2.12.13

29 de novembro de 1947: A partilha da Palestina



por: Lucyanne Mano

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, milhares de judeus migraram para a chamada Terra Prometida. A Inglaterra, que exercia o controle da região havia 27 anos, confiou à Organização das Nações Unidas (ONU) a tarefa de buscar solução para os problemas surgidos. Foram exaustivas negociações até que prevalecesse o plano russo-americano de partilha da Palestina: aprovado por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções. Coube ao brasileiro Osvaldo Aranha, presidente da assembléia, arbitrar o debate sobre a solução proposta. Ali foi acertado que uma comissão da ONU, integrada por delegados de cinco países, exerceria o controle sobre a Terra Santa a partir desta data até a independência dos Estados agora criados. Em seu discurso de encerramento, o brasileiro manifestou a esperança de que a sessão resultasse em “contribuições memoráveis para o ajuste pacífico e construtivo dos problemas mundiais”. Disse também confiar nos bons resultados da partilha da Palestina, o que considerava “experiência rigorosamente histórica”.



Em Jerusalém, milhares de pessoas juntaram-se diante do Muro das Lamentações para rezar a fim de que a assembléia da ONU aprovasse o plano da partilha. Mas os líderes árabes lançaram um apelo para que seus partidários estejam preparados para a luta. O príncipe Feisal, da Arábia Saudita, pronunciou-se contra essa partilha acrescentando que seu país não se considerava obrigado a aceitar os termos da decisão.

A ONU não ligou para as ameaças feitas pelos árabes de que a Terra Santa seria banhada em sangue para impedir criação de um Estado judeu. Mas a violência entre árabes e judeus explodiu quase imediatamente. Apesar de vários acordos e planos de paz, o conflito Israel-Palestina até hoje encontra-se em um impasse.