As mulheres só adquiriram o direito de votar em 1932 e, já no ano seguinte, Carlota Pereira de Queirós foi eleita a primeira deputada federal. Atualmente, a bancada feminina na Câmara é composta por 46 parlamentares - apenas 9% do total.
Veja abaixo uma breve biografia de deputadas que fizeram parte da história da Câmara nesses mais de 70 anos de participação política feminina.
Ivete Vargas
Cândida Ivete Vargas Tatsch nasceu no dia 17 de julho de 1927, em São Borja (RS). Seu avô materno era irmão do presidente Getúlio Vargas. Aos 15 anos, começou a colaborar com artigos para o jornal Brasil-Portugal.
Formada em História, Geografia e Letras Neolatinas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, foi eleita deputada federal por São Paulo, em outubro de 1950, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Em 1953, o governo a nomeou representante brasileira na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque (EUA). Foi eleita deputada federal em 1957, novamente pelo PTB paulista. Nas eleições de 1962, reelegeu-se deputada federal, dessa vez pelo Rio de Janeiro, com a coligação PTB/PSB.
Na época do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e elegeu-se deputada federal por São Paulo, em 1966. O mandato foi cassado pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5), afastando-a da vida política. Em 1978, iniciou campanha pela rearticulação do PTB, antecipando-se à lei que extinguiu o bipartidarismo, sancionada em 29 de novembro de 1979.
Em maio de 1980, o Tribunal Superior Eleitoral autorizou o registro do Partido Democrático Trabalhista (PDT), que foi criado por Leonel Brizola e presidido por Ivete Vargas até sua morte, em 3 de janeiro de 1984.
Carlota Pereira de Queirós
Carlota Pereira de Queirós nasceu em São Paulo, em 1892. Formou-se em Medicina em 1926. Iniciou-se na política em 1932, quando organizou, junto à Cruz Vermelha, um mutirão de 700 mulheres para dar assistência aos feridos na Revolução Constitucionalista, em São Paulo.
Em maio de 1933, foi a única mulher eleita deputada à Assembléia Nacional Constituinte, na legenda da Chapa Única por São Paulo. Na Constituinte, integrou a Comissão de Saúde e Educação, trabalhando pela alfabetização e assistência social. Como deputada, foi autora do primeiro projeto sobre a criação de serviços sociais no País.
Eleita pelo Partido Constitucionalista de São Paulo no pleito de outubro de 1934, permaneceu na Câmara até 1937, quando foi instaurado o Estado Novo (1937-45) e o Congresso Nacional foi fechado. Apoiou o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart, em 1964. Morreu em São Paulo, em 1982.
Cristina Tavares
Maria Cristina de Lima Tavares Correia nasceu em 1936, em Pernambuco. Formou-se em Línguas Neolatinas pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1955. Foi eleita deputada federal em 1978 e cumpriu três mandatos sucessivos (1979-83, 83-87, 87-91).
Na Câmara, integrou o chamado "grupo autêntico" do MDB, no qual destacou-se pela resistência ao regime militar. Integrou, de 1980 a 1982, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Comercialização do Café Brasileiro e, em 1981, participou da CPI sobre a Fome, Desnutrição e Falta de Saúde na População de Baixa Renda no Brasil.
Em 1983, fundou o Centro de Estudos Políticos e Sociais Teotônio Vilela, dedicado à análise e discussão dos problemas de interesse do povo brasileiro. Em 1988, foi uma das fundadoras do PSDB em Pernambuco.
Em seu último mandato, integrou a Assembléia Nacional Constituinte. Na Assembléia, foi relatora da Subcomissão da Ciência e Tecnologia e da Comunicação; e da Comissão de Sistematização. Morreu em 23 de fevereiro de 1992.
Fonte: PTB
Disponível em: http://www.ptb.org.br/?cod=1450&page=ConteudoPage