1.10.10

Feitorias

Por Antonio Gasparetto Junior
As feitorias foram os entrepostos comerciais criados na Europa, os quais seriam especialmente utilizados fora do continente europeu. A prática de se construir feitorias teve início ainda durante a Idade Média, logo essas organizações típicas do povo europeu foram conquistando territórios. As grandes navegações que tiveram início ainda no fim da Idade Média influenciaram muito na utilização de feitorias pelo oceano Atlântico e o oceano Índico.

O Feitor tinha as funções de reger o comércio e arbitrar a comunidade de mercadores, assim como exercer a função de capataz dos escravos de sua feitoria.

As feitorias eram espalhadas por terras litorâneas por onde passavam os navegadores. Por terem se lançado pioneiramente ao mar, os portugueses são quem recebem as principais identificações com as feitorias. Estas funcionavam como mercado, armazém, alfândega e defesa e ponto de apoio à navegação e exploração nos entrepostos estabelecidos. Em muitas ocasiões, essas mesmas feitorias, serviam ainda como sede do governo das comunidades do local.

Graças às feitorias foi possível que Portugal estabelecesse seu domínio comercial no Atlântico e no Índico, tal recurso permitia que o Império se expandisse mesmo utilizando-se de poucos recursos humanos e territoriais. As feitorias foram impulsionadas por variados fatores, como: ouro, na costa da Guiné; especiarias, no Índico; escravos, na América; açúcar, malagueta, cairo, madeira e cavalos, em Goa; cereais e penas de aves exóticas, na Indonésia; pedras preciosas, sedas e porcelana, no Oriente.

A primeira feitoria no Brasil data de 1504 e tem localização na cidade fluminense litorânea de Cabo Frio. Foi fundada por Américo Vespúcio e marcou um dos primeiros sinais da colonização portuguesa nas novas terras. Em seguida vieram as feitorias de Santa Cruz, do Rio de Janeiro, de Igaraçu e da ilha de Itamaracá.

As feitorias se desenvolveram ao longo de todo o período colonial ampliando sua abrangência de atuação na comunidade e na colônia. As feitorias, que inicialmente serviam para marcar pontos de colonização e aproveitar para explorar a região em benefício dos portugueses, cresceram em aplicação e tornaram-se fazendas dos grandes proprietários de terras. As feitorias representavam sede do poder local, por onde passava o comércio, e tinha grande influência.

O Feitor era o indivíduo encarregado de administrar as feitorias sob todas as suas formas. Inicialmente eles controlavam o comércio do local, arbitrando a comunidade de mercadores. Além de reger as trocas comerciais, a função do feitor foi sendo ampliada e mais temida, pois o feitor fazia negócio em nome rei e era também o incumbido de recolher os impostos, chamado quinto.

Os feitores sempre foram grandes inimigos dos escravos, pois agiam como os capatazes da escravaria, eram eles que aplicavam as cruéis punições às condutas inadequadas dos escravos. Os feitores vigiavam as fazendas constantemente para impedir a tentativa de fuga dos escravos. Quando conseguiam, eram formadas expedições organizadas pelos capitães-do-mato para recapturar os fugitivos. De volta à fazenda, os feitores aplicavam os mais brutos castigos aos escravos, recebiam várias chibatadas e eram marcados com metal na pele como fujões. Várias são as representações dos feitores em pinturas torturando os escravos, atitude a qual marcou em especial a atuação dos feitores.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Feitoria
http://www.vivabrazil.com/abolicao_da_escravatura.htm
http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=professores&id=31