O espetáculo de São Paulo em armas entusiasmaria mesmo os céticos. Há uma estranha beleza nesta metamorfose marcial. Um povo de trabalhadores despe a blusa e veste a farda. Tudo aqui deslumbra a imaginação mais ardente. O movimento que esta hora se espraia por cinco frentes de batalha tem tais características de ordem e disciplina que diríamos assistir apenas a uma parada patriótica. O delírio do poder já juncou de cadáveres este solo fecundo. Falei com muitos por cujos lares a morte traçou o signo das primeiras desventuras. Ninguém entretanto amaldiçoa o sacrifício que tem alguma coisa de religioso. Grande e belo Brasil que assim enrija a fibra de seus filhos para a inevitável amargura do sofrimento. E pensar a gente que testemunha uma luta civil, ingrata pugna de irmãos criada apenas pelas vaidades de mando, pela mediocridade de artifícios subalternos, prolongando o exercício do poder discricionário além dos limites naturais, na displicência de quem se quisesse eternizar na comodidade da casa alheia. Como se iludem os escassos defensores do Catete quando, arrogantes e impermeáveis ao senso comum, acreditam poder dominar os insurrectos pelas armas. Os caporais da ditadura esforçam-se a apregoar: "isto aqui é um motim de políticos ambiciosos". Decididamente Júpiter enlouquece primeiro os indivíduos que deseja perder. A mesma incompreensão do fenômeno político, a mesma estreiteza de vistas, o mesmo horizonte oficial confinado entre os muros do mesmo palácio. O chefe do governo provisório supõe deslustrar o ímpeto de 9 de julho, escrevendo em seu manifesto que ele procede da reação dos vencidos de outubro. Mas, reparai brasileiros na insensatez da afirmativa oficial. Confrontai-a com a evidência dos fatos e tirai as conclusões devidas. Paulistas, o Rio Grande do Sul desperta do choque inibitório e se levanta. Esperai, resisti, confiai!" Trecho do enérgico discurso pronunciado por João Neves da Fontoura, na Rádio Sociedade Record, em Agosto de 1932 em apologia a resistência. O regionalismo paulista dá ares de superioridade, é uma corrente separatista e discriminatória que se sustentava no desprezo pelos outros nacionalistas, e se orgulhavam da sua ascendência européia e branca e se davam glorias por ser o estado bandeirante ,desse mododespertavam o regionalismo paulista, através de discursos em símbolos o que deu muita margem para as imprensa opositoras interpretar e resignificar essas exarcebadas valorizações com animosidade, até foram usadas pelos jornais locais de fortaleza por exemplo as opiniões da comissão que Epitácio Pessoa organizou percorrendo o nordeste, onde o nordeste aparece como uma despesa para o país e que os povo nordestino não valia os gastosque o governo central investia contraa seca. Em São Paulo, o lugar social onde a história se produzia era o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo desde sua fundação 1894. Ali, cultivava-se uma noção épica da história associada à incorporação dos procedimentos metodológicos da historiografia. Nesse caso o mito fundador de São Paulo e da nacionalidade confundia-se com o estudo do bandeirismo. Foram três historiadores ligados ao Instituto Histórico quem mais contribuíram para isso: Afonso de Taunay, dando ênfase aos aspectos de conquista territorial, Alfredo Ellis Junior à "raça paulista" e Alcântara Machado às condições sócio-econômicas do fenômeno bandeirante. Membros das elites imbuídos do "orgulho paulista", ao estudar sua própriaascendência, procuraram reforçar sua legitimidade estabelecendo laços entre essas elites e os heróis do passado bandeirante, legitimando-as. A partir da idéia de supremacia do Estado, naquele momento responsável por bem mais da metade da receita de exportação do país, foi sendo construído e difundiu-se o mito do bandeirante herói da nação, o bandeirismo paulista fundara a nacionalidade ao delinear o território e o tipo racial tipicamente brasileiro, o mameluco. Tudo isso despertava um regionalismo sobretudo xenofóbico em relação a outras descendências presentes no Brasil. Na apreciação que eu posso fazer da guerra civil paulistana através das fontes que eu pude analisar foi que a memória desse acontecimento transformou-se a em uma guerra literária, gastaram mais palavras para descrevê-la do que munição de metralhadora para sustentá-la. Um esforço intelectual, sobretudo dos constitucionalistas, para fixar a memória desse evento político e militar.A quantidade de material de época é bastante relevante, publicaram 114 títulos somente entre 32 e 38 sobre o evento. A maior parte dessa produção editorial sobre a revolução constitucionalista foi editada em São Paulo. Eu consegui ter acesso a alguns livros de época como "Capacetes de aço" de Samuel Baccarat, advogado santista que participou da revolução constitucionalista de 1932, na linha de frente e na retaguarda, lutando pelo lado rebelde. O livro conta os episódios vividos por ele durante o movimento. "Estilhaços de granada", foi um livro escrito por Euclides Andrade (Pseudonimo Epandro), narrando episódios engraçados e piadas da época da revolução de 32. Escrito em 1933 "A epopea" Livro escrito pelo ex-combatente da revolução de 1932 Aureo de Almeida Camargo narrando episódios vividos Por ele quando era voluntário no Batalhão "14 de julho" Esse Btl., inicialmente chamado Batalhão Universitário, reuniu alunos de diversas faculdades. "Verdades da Revolução paulista",Livro escrito pelo então Capitão Gastão Goulart da LEGIÃO NEGRA. Narra episódios vividos por ele na Revolução Constitucionalista. Quanto a tese do Raimundo Helio Lopes(Os Batalhões Provisórios: legitimação, mobilização e alistamento para uma guerra nacional (Ceará, 1932)), ele mostra que na política a razão e paixão não se opõem, a persuasãopolítica se apóia muitíssimo naquilo que é divulgado pela imprensa com a finalidade de despertar emoções e sentimentos do que propriamente em argumentações racionais. Através da imprensa ele encontra a legitimação a mobilização e o alistamento de cearenses para as tropas provisórias que lutaram contra os constitucionalistas. Tudo indica que a analise da guerra na cidade de fortaleza feita por Raimundo Helio tenha suas raízes mergulhadas no estudo de Roney Cytrynowics(Guerra sem guerra: mobilização e o cotidiano em São Paulo durante a segunda Guerra) onde ele estuda a mobilização e o cotidiano na cidade de São Paulo durante a segunda guerra Mundial, pois nesses doisestudos os autores argumentam sobre a importância da participação popular no momento da guerra, e como o Estado atua para consiguir esse objetivo. Durante períodos de guerra, o cotidiano das cidades envolvidas no conflito se alteram a partir da atuação de diversos setores sociais que dialogam com essas ações. Para as pessoas que viviam o momento, aquele era claramente um instante de grandes transformações e de muitas potencialidades que ecoaria quando o Brasil voltasse a ser uma democracia, os políticos paulistas ficaram sem benefícios, sem emprego, sem posições, sem imunidade, era uma conjuntura de grande instabilidade política tendo em mente também a conjuntura internacional depois do crack de 1929 que faz o preço do café despencar de uma maneira que poderia até nunca mais voltar a ser uma mercadoria de exportação lucrativa. É preciso compreender que no período mistura-se pessoasmal intencionadas, oportunistas, paixões, preconceitos, ideais, decepções, medos e inseguranças, e esses sentimentos podem ser recuperados através dessa vasta literatura que foi desprezada pela historiografia da década de 60 que desconsiderou boa parte da literatura memorialística produzida desde 1932, acredito que pelo fato dessa narrativa dos constitucionalistas sempreaparecer o sacrifício de São Paulo pela democracia e autonomia estadual feridas com a política dos interventores militares,os "tenentes". Eu acredito que não é porque os escritores desses livros tenham envolvimento direto com o movimento revolucionário, como exemplojornalistas, militares, advogados, médicos, estudantes que ela deve ser desprezada pela historiografia. Pois se pelosrigores metodológicos que a ciência histórica exige, eles não podem escrever a história do período pelo menos eles foram os protagonistasde um momento marcante na história formal do Brasil. A própria Vavy Pacheco historiadora graduada na década de 50 que estuda o período em um artigo intitulado "1932: São Paulo e o Brasil". Afirma "Minha avó e suas três filhas se orgulhavam de ter tricotado para os combatentes, seus "afilhados". Minha mãe recordava-se sempre sorrindo que, nos seus 16 anos, ao distribuir provisões para os soldados, favorecia seus "flirts" na dose de cigarros; ela e uma de suas irmãs tinham carregado a bandeira paulista pelo centro da cidade para captar donativos" Os ímpetos ditatoriais de Getúlio provocam a reação dos paulistas na Revolução Constitucionalista de 1932, cujos símbolos são o trem blindado e a matraca(matraca além de um aparelho que imita o som de uma metralhadora era uma arma psicológica, vide que aos paulistas faltavam armamento e munição. E o Trem blindado é fruto da criatividade dos engenheiros e da industria paulista em fabricar armas de cerco) João de Barros aproveita esse mote e utiliza com humor no carnaval de 1933: "Meu bem, pra me livrar da matraca Da língua de uma sogra infernal Eu comprei um trem blindado Pra poder sair no carnaval Mulata, por teu encanto Muito eu levei na cabeça Porém agora eu duvido Que isto outra vez aconteça Do teu falado feitiço Eu pouco caso lhe faço Mandei fazer em São Paulo, mulata Um capacete de aço Meu bem, pra me livrar da matraca Da língua de uma sogra infernal Eu comprei um trem blindado Pra poder sair no carnaval Mulata, quando eu te vi Logo pedi anistia Pois os teus olhos lançavam Terrível fuzilaria E pra ninguém aderir Ao nosso acordo amoroso Botei na porta da casa, mulata Um canhão misterioso " Em 1932 ecoou a revolução constitucionalista de São Paulo, enfrentado as forças federais de Getúlio. O sucesso de "o teu cabelo não nega" deu lugar a parodias para estimular os combatentes contra o usurpador. "o teu governo não nega, getulio que foi uma tapiação a ditadura não pega, Getulio Faz dela bucha de chanhão. Só tens o apoio dos derrotistas dos tenentes outubristas Getúlio, Getulinho, por favor Desista logo de bancar o ditador Quem te encrencou, ó maganão Merece consagração Paulista não tem medo de careta Apronta a trouxa E segue pra outro planeta" Considera-se que a derrota militar de São Paulo foi acompanhada por uma vitória política: Com a derrota da Revolução Constitucionalista, em 1932, seus principais líderes foram presos. Entre eles se encontrava Júlio de Mesquita Filho, enviado com seus companheiros para a Sala da Capela – nome dado um pequeno recinto na Casa de Correção, do Rio, reservado para os prisioneiros políticos provenientes de São Paulo. Pouco tempo depois, na noite de 30 de novembro de 1932, ele e outros 75 companheiros foram colocado a bordo do navio Pedro I e deportados para Portugal. a organização de eleições e a formação de uma Assembléia Constituinte, que porá fim ao governo provisório. No entanto, a legislação eleitoral havia sido elaborada em fevereiro de 1932, e um decreto de 15 de março do mesmo ano, portanto antes da revolução, marcou para 3 de maio de 1933 a eleição dos deputados. A Assembléia iniciou seus trabalhos em 15 de novembro de 1933, sendo que a maioria dos deputados eram varguistas. A vitoria do governo provisório não foi uma mera casualidade, Vargas se encontrava situado previamente em posição de poder ganhar com seguridade. Vargas foi capaz de ver o sutil, hora São Paulo já estava em clara desvantagem por ter de lutar no seu próprio território. Com astúcia ele pode antecipar alguns movimentos e convenceu os paulistas como proceder e como se moverem. A perspectiva do triunfo, só serviu pra caírem na emboscada do Vargas. A constituição de 1891 deveria ser democrática, representativa e federativa,só que na prática defendia os interesses políticos, econômicos de oligarquias rurais muitas vezes utilizando de violência e corrupção. O movimento constitucionalista que data de 1932 estava a cargo dos paulistas que queriam algumas reformas. Partido Democrático e Partido Republicano Paulista se uniram pela causa de um interventor civil e paulista, exigindo também uma nova constituição. O governo central cedeu as reivindicações, foi nomeado Pedro Toledo, civil e paulista como interventor. Getúlio mandou publicar um anteprojeto de uma nova constituição nonovo código eleitoral. O que fazia as manifestações a favor da revolução totalmente injustificada, chegando a tal ponto quemorreram alguns estudantes: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo. Virando o nome do movimento paulista MMDC. 9 de julho de 1932 ocorre uma luta armada, acusados de realizar um movimento separatista Sp se rendem depois de tres meses de guerra civil. Do ponto de vista militar a revolução foi um fracasso, entretanto politicamente houveram mudanças nos anos posteriores, em 1933 Vargas promove as eleição para a Assembléia constituinte que foi promulgada em 1934. Em um manifesto era estimulado táticas de ação como o de não pagamento dos impostos, não comprar produtos que não fossem produzidos em São Paulo e declarando o Norte como pior inimigo dos paulistas. A imprensa cearense respondia com acidez a idéia de incivilizados, nesse contexto a valorização do Norte se materializava no envio de batalhões para o fogo cruzado. Os jornais convocavam a população para a luta. Exploraram através de noticias atitudes xenófobas e bairristas de alguns paulistas e como isso foi utilizado como um elemento político valioso para glorificar o povo nordestino, como sua valentia, resistência e coragem, um espírito guerreiro e bravio, ela também encontra esses elementos na poesia de Napoleão Menezes que exalta os nacionalistas nordestinos. Era exaltado o comportamento dos aliados nordestino na frente de batalha, procurando sensibilizar para a guerra através de identidades regionais e nacionais, mais do que lutar contra são Paulo, a guerra era a favor do Brasil. O Apoio efetivo dos estados do norte nesse guerra era materializado no envio de tropas provisórias. A busca por legitimidade do governo central contra os revoltosos foi intensa, era necessário o apoio da população a causa governista. Durante os períodos de guerra o cotidiano das cidades se alteram, não foi apenas na capital fortalezense que múltiplas ações de mobilização foram organizadas mas também o interior como confirma telegramas assinados pelos prefeitos de Icó, Sobral, Santana, Iguatu, Crato. No interior foram distribuídos panfletos conclamando os voluntários para luta. Na capital, na praça do ferreira por três dias foi palco de comícios a favor do Governo Provisório. A igreja Católica também atuou nesse processo de mobilização, foram organizadas procissões só de homens, convocando associações operarias, ordem terceira, congregações marianas masculinas, União de Moços Católicos, Irmandade do Senhor Bom Jesus da Catedral, Conferencias vicentinas. A guerra era assunto de todos. No dia do embarque a população foi de trem saudar os batalhões que desfilavam antes de tomar o caminho de São Paulo. O papel da imprensa parece ter sido eficiente em torno da mobilização para a guerra, em alguns momentos foi necessário até aumentar a tiragem ou repetir publicações. São Paulo era a região que dominava a política desde a proclamação da república, a constituição de 1891 deveria ser representativa e federativa, o que na prática não foi colocado nenhuma vez pelos governantes paulistas. Pelo as oligarquias rurais garantiam seu poder através da política dos governadores muitas vezes utilizando de violência e corrupção. Vargas tinha plena certeza que a oligarquia paulista agora dividida em Pd e PRP não tinha o mesmo poder de antes, porém com certeza eles se reuniriam para lutar por uma causa comum como por exemplo se fosse nomeado um interventor militar e não paulista. Desse modo os partidos não estariam em harmonia com seu interventor. Mediante esse fator os paulistas se uniram em prol de um interventor civil, paulista e a elaboração de uma nova constituição. Getúlio Vargas seguiu as orientações, nomeou Pedro Toledo, paulista e civil, e tramitou a reunião de uma assembléia para uma nova constituição. A luta de São Paulo agora estava totalmente injustificada, Vargas conseguiu colocar iscas para atrair o inimigo. As estimações realizadas pelo governo provisório antes da batalha já indicavam a vitória, visto que as condições de São Paulo eram bem menos favoráveis. Não seria benéfico para o Brasil deixar que essa operação militar se prolongasse por muito tempo, portanto os meios militares deveriam ser utilizados com perícia para não existir necessidade de se ativar as tropas duas vezes com o mesmo objetivo. Em três meses os paulistas perderam o fôlego e a direção, de maneira que a guerra acabou com poucas baixas, Vargas conseguiu vencer sem muita violência. Os paulistas se renderam impotentes. Concluindo, desde a proclamação da república, as elites paulistas cafeeiras defendiam seus interesses sobretudo pela mascara do "interesse brasileiro", nada mais normal que as "classes conservadores" se sentissem contrariadas naquele momento,e a partir de ameaças manipuladas cotidianamente como um temor do levante das massas como ocorrido na revolução francesa, ou como sempre presente desde de 1917 a ameaça comunista, vários debates nesse sentido facilitariam a tarefa de envolver a população sobretudo em cima do ideal constitucionalista, bem como o desejo de autonomia estadual. Referências Bibliográficas Raimundo Helio Lopes(Os Batalhões Provisórios: legitimação, mobilização e alistamento para uma guerra nacional (Ceará, 1932) http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3558 Revolução de 1932 - Capacetes de aço. Samuel Baccarat,http://www.4shared.com/get/29376213/140e852c/Revoluo_de_1932_-_Capacetes_de_ao_.html Revolução de 1932 - Estilhaços de granada. Euclides Andradehttp://www.4shared.com/file/30014649/744a3a63/Revoluo_de_1932_-_Estilhaos_de_granada.html?s=1 Revolução de 1932 - A EPOPEA. Aureo de Almeida Camargo.http://www.4shared.com/file/30893430/a7317b/Revoluo_de_1932_-_A_EPOPEA.html?err=no-sess Revolução de 1932 - Verdades da revolução paulista. Capitão Gastão Goulart.http://www.4shared.com/get/63537212/d856c6b6/Revoluo_de_1932_-_Verdades_da_revoluo_paulista.html Revolução de 1932 - Uma Visão Através da Música Popular (1982) by Demônio.zip. Material fonografico que reune cançoes e discursos sobre a revoluçao constitucionalista de 1932 em Sao paulo. http://www.4shared.com/get/67418014/2f01036d/Revoluo_de_1932_-_Uma_Viso_Atravs_da_Msica_Popular__1982__by_Demnio.html Borges .Vavy Pacheco. 1932: São Paulo e o Brasil. Texto baseado na transcrição realizada por Rogério Luis Giampietro Bonfá da palestra proferida nas dependências dos Arquivos Históricos do CMU, no dia 04/07/2002, durante a Exposição "Testemunhos de 32", que marcou os 70 anos da Revolução. O texto original está disponível no CMU. http://www.centrodememoria.unicamp.br/arqhist/content/uploads/arquivos/pdf/testemunha_32.pdf