11.8.11

História da Europa

Introdução a História da Europa
A história da Europa é a história de muitas culturas e povos diferentes. Alguns povos ficaram para trás, enquanto outros avançaram no desenvolvimento de idéias e instituições sociais, intelectuais e políticas. Devido à sua localização, algumas regiões foram influenciadas por culturas diferentes das que influenciaram o resto do continente. Muitos acordos e guerras mudaram as fronteiras políticas da Europa ao longo de sua história.


Datas importantes na Europa
3000 a.C. Civilizações se desenvolveram em Creta e em outras ilhas do Mar Egeu.
500 a 300 a.C. A civilização grega chegou ao seu apogeu.
27 a.C. a 180 d.C. Roma alcançou seu maior poder.
300 d.C. Os romanos deram aos cristãos a liberdade religiosa. O Império Romano foi dividido em duas partes: o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente, ou Bizantino.
400 O Império Romano do Ocidente caiu, e começou a Idade Média.
732 O exército franco derrotou forças muçulmanas na Espanha.
768-814 Carlos Magno construiu um império na Europa Ocidental.
1054 A Igreja Católica foi dividida entre Igreja Católica Romana e Igreja Ortodoxa do Ocidente.
Final dos anos 1000 Os europeus começaram as Cruzadas.
1347-1352 A Peste Negra matou muitos povos da Europa.
1300 Começa o Renascimento na Itália.
1500 A Reforma trouxe o Protestantismo para a Europa.
1689 O Parlamento Inglês elabora a Declaração dos Direitos
1789-1799 A Revolução Francesa acabou com a monarquia absolutista na França.
1815 Napoleão foi derrotado na Batalha de Waterloo.
1700 até meados de 1800 A Revolução Industrial tomou conta da Europa.
1914-1918 A 1ª Guerra Mundial devastou a Europa.
1917 A Revolução Bolchevique levou ao estabelecimento de uma ditadura Comunista na Rússia.
Década de 1920 Joseph Stalin tornou-se o ditador da União Soviética, e Benito Mussolini o da Itália.
1933 Os nazistas, liderados por Adolf Hitler, assumiram o governo alemão.
1939-1945 Os Aliados derrotaram a Alemanha, Itália e outros países do Eixo na 2ª Guerra Mundial.
Década de 1940 Controladas pelos Soviéticos, as ditaduras comunistas assumiram os governos na Europa Ocidental após a 2ª Guerra Mundial.
1949 Canadá, Estados Unidos e mais dez nações da Europa Ocidental formaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Década de 1950 Nações da Europa Ocidental começaram a fazer associações econômicas que mais tarde formaram União Europeia.
1975 A maioria dos países europeus assinou a primeira das Declarações de Helsinki, comprometendo-se com a cooperação e promoção dos direitos humanos.
1989-1990 A maioria da Europa Ocidental encerrou os governos Comunistas e começou reformas para dar mais liberdade às pessoas.
1990 Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental se unificaram.
1991 A maioria das repúblicas da União Soviética declararam sua independência, e ela foi dissolvida.
2002 O euro substituiu as moedas tradicionais em várias nações europeias.

Europa pré-histórica
Muitos antropólogos acreditam que humanos migraram da África e apareceram na Europa há mais de 700 mil anos. O Neandertal, uma forma extinta de seres humanos humano, surgiu na Europa entre 100 e 200 mil anos atrás. Uma das formas mais antigas do humano moderno, o Homem de Cro-Magnon, apareceu na Europa em torno de 40.000 a.C. Os europeus pré-históricos eram caçadores e coletores até meados de 6000 a.C., quando a agricultura organizada se espalhou pela Europa através do Oriente Próximo.

Civilizações mediterrâneas
A primeira grande civilização europeia, a Minoica, se desenvolveu na ilha de Creta por volta de 2500 a.C. e durou até meados de 1400 a.C. Os minoicos foram os primeiros europeus a desenvolver um sistema de escrita. A cultura deles se espalhou pelas ilhas próximas e pela península Balcã.

Os aqueus, um povo antigo indo-europeu, criou uma civilização altamente desenvolvida que tomou o lugar dos minoicos por volta de 1400 a.C. e durou até meados de 1100 a.C. A civilização era conhecida como micênica, devido à sua principal cidade, Micenas, no Peloponeso. A cultura micênica se espalhou por toda a região Mediterrânea oriental.

O período Greco-romano
Da civilização micênica surgiu a helênica, ou grega. De meados dos anos 1100 a.C. até os romanos conquistarem a Grécia, no primeiro século antes de Cristo, os gregos criaram uma sociedade notável pelo seu autogoverno, filosofia, arquitetura, matemática, escultura e literatura. A cultura grega se espalhou por todo o mediterrâneo. Na Europa central e do norte viviam povos menos desenvolvidos, como os celtas.

Os romanos, conquistadores da Grécia e de outros povos, adotaram muito da cultura grega e adicionaram muito a ela. O sistema romano de leis teve uma influência duradoura sobre a Europa.


Império de Alexandre, 323 a.C.
© 2009 ComoTudoFunciona
Esse mapa mostra as partes européias do império de Alexandre, o Grande no seu auge, em 323 a.C. Foi o primeiro grande império surgido na Europa e disseminou a civilização grega na Ásia.

Império Romano, 117 d.C.
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Esse mapa mostra o Império Romano na Europa no auge de seu poder, em 117 d.C. O império incluía partes do oeste e sul da Europa, norte da África e sudoeste da Ásia.

A difusão do Cristianismo na Europa foi maior após se tornar a religião oficial do Império Romano no século 4. Nesse momento, porém, o Império Romano estava perdendo sua força. No século 5 a parte ocidental do império foi invadida pelos povos germânicos, vândalos, góticos, francos e anglo-saxões, que estabeleceram estados em seus territórios. A parte do leste se tornou o Império Bizantino.

A Idade Média
A queda de Roma em 476 marcou o final do período antigo na história da Europa. Os próximos mil anos formam a Idade Média, ou período medieval. No século 8 Carlos Magno, rei dos francos, conquistou todos os povos germânicos com exceção dos anglo-saxões e governou um império que cobria o que hoje é a França, Alemanha e Itália. Em 800 ele foi coroado com o título de imperador romano. Ele também travou uma série de guerras contra os muçulmanos, que haviam conquistado a Espanha e desenvolvido uma civilização avançada lá.

O império estabelecido por Carlos Magno caiu durante o século 9. Foi substituído por vários estados pequenos governados por nobres. Esses foram, de forma livre, reunidos em unidades maiores (como Inglaterra, França, e o Sacro Império Romano) conhecidas como sistema feudal.
Império de Carlos Magno, 800 d.C.
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Esse mapa mostra o império de Carlos Magno no seu auge, em 800 d.C. O império se estendia da Itália central até o norte da Dinamarca, e da Alemanha oriental até o oeste do Oceano Atlântico.
Sacro Império Romano em 1250
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Esse mapa mostra o território do Sacro Império Romano em 1250. O império se estendia do Mar do Norte até o Mediterrâneo, e da França oriental até a Polônia. O Reino das Duas Sicílias, uma posse pessoal do imperador, era geograficamente separada do resto do império pelos Estados Papais.

Durante esse tempo, o sul e o oeste europeu sofreram várias invasões. Os vikings invadiram pelo norte, os húngaros pelo leste e os muçulmanos pelo sul. A maioria da Europa foi assolada por esses invasores. O único vínculo que ligava a maioria da Europa era o poder espiritual da Igreja, centrado no papa em Roma e no patriarca em Constantinopla.

Durante as Cruzadas, de 1100 a 1300, os muçulmanos foram levados da maior parte da Espanha e os europeus temporariamente conquistaram a Terra Santa. As Cruzadas aceleraram o desenvolvimento do comércio entre a Europa e o Oriente Médio. Como resultado, as cidades italianas, devido a sua locação, logo desabrocharam, e gradualmente o comércio e a vida urbana tomaram conta da Europa ocidental.

Origens da Europa Moderna
Durante os séculos 14 e 15, a Europa viveu um período de alta atividade intelectual e artística. Essa volta do aprendizado clássico é chamada de Renascimento. O século 15 marcou o começo da era de exploração. Cristovão Colombo e outros europeus abriram o caminho para a melhora no comércio mundial e grandes impérios coloniais. As cidades do Atlântico substituíram as da Itália como os centros comerciais da Europa, e comerciantes ricos começaram a competir com os nobres em riqueza e poder. Uma crescente abundância de dinheiro permitiu que reis contratassem oficiais e soldados, gradualmente acabando com a necessidade de relações feudais.
O mundo conhecido pelos europeus
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Esse mapa mostra quanto das terras e mares do mundo os europeus conheciam em 1300 d.C. As áreas incluem o norte da África, nordeste da América do Norte, a maioria da Ásia, o Mar Mediterrâneo e partes do Atlântico Norte e Oceano Índico.

O século 16 trouxe a Reforma, quando muitos cristãos rejeitaram a autoridade do papa e o movimento Protestante começou. Os séculos 17 e 18 formaram um período de guerras selvagens em que os vários monarcas europeus procuravam aumentar seus territórios. A Inglaterra tornou-se uma monarquia limitada e ambições por liberdade política apareceram em outras partes da Europa.
Países Baixos no século 16
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Países Baixos no século 16. Os Países Baixos, incluindo a maioria da Bélgica como é hoje, Luxemburgo e a Holanda, pertenceram à Espanha no século 15. O norte conquistou a independência em 1648.

A Revolução Industrial, um termo aplicado ao sistema de fábricas que produziam com maquinaria, começou na Inglaterra no século 18. Essa mudança econômica teve um papel importante na formação do desenvolvimento da Europa moderna. A revolução trouxe com ela um novo sistema econômico – o capitalismo.
A Revolução Industrial começa na Europa.
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A Revolução Industrial começa na Europa. Fábricas se desenvolveram na Inglaterra durante a Revolução Industrial, trazendo máquinas e trabalhadores para operá-las. Mulheres e crianças operaram muitas máquinas nas fábricas têxteis.

O espírito democrático foi despertado na Europa continental pela Revolução Francesa, em 1789. A revolução foi seguida pela ascensão de Napoleão, que dominou a maior parte da Europa por um tempo.
Império de Napoleão
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Esse mapa mostra o império de Napoleão no seu auge, em 1812. Napoleão conquistou ou controlou a maioria da Europa Ocidental.

Da derrota final de Napoleão, em 1815, vieram arranjos políticos que tinham a intenção de assegurar uma Europa permanentemente estável e pacífica. Mas os ideais de liberdade e nacionalismo assumiram o controle e as décadas seguintes do século 19 foram marcadas por mais guerras e revoluções. Surgiram novas nações, incluindo a Itália moderna e a Grécia moderna. O império Austro-Húngaro surgiu em 1867 como um império que dominava vários grupos nacionais. O Império Alemão nasceu sob o domínio da Prússia após a Guerra Franco-Prussiana, que aconteceu entre 1870 e 1871.

1ª e 2ª Guerras Mundiais
A destruição dos impérios Alemão e Austro-Húngaro foi um dos resultados da 1ª Guerra Mundial, que afundou a Europa entre 1914 e 1918. Os Estados Unidos, que entraram na guerra ao lado da Inglaterra, França e as outras potências dos Aliados, contribuíram muito para a vitória desse grupo. A guerra indiretamente levou a uma revolução que derrubou a Rússia Czarista em 1917. Em 1922 a maioria do território que uma vez foi o Império Russo se uniu para formar um país comunista conhecido como União das Repúblicas Soviéticas Socialistas, ou a União Soviética.

Os estadistas Aliados desenharam novas fronteiras para várias nações europeias e estabeleceram outra novas. Junto à criação da Liga das Nações, esses e outros arranjos tinham a intenção de assegurar uma paz duradoura. No entanto, com a evolução do Fascismo na Itália e o Nazismo na Alemanha, a Europa seguiu para uma nova guerra. Alemanha e Itália formaram uma aliança em 1936 com o Japão, que ficaram conhecidas como o Eixo. A 2ª Guerra Mundial começou com a invasão alemã na Polônia em 1939, e tornou-se uma batalha mundial entre as potências do Eixo de um lado, e a Grã-Bretanha, a União Soviética, os Estados Unidos e seus aliados do outro. A guerra terminou em 1945 com a derrota das potências do Eixo.


Europa pós-guerra
A União Soviética emergiu da guerra dominando a maioria da Europa Oriental. Essa expansão do comunismo foi marcada pelas relações tensas entre a União Soviética e as nações ocidentais, em vez da harmonia esperada com a criação das Nações Unidas, sucessora da Liga das Nações. Os eventos após a guerra foram formados em sua maioria por esta hostilidade entre o Ocidente e o Oriente, que foi chamada de "Guerra Fria”. Foi dito que uma “cortina de ferro” separava os mundos comunistas e não-comunistas.
A Guerra Fria dividiu a capital da Alemanha
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A Guerra Fria dividiu a capital da Alemanha, Berlim, que tinha os setores (distritos) americano, britânico, francês e soviético após o fim da 2ª Guerra Mundial, em 1945. Os setores americano, britânico e francês ficaram conhecidos como Berlim Ocidental. O setor soviético ficou conhecido como Berlim Oriental.

Através do Programa de Recuperação Europeia (plano Marshall) e ajuda posterior, os Estados Unidos disponibilizaram bilhões de dólares para as nações da Europa não-comunista para ajudá-las a se recuperar da guerra e prevenir uma futura difusão do comunismo. Os Estados Unidos também conduziram o estabelecimento de uma aliança para a defesa da Europa Ocidental (a Organização do Tratado do Atlântico Norte). A criação dessas organizações, como o Benelux e as Comunidades Europeias (conhecida como Comunidade Europeia entre 1967 e 1993, e depois como União Europeia) foram grandes passos para a unidade política e econômica da Europa Ocidental. Os países comunistas da Europa Oriental, liderados pela União Soviética, formaram o Pacto de Varsóvia, uma aliança militar, e o COMECON, uma união econômica.

Período de Acomodação
Após mais de 20 anos da Guerra Fria, as tensões começaram a declinar no final dos anos 1960. As relações econômicas e diplomáticas entre a Europa Ocidental e as nações da Europa Oriental e a União Soviética melhoraram. Em 1973 as duas uniões comerciais, a Comunidade Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio, se aliaram para permitir o livre comércio por toda a Europa não-comunista.

No meio da década de 1970 a alta no preço do combustível e a crescente inflação começaram a prejudicar o comércio externo da Europa. Durante os anos 1980, a cooperação econômica entre as nações ocidentais da Europa aumentaram e Grécia, Espanha e Portugal entraram para a Comunidade Europeia.

Europa Pós-comunista
No final da década de 1980 e começo de 1990, o crescente nacionalismo e demanda por democracia ocorreram por toda a Europa Ocidental e a União Soviética. Entre 1989 e 1990 a maioria dos regimes comunistas na Europa Ocidental desmoronaram. A Alemanha foi unificada em 1990, e no ano seguinte o Pacto de Varsóvia e o Comecom foram dissolvidos.

Em 1991 o fervor nacionalista e a demanda pela democracia aumentaram por toda a União Soviética e Iugoslávia. A União Soviética gradualmente perdeu autoridade sobre suas repúblicas e reconheceu a independência da Lituânia, Letônia e Estônia em setembro de 1991. No final do mesmo ano a União Soviética desmoronou e o resto de suas repúblicas se tornaram independentes.

Enquanto isso, em 1990 o poder dos regimes comunistas caiu em várias repúblicas da Iugoslávia, enquanto continuou em outras. As repúblicas não-comunistas queriam independência, e uma guerra civil entre vários grupos nacionais começou na Iugoslávia em 1991. A federação iugoslava logo entrou em colapso e as repúblicas iugoslavas de Bósnia e Herzegovina, Croácia, Macedônia e Eslovênia se tornaram independentes.

Em 1993 a Checoslováquia pacificamente se separou e formou a República Tcheca e a Eslováquia.

No começo dos anos 1990 a maioria dos países da Europa Ocidental passou por severos problemas econômicos causados pela mudança da economia, que passou de centralmente planejada para uma baseada em forças do mercado. Em 1995 a União Europeia foi expandida para incluir Áustria, Finlândia e Suécia.

Em 1998, onze nações da União Europeia estabeleceram um banco central, chamado Banco Central Europeu, para implementar uma política econômica comum entre as nações. Em 2002, uma moeda comum, o euro, se tornou a unidade monetária padrão na maioria dos membros da União Europeia. Mais dez nações se tornaram membros da UE em 2004 e mais duas em 2007. Os novos membros incluem ex-países comunistas da Europa Ocidental e das repúblicas soviéticas.

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