade. Ele mesmo calculou e balanceou a temperatura e o fluxo do ar para que o sistema não somente resfriasse o ar mas também removesse sua umidade – além de acelerar o resfriamento. Conseguir esse efeito combinado deu a ele o título de “pai do ar-condicionado moderno”.
20
Existem duas versões conhecidas sobre o cigarro. Uma delas diz que, no começo do século XVI, os mendigos de Sevilha tiveram a idéia de enrolar o fumo das baganas de charuto num canudinho de papel. Rapidamente o cigarro chegou a Portugal e à Itáila, e, por intermédio dos marinheiros portugueses, aos portos de comércio do Mediterrâneo e à Rússia. A Segunda versão relata que foram os soldados turcos que inventaram o cigarro. Eles defendiam a cidade de São João de Acre dos ataques das tropas de Napoleão Bonaparte, em 1799, quando seu hookah (cachimbo comunitário refrigerado por água) foi destruído por uma bala de canhão. Para fumar, eles enrolaram tabaco em papel embebido em nitrato, utilizado para disparar os canhões.
21
O serralheiro francês Alexandre Fichet inventou o primeiro cofre moderno, em 1844, substituindo armários-fortes, que não eram a prova de fogo e roubo. Quem inventou os cofrinhos de porco? No século XVIII, existia um tipo de argila chamada pygg. As pessoas usavam os potes feitos de pygg para guardar moedas. Ao atender uma encomenda, um ceramista inglês, que não estava familiarizado com o termo, confundiu pygg com pig (“porco”, em inglês). Por isso, preparou potes em forma de porco. O engano acabou fazendo o maior sucesso.
22
A escada parece ter surgido 2 mil anos antes de Cristo. Os egípcios e os hebreus foram os primeiros a construí-las. O curioso é que elas eram feitas mais para decoração de tumbas e monumentos do que para uso prático. No século x a.C., apareceram as primeiras casas dotadas de escadas em Atenas e, depois, em Roma.
23
Os antigos egípcios já conheciam o espelho. Só que não era ainda espelho de vidro, era de bronze polido com areia, não sendo possível conseguir imagens muito nítidas. Isso ocorreria na chamada Idade do Bronze (3000 a.C.). Homens e mulheres passaram a se contemplar mais tarde no espelhos de prata. O reflexo não era perfeito, é claro. (Olhe-se numa bandeja de prata e você terá uma idéia de como eram os espelhos da antigüidade.) Em compensação, esses espelhos eram trabalhados com muita arte, apresentando formas e cabos bem elegantes. O engraçado é que nessa época já se conhecia o vidro, mas ninguém ainda tivera a idéia de usa-lo como espelho. Os espelhos de vidro, ancestrais dos espelhos de hoje, começaram a ser feitos em Veneza, no ano de 1300, obra de um artesão desconhecido. Cobria-se o lado de trás do vidro com mercúrio e estanho. Assim, a superfície dessa liga metálica tinha grande capacidade de reflexão por ser lisa como o vidro, além de não arranhar porque ficava protegida. Hoje a parte posterior do vidro usado para o fabrico de espelhos é coberta com uma fina camada de prata ou alumínio.
24
Ao pensar numa maneira de facilitar o transporte e o armazenamento de leite, o americano Gail Borden teve a idéia de desidratá-lo. Quando sua descoberta foi patenteada, em 1856, a invenção não despertou interesse, até que veio a guerra civil dos Estados Unidos, e Borden ficou rico.
25
Em 1823, o astrônomo e físico inglês John Herschel (1792-1871) expôs a idéia de que seria possível fabricar um tipo de lente de contato cujo lado de fora, ou superfície anterior, teria o mesmo poder de refração dos olhos, enquanto o lado de dentro, ou superfície posterior, seria moldado de modo a corresponder às irregularidades da córnea, membrana que recobre a parte colorida dos olhos, chamada íris. August Muller, fabricante de olhos artificiais, confeccionou na Alemanha, em 1887, as primeiras lentes que realmente foram usadas. Sua finalidade, basicamente, era suprir uma deficiência: umedecer a córnea de um paciente que tivera as pálpebras retiradas numa cirurgia. Um ano depois, o pesquisador suíço Adolphe Eugène Fick criou lentes cujo objetivo era a correção visual, e não mais a proteção dos olhos. Por esse motivo ele é considerado o inventor da lente de contato. Suas lentes eram confeccionadas em vidro soprado, desbastado e polido, e ocupavam toda a superfície dos olhos, incluindo a córnea e a esclerótica (parte branca). Foram chamadas, por isso, de lentes escleróticas.
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A primeira lista telefônica, publicada no ano de 1878 em New Haven, nos Estados Unidos, continha apenas cinqüenta nomes. Não havia números, só o nome dos donos de aparelhos. Quem quisesse informações deveria ligar a telefonista e dizer o nome da pessoa com quem desejava falar.
27
Em 1690, cozinheiros chineses desenvolveram um molho picante de salmoura com peixe em conserva, mariscos e temperos. O novo molho – chamado ketsiap- se tornou popular e seu uso se espalhou pela Malásia, onde foi denominado kechop. No inicio do século XVIII, marinheiros ingleses compraram o kechop e o levaram para a Inglaterra. Lá tentou-se imitar a receita chinesa mas na falta de muitos dos ingredientes, utilizaram-se como substitutos cogumelos, nozes e pepinos, e deram-lhe o nome de ketchup. Mas o molho só se tornou popular quando o americano Henry J.Heins teve a idéia de misturá-lo com molho de tomate e começou a produzi-lo, 1876. Hoje em dia, o ketchup é feito de tomates, vinagre, xarope de milho, sal e outros flavorizantes naturais
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Metro é a abreviatura de metropolitano, o sistema de transporte que utiliza trens que andam principalmente através de túneis subterrâneos. Três descobertas deram impulso ainda maior ao metrô: a perfuratriz a vapor, inventada em 1835 (e que passou a ser movida a ar comprido em 1861); a pá mecânica ou escavadora, também acionada a vapor, no início; e a dinamite, inventada em 1867. Dispondo de toda essa tecnologia – que na época era avançadíssima -, os ingleses inauguraram o primeiro metrô do mundo em 10 de janeiro de 1863, com trens a vapor. A linha tinha 6,4 quilômetros. Os trens elétricos entraram em operação somente em 1890. Em 6 de setembro de 1972, em homenagem ao sesquicentenário da nossa Indenpêndencia, o primeiro trem protótipo do Metrô de São Paulo funcionou experimentalmente. Mas ele só começaria a operar em 16 de setembro de 1974. O metrô do Rio de Janeiro entrou em funcionamento no dia 5 de março de 1979.
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O pioneiro foi Motel Inn, em San Luis Obispo, na Califórnia, aberto pela cadeia dos hotéis Hamilton, em 12 de dezembro de 1925. Foi projetado no estilo Renascença Espanhola por Arthur Heinman, que também criou a palavra Motel, embora ela não tenha entrado em nenhum dicionário até 1950. O Motel Inn contava com acomodações para 160 hóspedes, e cada chalé tinha seu próprio banheiro, telefone e garagem. Vários quartos eram equipados também com uma sala de jantar.
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A palavra caster, que significa “páscoa” em inglês, veio da antiga festa dedicada à deusa pagã chamada Eastre, que representava a primavera nos países no norte da Europa até o século VIII. Nesta festa, os europeus comemoravam a chegada da primavera, no mês de abril, com os ovos pintados de cores brilhantes, que lembravam a luminosidade da luz do sol. Depois, essa comemoração da primavera tornou-se uma festa cristã, e os ovos passaram a representar a ressurreição do filho de Deus. A lenda conta que Simão, o cireneu que ajudou Cristo a carregar a cruz até o Calvário, era vendedor de ovos.

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Ele foi inspirado no bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade Myra, Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, que estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos. Sua transformação em símbolo natalino aconteceu na Alemanha , e daí correu o mundo. A figura do Papai Noel que conhecemos hoje, com barba comprida e roupas vermelhas, foi obra do cartunista americano Thomas nast, na revista Harper’s Weeklys, em 1881.
32
Não se sabe exatamente quando ele começou a ser usado. Gravuras e desenhos do antigo Egito já mostravam homens com um envoltório no pênis. Uma das primeiras referências seguras vem do anatomista italiano Gabriel Fallopius, publicada em 1564. No século XVI, ele recomendava um saquinho feito de linho e amarrado com um laço, que provavelmente não era utilizado como anticoncepcional, mas sim como proteção contra doenças venéreas. Um século depois, um médico inglês conhecido como doutor Condon – alarmado com o número de filhos legítimos de Carlos II da Inglaterra (1630 – 85) – resolveu criar para o rei um protetor feito de tripa de animais para prevenir o nascimento de bastardos reais. Com a descoberta do processo de vulcanização da borracha, em 1939 as camisinhas passaram a ser fabricadas com esse material e se tornaram elásticas.
33
A empresa japonesa Sony colocou no mercado o primeiro videocassete em junho de 1969. Ele usava fitas magnéticas com 13 milímetros de espessura, capazes de reproduzir imagem e som de programas de TV. O aparelho entrou em uso doméstico em 1972.
34
Os cronistas gregos e romanos da Antiguidade contam que o inventor do vidro foi um mercador fenício que atravessava o deserto da Síria por volta de 200 a.C. Ele fez fogo na areia, sobre blocos de pedra. Na manhã seguinte verificou, surpreso, que entre as cinzas brilhava uma substância desconhecida, dura, quebradiça e transparente. era o vidro. O que ele julgara ser pedras eram, na verdade, blocos de potassa ou soda. Fenício e egípcios manufaturavam objetos de barro vitrificado. No século I a.C. surgiu o vidro soprado, cujos grandes centros produtores eram as cidades de Alexandria e Sídon. Essa técnica é usada até hoje: o vidro em estado líquido adere a ponta de um tubo metálico de 1,5 metro, formando uma bola. O operador sopra através do canudo, dando à bola o formato desejado. Na produção industrial o vidro é inflado o moldado por processos mecânicos. A primeira garrafa de vidro aparece na França no século XV. Já existiam garrafas de couro e madeira na Inglaterra e na Alemanha.
35
O vidro à prova de bala é um aperfeiçoamento do vidro laminado, criado em 1909 pelo químico francês Édouard Bénédictus. O vidro laminado consiste de duas lâminas de vidro com uma lâmina de material plástico entre elas. É usado em pára-brisas de automóveis para dar segurança aos passageiros em acidentes: ele se estilhaça mas seus pedaços tendem a ficar presos no plástico. A primeira versão do vidro à prova de balas usava uma folha de celulóide entre as lâminas de vidro. Contudo, o celulóide amarelava em pouco tempo, o que tirava a transparência do vidro. Em 1936, o celulóide foi substituído por polivinil butiral, o que eliminou o problema. Hoje, fazem-se vidros à prova de bala de trinta a quarenta milímetros de espessura, formados por várias camadas alternadas de vidro e de polivinil butiral. Esse vidro detém ou faz ricochetear projéteis comuns disparados a curta distância até três metros. O mesmo não acontece com projéteis de certas armas de alto impacto, que podem perfurá-lo.
36
O queijo já existia na Mesopotânia (atual Iraque) por volta de 6 mil anos antes de Cristo. Os povos nômades da região armazenavam o leite, durante seus deslocamentos, em bolsas feitas de bucho (estômago) de mamíferos. Esses recipientes contém resíduos de uma enzima chamada “renina”, que serve para coagular o leite durante o processo de digestão das crias ainda não desmamadas. Até hoje, mesmo nas grandes indústrias, utiliza-se o coalho feito de renina. Dez litros de leite, em média, dão um quilo do produto. O gorgonzola originou-se no vale do Po, norte da Itália, por volta do ano 880. Queijo bastante popular, a mozarela também surgiu da Itália em 1500.
37
São Francisco de Assis construiu o primeiro presépio para lembrar os fiéis do ambiente em que Jesus vivia. Foi na cidade de Greccio, na Itália, em 1224. Ele exibia o presépio à meia noite, exatamente na hora simbólica do nascimento. O ato era seguido de uma missa. Como os galos cantam habitualmente às primeiras horas da madrugada, e isso acontecia durante a solenidade, o povo deu a essa celebração o nome de “missa do galo”
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A origem da pólvora é cercada de mistério. A pista mais aproximada é uma carta de 1247 na qual o inglês Roger Bacon fala de uma substância capaz de produzir explosões barulhentas e brilhantes. Uma lenda explica sua origem: um monge alemão, Bertold Schwarz, tentava conseguir um tintura de ouro. Acabou levando ao fogo, num grande caldeirão, salitre, carvão e enxofre. Como esse três elementos juntos dão a pólvora, o resultado da sopa do alquimista foi uma bela explosão.
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Em 1920, Lindolfo Pio da Silva Dias fundou a Leiteria de Caldas em sociedade com outros fazendeiros do sul de Minas Gerais. Passou a pasteurizar leite e a produzir oito tipos de queijo fino. No ano de 1942, com o declínio do interesse dos cooperados, fundou com alguns sócios a LPC. A partir de 1944, a pedido do pai, Moacir de Carvalho Dias entrou na empresa e , depois de muita pesquisa, descobriu uma oportunidade de negócio, o requeijão. O novo produto, resultante de uma mistura equilibrada de coalhada seca e creme de leite fundidos a altas temperaturas, começou a ser fabricado no final de 1950. Devido à capacidade limitada de produção (2 mil unidades por mês), o requeijão passou algum tempo sendo comercializado somente na região de Poços de Caldas.
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Apesar de existirem referências a tipos de sutiã, que modelavam os seios sem cobri-los, na ilha grega de Creta, em 2500 a C., os méritos da invenção ficaram para a francesa Herminie Cadolle. Em 1889, essa fabricante de roupas resolveu rasgar o espartilho (descendente do corpete, criado no século XV) ao meio e criou a peça. Somente em 1913 a socialite americana Mary phelps Jacobs (pseudônimo de Caresse Crosby) aperfeiçoou o modelo, usando dois lenços, um pedaço de fita cor de rosa e um pouco de cordão, tornando-o mais próximo do que é hoje. Mary vendeu o seu sutiã sem costas a uma fábrica de roupas femininas, controlada pelos irmãos Warner, por 15 mil dólares. Os Warner lançaram ainda cintas-calças (1932), sutiãs em forma de taça (1935) e collants de lycra (1961). O sutiã com armação apenas na parte de baixo, para erguer o busto, foi uma criação do milionário americano Howard Hughes, na década de 40.
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Onde surgiram os primeiros tapetes? Na Mesopotâmia, no Egito ou na China? Impossível saber. O que se sabe é que a técnica foi descoberta mais ou menos à mesma época por vários povos, independentemente uns dos outros. O mais antigo tapete que chegou aos nossos dias tem por volta de 25 séculos. Num vale das montanhas Altai, situado próximo à Mongólia, foram descobertos cinco túmulos em 1929. Uma missão etnográfica soviética começou as escavações imediatamente. Vinte anos depois, na última tumba, a missão encontrou um tapete que fora protegido por uma grossa camada de gelo. O "tapete de Pasyryk" mede 182 x 200 centímetros, e tem 4 mil nós por decímetro quadrado, densidade equivalente à dos mais valiosos tapetes atuais. É provável que o tapete de Pasyryk seja de origem cita (povo nômade originário do Irã). Eles aprenderam a arte do ponto de nó de seus vizinhos persas. Estes a aprenderam os povos da Mesopotâmia. Pelos historiadores gregos, sabe-se que a época áurea do tapete se situa no reinado de Nabucodonosor II.
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Na primavera de 1896, dois Droschkes (tipo de carruagem) começaram a ser operados por um alemão conhecido como Dütz, na cidade de Greiner foram os primeiros verdadeiros táxis. Eram veículos a motor equipados com taxímetro, outra novidade criada ali. Antes, os passageiros precisam acertam o preço da corrida com o motorista. Já os taxímetros tinham um dispositivo ligado às rodas que medida distância percorrida. A novidade logo se espalhou por outras cidades da Europa, e dali para o mundo.
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Os trabalhadores do campo petrolífero da Pensilvânia, nos Estados Unidos, tratavam seus machucados e queimaduras com um resíduo incolor que obtinham nos êmbolos das perfuradoras. Em 1859 o químico inglês Robert Chesebrough percebeu isso e levou amostras daquela "geléia de petróleo" para pesquisá-las em Nova York. A geléia foi redefinida até que Chesebroug conseguisse obter a vaselina, como é conhecida atualmente.
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Não se sabe ao certo nem quando nem onde os jogos de cartas apareceram pela primeira vez. Provavelmente, as cartas surgiram na China, no século X. No início eram simples tiras de papel, marcadas com conchas de pedra, flechas e ossos, usadas em rituais de adivinhação. Por volta de 1300, as cartas chegaram à Europa, levadas pelos árabes. Eram conhecidas com Tarôs, em baralhos de 22 cartas. No final do século XVI, apareceu o baralho moderno, de 52 cartas, ficando tarô apenas para as previsões. Os naipes mais comuns eram taças, moedas, espadas e bastões. Da França, o baralho ganhou o mundo, e os naipes evoluíram até os atuais copas, ouros, espadas e paus.
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O nome original das batatinhas chips era "Saratoga chips", por causa do local onde se originaram - Saratoga Springs, uma elegante estância hidromineral do século XIX, no estado de Nova York. Existem duas versões sobre sua origem. Ambas ocorrem no Moon's Lake House Restaurant. De acordo com a primeira versão, certo dia a cozinheira assistente "tia Katie" Weeks estava fritando roscas quando acidentalmente jogou uma casca de batata na frigideira, retirou-a e ficou estupefata ao ver o cozinheiro-chefe, George Crumb, comer indiferente o petisco e dizer a ela que estava delicioso. Na segunda versão, o motivo não teria sido um acidente, mas vingança. Um freguês chato demais mandou algumas batatas fritas à francesa de volta à cozinha, reclamando que não estavam crocantes o suficiente. Para se vingar, Crumb cortou as batatas finas como papel, passou-as na água fria para endurecê-las e fritou-as até ficarem quebradiças como galhos secos. Aconteceu que o freguês as devorou e pediu mais. Em poucos meses elas eram oferecidas como acompanhamento em todos os bares e mesas de Saratoga.
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O bikini nasceu no dia 1º de julho de 1946. Os Estados Unidos inauguraram os testes nucleares em tempo de paz ao lançar uma bomba atômica sobre o atol de Bikini, no Pacífico. Os preparativos e a explosão do engenho, semelhante às que arrasaram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, ao fim da Segunda Guerra Mundial, despertaram grande interesse em toda parte. Por esse motivo, o estilista francês Louis Réard (1897- 1984) aproveitou o nome do atol para batizar sua mais recente e explosivamente ousada criação; um escassíssimo maiô de duas peças. Tão ousada que as modelos profissionais as recusaram a vestir a novidade para sua apresentação. Réard teve de recorrer a Micheline Bernardini, strip-teaser do Cassino de Paris.
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Os primeiros registros de preparo de biscoitos remetem à época dos faraós, no antigo Egito. Graças aos ciclos de enchentes e vazantes do rio Nilo, que fertilizavam suas margens, os egípcios puderam se dedicar ao cultivo do trigo. E um povo que baseava no trigo sua principal produção agrícola acabaria infalivelmente por descobrir o pão. Com a utilização do fogo e de fornos rústicos, os pães eram assados, tornando-se muito mais apetitosos. Daí até a elaboração de biscoitos, o caminho foi relativamente curto. Inicialmente, o biscoito ocupava um lugar ligado a rituais egípcios. Moldado a partir de formas animais e humanas, era oferecido às divindades em troca de chuvas, para que se assegurasse a fertilidade do solo.Em pouco tempo, o hábito de produzir biscoitos estendeu-se a outras regiões do Mediterrâneo e do Oriente Médio. Assírios, babilônios e gregos foram alguns dos povos que, a exemplo dos egípcios, passaram a regalar seus deuses com biscoitos de trigo e mel. Com o transcorrer dos séculos, os franceses começaram a desenvolver novas técnicas para essa produção. E concluíram que, se assassem o biscoito duas vezes, a umidade seria reduzida, permitindo a conservação do produto por um tempo maior. Vem aí o nome biscoito, forma aportuguesada da palavra francesa biscuit, que significa, "assado duas vezes".
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A boneca já existia desde o Egito dos Faraós. Eram bonecas de braços móveis, peruca de cabelos naturais, às vezes acompanhadas de pequenas casas com minúsculas mobílias. Os gregos e os romanos também tinham suas bonecas: eram de madeira, marfim ou terracota, com articulações de couro ou de tecido. Na Idade Média e na Renascença, as bonecas tinham roupas esplêndidas, que refletiam a moda da época. Chegavam a ser enormes e deram origem aos atuais manequins das lojas. A partir de 1860, um francês chamado Jummeau começou a confeccionar bonecas com cabeça de porcelana. No século XX as bonecas passaram a ser industrializadas, sendo feitas de plástico. Com olhos móveis, peruca e corpo articulado. O americano Thomas Edison foi o inventor da primeira boneca que falava, em 1880. Ela dizia "papai" e "mamãe" - uma gravação de voz humana.
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O botão existia provavelmente desde 3 mil anos antes de Cristo. Foi desenterrado, no vale do Indo, um amuleto de concha, furado com dois buracos, que poderia ter servido de botão. Mil anos depois, as populações da Escócia e do norte da Inglaterra fabricavam botões de um material chamado azeviche. Os botões reapareceram no fim da Idade Média, tanto para segurar quanto para decorar vestimentas. Eles eram de prata ou de metal dourado. No século XIV, passaram a ter uma função prática, e o material de que eram feitos se diversificou: metais preciosos, cobre, cristal ou ainda vidro e tecido. O botão se tornaria popular no século XVIII, devido ao barateamento dos custos, quando sua fabricação em escala industrial teve grande desenvolvimento. A partir de meados do século XIX, conchas, madrepérola, vidro preto, aço e latão trabalhado e chifre moldado costumavam ser usados para fazer botões, que já haviam se tornado parte integrante do desenho de moda.Em 1807, o dinamarquês Bertel Sanders inventou o botão de pressão, que unia dois discos de metal que podiam prender ao mesmo tempo qualquer tecido.
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O mais antigo bumerangue já encontrado era feito de presa de mamute e tinha aproximadamente 23 mil anos! Embora o bumerangue seja um dos símbolos da Austrália, esse primeiro foi encontrado na Polônia. Para não correr o risco de quebrá-la, os pesquisadores não atiraram a presa, mas uma réplica, que voltou às mãos de quem a atirou. O mais antigo bumerangue australiano, feito de madeira, remonta a 10 mil anos, e existem pinturas de mais de 15 mil anos em rochas os retratando. O bumerangue originou-se como um refinamento de um simples pedaço de madeira arremessado como arma. Alguém notou que certos pedaços de madeira voavam mais longe do que outros quando atirados e começou a procurar (ou fazer) bastões naquele formato. A razão para diferença é aerodinâmica. Um velho e simples pedaço de madeira, quando atirado horizontalmente, desce verticalmente à medida que se afasta até cair no chão, tornando-se inútil como arma após certa distância. Mas um bastão com o formato certo pode ir subindo à medida que se move pelo ar, como a asa de um avião, e ficar mais tempo em vôo. Esse tipo pode alcançar o dobro da distância do modelo-padrão.
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Segundo o filósofo Aristóteles, a existência de pedras capazes de atrair o ferro tinha sido observada por Tales de Mileto, no século VII a.C. Mas a bússola só seria inventada na china, no século I. Os chineses utilizavam um instrumento capaz de indicar a direção sul: a colher-que-aponta-o-sul. Eles a substituíram, novecentos anos depois, por uma peça mais simples, o peixe-que-aponta-o-sul. O que é isso? Uma folha de ferro é recortada em forma de peixe e aquecida até se tornar incandescente, e depois rapidamente temperada na água, o que a torna magnética. Colocado em seguida sobre a superfície de água parada, o peixe se comporta como um ímã flutuante, e sua cauda se orienta para o norte. No século XI, os chineses desenvolveram outros tipos de bússola, entre os quais a agulha suspensa num fio de seda. Embora eles utilizassem esses instrumentos para "adivinhar" a direção sul ou para se orientar em suas viagens terrestres, só muito mais tarde usaram a agulha imantada nas viagens marítimas. A primeira referência a uma agulha-que-aponta-o-sul utilizada pelos marinheiros só vai ser encontrada numa obra do século XII.
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Alexander Graham Bell inventou o telefone, em 1876, mas um fato pouco conhecido é que seu assistente Thomas Watson - famoso por ter recebido o primeiro telefonema - foi o inventor da cabine telefônica.
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Depois do cerco de Veneza pelos turcos, em 1683, a Europa adotou o hábito de tomar café do império Otomano. Despejava-se água fervente numa xícara em cujo fundo havia café moído, perdendo-se uma boa parte do aroma. Em 1802, o farmacêutico francês François-Antoine Descroisilles inventou a cafeteira, feita de dois recipientes sobrepostos e separados por um filtro. Descroisilles chamava a sua invenção de caféolette. O químico e agrônomo francês Antoine Cadet de Vaux criou a cafeteira de porcelana em 1806. A máquina de café expresso seria inventada em 1946 pelo italiano Achille Faggia, revolucionando a maneira de fazer café.
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Inventada por James J. Ritty nos Estados Unidos, em 4 de novembro de 1879. Ele tinha um sallon em Ohio. Seus funcionários viviam levando seu dinheiro e muitos clientes discutiam na hora de somar as despesas. Numa viagem de barco, Ritty observou um mecanismo que contava os giros dados pela hélice do barco. Foi aí que veio a idéia de fazer uma caixa registradora, com mecanismo semelhante, para solucionar seus problemas. Ela passou a funcionar a eletricidade em 1904, por iniciativa de outro americano. Charles-Franklin Kettering.
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Ao antigos sumérios em 4000 a.C., enterravam os mortos em cestas montadas com ramos trançados. Mas existia um medo de que esses mortos voltassem para buscar os vivos. Por isso, o cadáver era amarrado e seus pés e a cabeça, amputados. A caminho do enterro, um trajeto bastante sinuoso era feito para que ele não pudesse achar o caminho de volta para sua antiga casa. Apesar da cova abaixo da terra ser vista como uma boa precaução, enclausurá-lo primeiramente num caixão de madeira tornava ainda mais seguro, e fechar a tampa com muitos pregos garantia uma proteção extra. Além disso, uma pedra larga e pesada era colocada sobre a tampa antes que a terra fosse depositada em cima. Uma pedra maior era colocada depois sobre a sepultura.
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A calça vem sendo usada pelo homem desde a Antiguidade. O bolso só foi aparecer por volta de 1500. A braguilha surgiu pela primeira vem em 1534. A princípio, era uma espécie de bolso que ficava na parte da frente da calça. A braguilha só ganharia a forma atual com Louis-Phillippe, rei da França entre 1830 a 1848. As pantalonas (calças compridas com bocas largas) começaram a surgir no início da década de 1800.
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As soluções para os olhos, por causa da extrema sensibilidade dessa parte do corpo, sempre foram elaboradas com o maior cuidado. Um dos mais antigos colírios registrados, feito do extrato de uma planta mahuang, foi preparado na china há 5 mil anos. Hoje os oftalmologistas sabem que o ingrediente ativo era o hidroclorico de efedrina, que ainda é usado para tratar pequenas irritações oculares, especialmente olhos inflamados devido a reações alérgicas.
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A cama, composta de um estrado amarrado com correias e de uma cabeceira, é conhecida desde o Egito faraônico e da Grécia antiga. Ulisses, o herói de Odisséia, teria construído sua cama com as próprias mãos. A Etrúria e Roma usavam a cama fosse para descansar, fosse para fazer refeições. Os romances franceses do século XII falam da "cama para deitar". Na Idade Média, as camas eram feitas pelos fabricantes de baús e estofadas pelos fabricantes de fronhas, de mantas e de cordas. As camas, onde dormiam todos juntos - homens, mulheres e cães -, tinham dois metros de largura, e as criadas precisavam usar um "pau de cama" para estender lençóis e cobertores. Bernard Castro, um industrial italiano nos Estados Unidos, inventou o sofá-cama conversível na década de 30. O colchão d'água foi bolado pelo americano Charles P. Hall, em 1967, para combater sua insônia.
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A corte real francesa do século XVII foi a primeira a popularizar o salto alto na Europa. O salto mantinha o pé relativamente a salvo da lama; além disso, criava uma elevação física correspondente à elevação social dos nobres e exagerava-lhes o andar. Justamente por ser tão precário, o salto indicava que a pessoa não tinha medo de cair no chão. Na verdade, no século XVII os que usavam salto alto, tanto homens como mulheres, como freqüência tinham de ser transportados em cadeirinhas carregadas por criados, pois não conseguiam caminhar no calçamento de pedras. Naquela época, o salto às vezes era uma grande plataforma inteiriça, e para caminhar o aristocrata necessitava do apoio constante de dois criados que, um de cada lado, o seguravam pelos braços. O salto agulha surgiu na Itália durante a década de 50. Era feito de náilon e de plástico, que recobriam seu interior de metal.
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A toalha de papel foi um erro de produção da fábrica dos irmãos Scott, inventores do papel higiênico. Uma remessa da usina de papel estava defeituosa e o rolo matriz veio muito pesado e enrugado. Inadequado para papéis de banheiro, o produto estava para voltar ao moinho quando um membro da família Scott sugeriu perfurar o papel grosso em folhas do tamanho das atuais de papel-toalha. A toalha de papel descartável empacotada foi vendida inicialmente em 1907 para hotéis, restaurantes e estações de trem. Havia certa resistência econômica às toalhas de papel por parte das donas de casa: por que pagar por uma toalha que vai ser usada só uma vez, enquanto uma toalha de pano pode ser lavada e reutilizada muitas vezes? Como o preço das toalhas de papel foi caindo, as donas de casa começaram a gostar da idéia.
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O primeiro modelo surgiu na Europa há cerca de 5 mil anos e tinha as lâminas unidas por uma mola. Na Roma antiga, assim como na China, no Japão e na Coréia, os artesãos utilizavam tesouras de eixo de bronze ou de ferro. Parecidas com as de hoje. Até o século passado, eram forjadas à mão e muito mais ornamentadas. O uso doméstico se iniciou no século XVI. A partir de 1761, com a manufatura de tesouras de aço pelo inglês Robert Hinchlife, o utensílio tornou-se realmente popular.
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O primeiro foi o sindicato dos mineiros de Newcastle, Inglaterra fundado em 1699. Seu objetivo era organizar seguros contra doenças, velhice e morte. A greve surgiu muito antes. Em 490 A.C., os romanos fizeram greve contra os cobradores de impostos, pelo direito de se casar com patrícios e pelo direito ao voto. O seguro-desemprego apareceu em 1789, na cidade de Bâile, na Suíça, e o salário-família começou a ser pago por empresas francesas em 1918.
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Imaginada no século XV pelo italiano Gattinara, a primeira seringa teve de esperar quase duzentos anos para ser realmente colocada em prática. Os ingleses C. Wren e R. Boyle fizeram as primeiras demonstrações da novidade em 1657. A seringa hipodérmica foi criada em 1853 pelo médico francês Charle Pravaz ( 1791-1853). Ela possibilitava injetar os remédios diretamente no organismo, antes só tomados por via oral.O médico londrino Fergusson foi o primeiro a usar o vidro, que permite acompanhar a saída do medicamento da injeção. Mas foi o francês Luer quem, em 1869, fabricou a primeira seringa todinha de vidro.
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O terno surgiu na França, no século XVIII. Era moda utilizar paletó, colete, camisa e calças feitos com diferentes tecidos, padrões e cores. O corte era largo, e o terno foi pensado como um vestuário de campo informal, conhecido como "roupa de descanso". Como essas roupas também eram utilizadas para andar a cavalo, os alfaiates faziam uma fenda atrás no paletó - origem das aberturas encontradas nos ternos atuais.Apenas em 1860 todos os componentes de um terno passaram a ser confeccionados com o mesmo tecido.
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Os primeiros guardanapos tinham o tamanho de uma toalha. Eles eram utilizados pelos egípcios, gregos e romanos antigos para limpar a comida de suas mãos. E, para ajudar na limpeza das mãos durante as refeições de vários pratos que duravam horas, os três povos faziam uso de tigelas para lavar os dedos, que continham água aromatizada por flores e ervas. Durante o reinado de Tarquinius Superbus, no século VI a. C., sétimo e último rei de Roma, a nobreza instituiu outra utilização para o guardanapo - uma espécie de sacolinha para a comida do cachorro. Já era esperado que os convidados para um banquete embrulhassem delícias servidas à mesa para levar para casa. Ir embora sem levar nada era considerado falta de respeito.
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Os antigos gregos e romanos já utilizavam grandes banheiras, de mármore ou prata. Especialistas acreditam que os chuveiros apareceram por volta de 1350 a.C. Em Akhenaten, a antiga capital do Egito, arqueologistas descobriram um lugar raso, que seria uma espécie de tina para banhos de chuveiro. Um vaso grego do século VI a.C. mostrava mulheres se banhando no que pareciam-se chuveiros. A ducha foi inventada por Merry Delabost, médico-chefe da prisão Bonne-Nouvelle, na França, em 1872, para os detentos melhorarem sua higiene.
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Não se sabe certo quem inventou os óculos. Na Antigüidade, as pessoas que não enxergavam bem usavam objetos transparentes para enxergar melhor. Conta-se que o imperador romano Nero assistia aos espetáculos públicos com uma jóia de facetas curvas diante dos olhos. Talvez fossem facetas côncavas, para corrigir uma miopia acentuada. Lentes junto aos olhos foram usadas pela primeira vez no fim do século XIII. O vidraceiro italiano Salvino Degli Armati (1245-1317) morava na cidade de Pisa. Por volta de 1285, ele percebeu que duas lentes, de certa espessura e de certa curvatura, aumentavam os objetos. Armati contou a descoberta a um amigo, Alexandre della Spina, que tratou de espalhá-la. Os primeiros óculos, de lentes convexas, atendiam os problemas de hipermetropia (dificuldade de ver os objetos próximos). As lentes, para míopes, apareceram no final do século XV. Em 1781, o americano Benjamin Franklin criou as lentes bifocais - ou seja: numa só lente, um foco para ver de perto e outro para ver de longe
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Os primeiros comerciantes costumavam trocar mercadorias. Mais isso tornava negócios bastante complicados quando se precisava viajar longas distâncias. Por isso, seria muito mais prático carregar moedas de peso-padrão. Os lídios habitantes de um reino da Ásia Menor, foram os primeiros a cunhar moedas e lingotes de electrum (liga natural de prata e ouro) em 620 a.C. Seu uso se espalhou rapidamente entre os gregos jônicos, que faziam comércio ao longo da costa da Ásia Menor.
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Embora os astecas já conhecessem o grafite, trabalhadores de uma mina de carvão em Cumberland, na Inglaterra, entusiasmaram-se quando puseram as mãos, por acaso, numa substância negra e brilhante, fácil de raspar com as unhas. De tão macia que era, deixava um traço nítido no papel, sem rasgá-lo. Isso aconteceu em 1564. No ano seguinte, o físico suíço Konrad com Gesner descreveu o uso de um instrumento de escrita semelhante ao lápis. Duas tabuinhas eram recheadas com uma fatia de grafite. Acontece que o grafite quando saia das minas, era mole e se quebrava facilmente. Até que, em 1795, o químico francês Nicolas-Jacques Conté inventou um jeito de misturá-lo com argila e queimar a mistura em fornos, tornando-o mais resistente e conservando a maciez. No ano de 1791, o carpinteiro alemão Kaspar Faber conseguiu chegar ao lápis cilíndrico, igualzinho ao de hoje em dia. Os lápis de cor tornaram-se comuns depois de 1850, com o aparecimento das anilinas. Em 1858, o americano Hyman Lipmam criou o lápis com a borrachinha na ponta.
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Em 1886, Eduardo VII era apenas o príncipe de Gales e tinha 41 anos (ele se tornaria rei entre 1901 e 1910). Saturado das incômodas abas traseiras de fraques e casacas, que lhe davam um certo jeito de pingüim, ele pediu a seu alfaiate que lhe confeccionasse um traje de cerimônia sem abas atrás. Anos depois, o traje ganhou o nome de 'dinner jacket" (paletó de jantar) e "smoking jacket", porque os varões ricos adoravam se encontrar depois do jantar para tomar licor e dar baforadas em cigarros e charutos. Os americanos atribuem a invenção a Peirre Lorillard IV, um dos magnatas do fumo, no ano de 1896. O blazer foi invenção de um capitão inglês que fazia questão que todos os tripulantes do H.M.S Blazer vestissem japonas azuis, com botões de metal. Quem também teve um pai fardado foi o pulôver de cardigã. Ele foi usado por oficiais do exército britânico durante a guerra da Criméia, em 1864. Recebeu esse nome em homenagem ao sétimo conde de Cardigan, James Thomas Brudenell (1797 - 1868)
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O tenente-coronel Jacob Schick, do exército americano, estava bastante satisfeito com o resultado das lâminas de barbear que recebera. Ou melhor, quase satisfeito. Quando não havia água ou creme, ele não conseguia fazer a barba. Durante o inverno, quando a água quente acabava, era outro sacrifício. Ao deixar o exército, em 1918, ele pensou num 'barbeador a seco", operado por um motor elétrico, inicialmente patenteado no ano de 1923. O seu barbeador elétrico foi lançado comercialmente em 1931, depois de ele hipotecar sua casa e se afundar em dívidas. No primeiro ano, Schick vendeu trezentos barbeadores elétricos. Em 1937, os números já haviam saltado para 2 milhões.
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Um artista inglês chamado John Calcott Horsley é considerado o criador do primeiro cartão de Natal. A novidade surgiu em 1843, graças a uma encomenda de Henry Cole. Ele estava tão atolado de trabalho que não teve tempo de escrever mensagens para todos os amigos. O primeiro cartão mostrava um família brincando numa festa de Natal. A mensagem era "Feliz Natal e próspero Ano Novo para você", e foram impressos cem cartões. Uma parte deles foi vendida pelo dono da impressora, John Cundall, numa loja no centro de Londres.
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As primeiras meias foram utilizadas pelas mulheres gregas por volta de 600 a.C. Na verdade, elas eram um sapato baixo tipo sandália, que cobria principalmente os dedos do pé e o calcanhar. Chamadas de sykhos, eram consideradas um artigo vergonhoso para ser usado pelo homem e se tornaram uma das vestimentas para teatro cômico favoritas, garantindo o riso quando um ator masculino as usava. As mulheres romanas copiaram o sykhos e latinizaram seu nome para soccus. De Roma, a soccus de couro macio viajou para as ilhas britânicas, onde os anglo-saxões descobriram que uma daquelas bem macia dentro de uma bota protegia os pés de arranhões. Estava, assim, a caminho de se tornar a meia moderna. A meia-calça foi uma invenção usada inicialmente pelos homens. Na Antigüidade, os povos do Mediterrâneo vestiam saiotes e não precisavam se preocupar em proteger as pernas, porque a região era bastante quente. No norte da Europa, onde fazia frio, as tribos germânicas cobriam da cintura até os tornozelos. O exército de Júlio César, no século I a.C., também usava esse tipo de proteção quando partia para conquistas. Ao longe dos séculos, a proteção se estendeu dos tornozelos para os pés, e a meia-calça estava inventada.
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Até o final do século XIX, os homens traziam seus patacões na algibeiras ou suspensos em correntes nos bolsos dos coletes. Dizer as horas naquela época envolvia um breve mas impressionante ritual: retirar o relógio de seu compartimento, abrir a tampa e só aí anunciar as horas. Até que o relógio de pulso foi inventado em 1907 pelo joalheiro francês Louis Joseph Cartier ( 1875-1942), a pedido do aviador Alberto Santos Dumont. Ele queria checar seu tempo de vôo em testes de velocidade mais rapidamente do que seria capaz com um relógio de bolso ( Santo Dumont chegou a improvisar um relógio de bolso amarrado ao pulso por um lenço). A fábrica de jóias e bijuterias Cartier foi fundada em Paris, França, por Louis-François Cartier, em 1847. A Cartier ficou famosa também pelo desenvolvimento de um relógio de luxo à prova d'água, em 1931.
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O americano Thomas Alva Edison ( 1847-1931) foi o maior inventor de todos os tempos. Registrou 1093 patentes, recorde até hoje não superado. A lista de criações de Edison inclui a locomotiva elétrica, o projetor do cinema, o microfone a carvão, o fonógrafo ( gravador) e o telégrafo automático. Desenvolveu casas pré-fabricadas e aperfeiçoou o telefone. A mais famosa de suas criações foi a lâmpada. Em 21 de outubro de 1879, Edison desenvolveu a primeira lâmpada, que ficou acesa por 45 horas seguidas. Até que ela se apagasse o inventor não saiu do laboratório (depois dormiu, de roupa e tudo, por 24 horas seguidas). O desafio parecia simples: Edison precisava encontrar um material que ficasse incandescente quando a corrente elétrica passasse por ele e fazer com esse material um fio fino. Esse filamento deveria ficar isolado dentro de um bulbo de vidro do qual o ar tivesse sido retirado, pois o oxigênio facilita a combustão. Numa época em que o normal era o cientista trabalhar sozinho. Edison chegou a contar com o apoio de sessenta pesquisadores. Só para a lâmpada, eles testaram dezenas de filamentos - até fios de barba de colegas - antes de chegar ao algodão carbonizado usado no primeiro modelo de sucesso. O filamento ( hoje se usa o de tungstênio) é aquecido a ponto de emitir luz. Ele foi fundador da Edison Electric Light Company, embrião da atual General Electric, conglomerado gigante da indústria eletrônica.
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Na Índia, há 2000, quem cometia o adultério, e era descoberto, carregava a marca para o resto da vida. A "condenação" era amputar o nariz de quem fosse pego em delito. Cirurgiões indianos tentavam reconstruir a ponta do nariz das vítimas, utilizando um retalho da face interna do braço e também pontas de orelhas. Esta cirurgia foi descrita no livro de Sushruta e, é o primeiro registro de uma cirurgia plástica.
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É difícil de acreditar, mas a American Express, quando foi inaugurada, era uma companhia expressa de transporte de bilhetes e cargas. Criada em 1850, expandiu seus negócios pelos Estados Unidos e, posteriormente, pela Europa, em virtude do aumento das viagens dos americanos. Passou então a atuar em outros setores, criando os travelers cheques e os cartões de crédito na década de 50.
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No século XII. Os moinhos de vento foram inicialmente usados para triturar milho e bombear água; mais tarde, para operar pequenas serrarias. Hoje, sua principal utilização é acionar geradores elétricos.
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Durante as batalhas, os cavaleiros medievais cobriam todo o corpo com metais para se proteger. Como os parentes e amigos não conseguiam identificá-los, iniciou-se o costume de pintar desenhos nos escudos e capacetes dos cavaleiros. Estes desenhos acabaram transformando-se em brasões, que representam símbolos de nobreza.
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João Dória, um publicitário que lançou em 1950 uma campanha com o seguinte slogan: "não é só de beijos que se prova o amor", foi quem inventou o dia dos namorados. O dia 12 de junho foi provavelmente escolhido por ser véspera do dia de Santo Antônio, o tão conhecido santo casamenteiro das meninas casadeiras.
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Por volta de 1921, o ensaísta americano A. A. Milne deu ao seu filho, Robin, um ursinho de pelúcia como presente de seu primeiro aniversário. Ele o batizou de "Winnie the Pooh" (ursinho puffy) em homenagem a Winnie, um urso de verdade do zoológico de Londres. As histórias sobre o ursinho que Milne contava para seu filho chegaram ao ouvido de um redator de uma revista, que sugeriu a sua publicação. Em 1924, Milne publicou "When we were very young" (Quando éramos jovens), uma série de versos apresentando o ursinho. Em 1926, saiu "Winnie the Pooh", com as histórias que seu filho ouvia.
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William Hanna e Joe Barbera foram incumbidos pela MGM de desenvolverem o nome destes dois personagens. Em vez de se empenharem em pesquisas, preferiram pedir a seus companheiros de trabalho que colocassem pares de nomes em um chapéu. O par sorteado foi "Tom e Jerry", criado pelo animador John Carr, que ganhou parcos 50 dólares pela idéia.
Fonte: Felipex