25.8.20

Guerra do Contestado – Livro

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Prefácio
Raízes da Guerra do Contestado
Cronologia da Guerra do Contestado
Principais Personagens na Guerra do Contestado


1 – Fanáticos da Irmandade de São Sebastião
Prefácio

Possuímos amigo leitor, diversos historiadores dentro de nosso estado, outros estados e até em muito outros países. Uns transformam os jagunços do contestado em marginais, outros em infelizes miseráveis, e tantos outros, levam os acontecimentos às suas regiões. Os historiadores não escrevem que, a “Guerra do Século” não é um fato centralizado numa só cidade ou região.

Simplesmente, foi à rebeldia jagunça contra todo sentido de injustiça, detonado pelo corrupto poder republicano, onde cada cidade, cada região, se manteve juntas, unidas nos ideais e pensamento, umas transparentes e outras ocultamente.

Os jagunços do contestado diante desse imenso Brasil foram os únicos que tiveram a coragem de assumir as suas contrariedades com a política na época. Os fatos históricos eram para nos encher de orgulho, e envaidecer a alma, mas não meus amigos, com certeza muitos sentem vergonha de seus antepassados.


O mundo republicano jogou-os há dezenas de anos à beira da marginalidade, empurrando em nossa garganta abaixo a grande mentira do século. As cidades como, Curitibanos, Irani, Palmas, Campos Novos, Lebom Régis, Canoinhas, Porto União, Caçador, Joaçaba, Lages, Santa Cecília, Rio Negro, Mafra, União da Vitória, General Carneiro e dezenas de outras cidades entre as divisas Rio Grande do Sul, Paraná e Argentina, foram por décadas discriminadas pelo governo estadual e federal.

As cidades onde nasceu à revolta foram sempre vigiadas de perto pelo poder federal, chegando ao ponto de serem ceifados os seus direitos políticos estaduais e federais. O medo do poder republicano era constante e nos ordenaram, assim como gado em direção a um matadouro, não sendo possível dar asas aos humildes rebeldes porque tinham receio em querer voar… Com liberdade novamente.

A lição que os jagunços nos deixaram, com certeza foi que, não importa se você é um cordeiro diante de inúmeros leões, o sentido de liberdade, verdade e justiça esta acima até da própria morte, porque se você não lutar à frente de tudo isso, já estará morto por dentro. Nunca deveremos sentir vergonha de nossos Jagunços, mas nos orgulhar de seus feitos heróicos.

Logicamente os jagunços tiveram muitas falhas e erros, mas se comparar as inúmeras causas da “Guerra do Século” verá com toda certeza que, foram levados a uma guerra impossível de vencer, ou que os levaria a seu completo genocídio.

Existe uma antiga filosofia que diz: “Os fins justificam os meios” ou “Não importa quantos morrerão sem razão, o importante é razão em estar sempre com os vitoriosos” ou também, “A razão do capitalismo selvagem e o poder neurótico, é sempre jogar na mentira todos os que se opuserem em seu caminho ambicioso”.
Raízes da Guerra do Contestado

Foram inúmeras as causas que acenderam o estopim que levou a “Guerra do Século, o famoso contexto do contestado. Após a queda da monarquia, o país estava completamente falido e sem nenhum recurso financeiro, porque os Imperadores sempre adotaram o regime Feudalista que enforcava mortalmente o panorama de igualdade social, levando os menos favorecidos a terem somente uma opção, trabalhar como escravos com uma mínima bonificação mensal aos protegidos do regime imperialista”.

A “lei do ventre livre” foi a primeira grande derrota dos senhores de engenho, que tiraria de suas mãos o filete de ouro, a futura mão-de-obra produtiva. Em 1888 a princesa Isabel legaliza a “lei Áurea”, abolindo todo e qualquer regime de escravidão. O que levou os senhores de engenho ao completo desespero, e consecutivamente ao princípio de sua falência econômica, privando-os dos luxos nos salões da corte imperial. Pois, a partir daquele momento humanitário histórico, teriam de pagar por seus serviços braçais, não obrigá-los a trabalhar e nem colocá-los no tronco para serem açoitados.


E na calada da noite em 1889, os parlamentares, políticos provincianos, empresários e comerciantes, ministros e os marechais das forças armadas compram dos Estados Unidos da América um regime republicano corrompido, corrupto e capitalista, que levaria toda a população brasileira a mais completa miséria social e econômica. A monarquia cai e toma posse o poder republicano. Parlamentares, ministros e os marechais julgavam ter em suas mãos um país rico e próspero, mas encontram um país em completa falência econômica e social. E, outra vez compram dos Estados Unidos da América a idéia de venda de títulos coronelistas aos senhores de engenhos, visando economicamente tirá-los desse buraco sem fim.

Em meio a todo esse caos da república, em 1893 o almirante Custódio de Melo revolta-se, tendo sob o seu comando vários navios de guerra ancorados em pontos estratégicos do Rio de Janeiro. Convoca todos os poderes na época a lutar por novas eleições republicanas, sob a ameaça de detonar os seus canhões contra tudo e todos. A revolta armada força o Presidente Marechal Floriano Peixoto e parlamentares, a convocarem eleições urgentemente, contendo no ambiente à podridão da manipulação de conveniência e o cheiro podre de corrupção.

Os Estados Unidos fazem a sua parte no acordo, faltando somente que o poder republicano do país fazer agora a sua parte.

Nesse momento histórico se inicia o maior de todos os pecados capitais: empresas públicas e empresas privadas que comandavam a economia são vendidas aos empresários americanos. O país, que já estava naufragado na completa miséria econômica e social, acaba se transformando praticamente numa sucata ambulante e quase sem nenhum valor comercial.

Os empresários americanos como sempre, são filantrópicos e humanitários com o resto do mundo, assim como as nuvens de gafanhotos são com as plantações, firmam um contrato com o poder republicano na construção de uma ferrovia do estado de São Paulo ao estado do Rio Grande do Sul, cobrando a simples bagatela de vinte contos de réis por quilômetro construído, depois reajustado por quarenta contos de réis, além de terem a posse de quinze quilômetros em ambos os lados da ferrovia, onde poderiam explorar todos os recursos naturais e povoar com emigrantes europeus.

Só que o governo republicano brasileiro se esquece que, dentro dos limites da ferrovia construída, e nesses trinta quilômetros, já moravam famílias que herdaram as propriedades de seus antepassados, pela própria lei natural e verdadeira eram os donos, não precisando de nenhum papel para provar que aquelas terras eram suas.

Na época da construção, chegam uma autoridade do governo, representante do grupo Farquhar e os seus pistoleiros, dizendo que a terra onde nasceu o seu bisavô, seu avô, seu pai, ele e todos os seus filhos não era mais sua, porque tinham comprado do governo e teria de sair das terras, porque já tinham vendido aos emigrantes estrangeiros.

Caros leitores imaginem só como fica a cabeça de um simples caboclo, nascido e criado no sertão brasileiro. Com toda certeza, deixaria qualquer um que não tem sangue de barata, furioso e perderia a sua própria razão e até poderia levar o acontecimento às últimas conseqüências. E foi o que realmente aconteceu, desencadeando a “Guerra do Século”.

Veremos agora o outro lado da questão, a emigração de europeus no sul do país. O grupo Farquhar tinha feito um negócio da China, cria na Europa uma grande propaganda enganosa na venda de acres de terra num país de futuro. Os acres são comercializados a peso de ouro aos emigrantes, sendo que já estavam desanimados com a crise e a guerra em seu continente, havendo diversas nações falidas ou a beira da falência social e econômica.


Os emigrantes chegam ao sul do país em banheiras flutuantes, que o grupo chamava-o de navio, viajando na mesma situação deplorável dos navios negreiros que trouxeram escravos do continente africano. E quando os emigrantes chegam ao sul do país, dão de cara com a dura realidade, vendo à sua frente uma terra praticamente despida de recursos naturais, logicamente com um solo de grande riqueza em recursos agropecuários. Mas mesmo assim, uma terra virgem, que com certeza teria muito trabalho à frente para deixá-la igual à terra dos sonhos. E no decorrer de sua árdua batalha diária, em tornar a terra produtiva, surgem caboclos revoltados, dizendo que aquela propriedade era sua e a queriam de volta, e que se fosse preciso iriam até as últimas conseqüências.

Caros leitores, com quem os emigrantes iriam reclamar? O grupo Farquhar já estava construindo a ferrovia Madeira Mamoré no Amazonas, tiram e levam centenas de cargas de madeiras nobres em navios para o continente europeu e americano e que os seus legítimos proprietários se contentem com o osso que lhes deixaram. Iriam reclamar com o poder republicano na época? Sendo que os parlamentares e políticos provincianos estavam mais preocupados em gastarem a sua fortuna com a alta sociedade parisiense, com o status de novos milionários. Reclamar com o Presidente da Republica na época? O mesmo estava mais preocupado em saber qual cobra seria a que lhe morderia primeiro, porque as tentativas de golpes de estado eram uma constante. O presidente tinha uma nação falida em suas mãos, mesmo assim a concorrência era enorme. Como se não bastasse os parlamentares boicotaram o seu governo, ainda um conjunto de empresários brasileiros, europeus e americanos patrocinaram revoluções centralizadas, visando desestabilizar o atual governo. Isso sem contar com a rivalidade entre os marechais e almirantes nas forças armadas brasileira. Naquela época o nosso país enfrentava um verdadeiro caos interno, transformando-se numa “torre de babel” e tendo em seu poder uma grande “caixa de pandora”.

O contrato do governo republicano com o grupo Farquhar consta que, o contratante forneceria toda mão-de-obra bruta na construção da ferrovia e para o desmatamento, nos estados de São Paulo até o Rio Grande do Sul. Os cargos administrativos ficariam com os empresários americanos, além de pagar vinte e após quarenta contos de réis, cedendo o direito de explorar o transporte na linha férrea por vinte anos, tendo exclusividade e direito na renovação do contrato.

Como no Brasil existia pouca mão-de-obra bruta, devido ser tarefa dos escravos libertos e o governo não querer que essa bomba explodisse em suas mãos, pois os escravos libertos não eram confiáveis para a realização do serviço. A opção que lhe restou, foi fechar um acordo com marginais da sociedade de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e os jagunços de Conselheiro na guerra de Canudos, garantindo-lhes que seriam postos em liberdade se cumprissem a sua parte.

Mas ao final da ferrovia, deixam um terço jogado a sua própria sorte e na completa miséria num sertão desconhecido, enquanto os parlamentares, republicanos e o grupo Farquhar saem transportando muitos baús abarrotados de ouro.

A opção que restou a esses miseráveis, excluídos da sociedade foi adaptar-se nessa terra estranha, trabalhar para os emigrantes europeus ou servir de jagunços a algum coronel. Aos demais, restou ir para a terra que vertia leite e mel, melhor dizendo, o Arraial de Bom Jesus do Taquaruçú.

Um dos principais pivôs no conflito do século, na minha humilde visão, foi o coronel Albuquerque – intendente da vila de Curitibanos. O coronel era um forte comerciante e dono de terras, possuindo uma fortuna bastante considerável. Era um homem que tinha ambição pelo poder provinciano e também um temperamento violento, se fosse contrariado. Era portador de uma mania obsessiva em perseguição política, julgando que os seus adversários políticos queriam lhe tomar o poder. E para complicar mais a situação o coronel era compadre do governador de Santa Catarina, também pivô do conflito armado. Se o coronel fosse pelo menos um pouco inteligente e se estivesse preocupado com a miséria social da vila, com toda certeza não teria acontecido o conflito no contestado.

Os coronéis Felippe Schimidt e Vidal Ramos, governadores de Santa Catarina, também tiveram uma expressiva participação nos assassinatos dos errantes do século, por terem enviado tropas de soldados estaduais para exterminar, a até então fanática irmandade pacífica. Outro ponto crucial foi à cobrança tributária, que gerou mais revolta entre os pequenos fazendeiros e comerciantes, ocasionados pelo desleixo de ambos os governos na demarcação de limites entre os dois estados sulistas. À frente dessa ociosidade dos governos paranaense e catarinense, acaba se transformado numa terra de ninguém, onde os pequenos fazendeiros e comerciantes teriam de pagar os seus impostos duas vezes.


2-Coronel Felippe Schimidt

Outros governantes que acenderam o estopim da revolta foram o Dr. Afonso Alves de Camargo e Carlos Cavalcânti do Paraná, que também ficaram ociosos com a demarcação de limites entre os estados, devido não cobrar dos parlamentares e nem do próprio Presidente da República, uma solução definitiva para o problema. E para alterar mais o fato conflituoso, Dr. Afonso prestava serviços de assistência jurídica ao grupo Farquhar, causa principal na revolta dos caboclos no contestado. O governador Afonso trabalhava pelos seus próprios interesses e particulares, ficando ocioso com a crescente miséria social no sertão, empurrando os sertanejos excluídos da sociedade corrupta e capitalista, a uma guerra impossível de vencer. Em suas visões, nem que para isso os cordeiros levassem o caso até as últimas conseqüências, foi o que de fato aconteceu, a guerra do século.

A onipresença da Igreja Católica Apostólica Romana nos sertões da área contestada foi outro motivo muito marcante que agravou o conflito. O santo, Frei Rogério, fez com toda certeza, a sua parte como apóstolo de Cristo, mas uma simples andorinha sozinha não faz verão diante da imensidão do sertão catarinense.

Levaria vários anos para o santo padre visitar os vilarejos mais distantes, o povo ficaria à mercê de diversas superstições e de mitos espirituais que dominavam a crendice popular do humilde caboclo.

Como toda a população do contestado encontrava-se esquecida pela Igreja Católica, há muito tempo, se entregam às crendices populares diante de sua fragilidade espiritual. Nesse momento entram os benzedores e curandeiros, principia com o monge João Maria D’Agostin que peregrinou seis anos após a Revolução Farroupilha, entre os anos de 1851 a 1856. O monge era uma pessoa muito inteligente, receitava poções e chás naturais, aconselhava o humilde sertanejo e também fazia previsões. O santo monge segundos os depoimentos na época foi em direção à Sorocaba no estado de São Paulo, após nada mais consta de concreto.


3-Monge João Maria D´Agostin

Devido ao abandono da região do rio Iguaçu até os campos de Palmas, o ditador paraguaio Francisco Solano Lópes decide invadir e tomar o território em Novembro de 1864, visando presentear uma cortesã alemã que conheceu em Paris, inclusive possuir um eixo de ligação com o Oceano Atlântico, facilitando o comércio da nação emergente. O conflito se estende até Novembro de 1870 com a morte de Solano Lópes. Vários oficiais do alto comando, anos mais tarde viriam a proclamar a república no Brasil. Evitando novas invasões estrangeiras, povoam a região com emigrantes europeus, simpatizantes e familiares de políticos, inclusive centenas de oficiais e soldados que participaram na Guerra do Paraguai. Outro fato importante, nesse conflito foi os milhares de escravos negros, com a promessa de ganhar a sua liberdade.

Nos anos de 1893 a 1895 quando acontecia a Revolução Federalista, nascida no Rio Grande do Sul, tendo como objetivo que o marechal Floriano Peixoto destituísse o presidente Júlio de Castilhos, concedendo-lhes o sagrado direito político e financeiro na província, além de estar aliado ao saudosismo Monárquico.

Aparece na área contestada outro monge de nome Atanás Marcaff, muito idêntico ao monge João Maria, o qual os sertanejos acreditavam ser o mesmo santo. O monge Atanás também era muito inteligente, benzia, receitava poções e chás naturais, aconselhava e fazia muitas previsões aos sertanejos. Os mais sépticos que não acreditavam ser o monge João Maria, julgavam que era a encarnação do santo profeta.

Aproveitando as peregrinações dos monges: João Maria D’Agostin e Atanás Marcaff, ou João Maria de Jesus na área do conflito, inesperadamente surge Miguel Lucena Boaventura, vulgo José Maria, intitulando-se irmão do santo profeta, mas na realidade era um benzedor místico vindo da vila de Campos Novos.

José Maria era mais um visionário e fanático com as idéias monarquistas e revolucionárias, tinha um pouco de instrução intelectual, sabia usar as palavras ao que lhe convinha, conforme os seus revolucionários pensamentos. Sendo assim, incentivou o coração doentio e místico que os desesperançados sertanejos tinham, desencadeando a guerra do contestado. O José Maria foi um mal necessário no instante e que marcou o tempo de um povo esquecido pela Igreja e pelo poder republicano.


4-Monge Atanás Marcaff

A notícia da construção da ferrovia percorreu os quatro cantos do país, sendo um colírio para os olhos de grileiros de terra e coronéis inescrupulosos. Como se não bastassem às ameaças de pistoleiros do grupo Farquhar, surgem diversos grileiros patrocinados por inúmeros coronéis, que os ameaçavam de morte se não deixassem as suas propriedades. E após, vendiam a um preço insignificante ao grupo Farquhar, com isso aumentando a tensão no contestado.

A miséria social na área contestada levava a população menos favorecida a um mar de sacrifícios diários, assim como todos os matutos caboclos do sertão.

Muitos perderam a posse de terras, e ainda os republicanos queriam tirar também a sua dignidade, como ser humano. Pois na longa história do Brasil, todos os seus governantes olhavam sempre as suas ambições e gula pelo poder, e naquela época não iria ser diferente da atual.

Certos estavam os ditados populares antigos: “Todos os políticos são cegos porque nunca vêem as necessidades e os anseios da nação” ou “Todo político não tem cérebro porque depois de eleito esquecem as propostas de campanha e quem os elegeu”. O sertanejo não tinha nenhuma perspectiva melhor de vida, porque os governantes não lhes davam essa opção, tendo somente a escolha em sobreviverem as suas vidas miseráveis no presente que tinham à frente.

Caros amigos, as causas da guerra do contestado foram muitas, mas esse acontecimento histórico deixou inúmeras seqüelas que até nos dias de hoje nos apavora, mediante tanta injustiça sofrida por esse povo do sertão, com a sua humildade intelectual, sua simplicidade de vida que não continha quase nenhuma ambição. A meu ver, meus amigos, os eternos causadores da guerra do contestado montaram a mentira do século ao resto do país, forçando os jagunços a lutar por seus direitos violentados, construindo uma grande armadilha para eles em seus mínimos detalhes, jogando-os na descrença popular por mais de noventa anos.

Meus amigos, para que vocês tenham uma explícita idéia dos fatos, a imprensa dos Estados Unidos e os países da Europa deram muitas manchetes em seus jornais, como uma injustiça imperdoável ao que se estava fazendo com o povo humilde do sertão. Eram políticos corruptos e empresários desumanos que jogavam na lama o verdadeiro sentimento humano.

Uns poucos historiadores são merecedores de créditos, se esforçaram ao máximo para reverter à situação, e hoje o Brasil e todo o mundo conhecem a história que anteriormente era: “Os errantes do século” e agora conhecida como: “Os injustiçados do século”.
Cronologia da Guerra do Contestado


Setembro de 1835 – Explode a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul.
Fevereiro de 1845 – Finda a Revolução Farroupilha com tratado de Ponche Verde.
Junho de 1849 – Chega ao Porto de Santos, o monge João Maria D’Agostin, que peregrina até 1856 na região do contestado.
Novembro de 1864 – Explode a Guerra do Paraguai.
Março de 1870 – Finda a Guerra do Paraguai, com a morte do ditador Solano López.
Novembro de 1889 – O poder republicano derruba o império brasileiro.
Novembro de 1889 – Com a república, cresce a tensão política no contestado.
Dezembro de 1889 – O grupo Farquhar inicia a construção da Ferrovia de São Paulo ao Rio Grande do Sul.
Janeiro de 1890 – Começa o desmatamento do grupo Farquhar em São Paulo.
Novembro 1890 – Chegam os primeiros emigrantes no Porto de Santos.
Junho de 1891 – Peregrina na região do contestado o monge Atanás Marcaff, que é confundido com o antigo João Maria.


5-Frei Rogério Neuhaus


Dezembro de 1892 – Frei Rogério entra em discussão com o monge, devido ao grande fanatismo dos caboclos.
Janeiro de 1893 – O monge parte rumo ao Morro Encantado do Taió.
Fevereiro de 1893 – Explode a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul.
Dezembro de 1894 – Começam a expulsar os sertanejos na região do contestado.
Maio de 1895 – Inicia a frente da ferrovia no Rio Grande do Sul.
Maio de 1895 – A frente do Paraná encontra-se próximo de Santa Catarina.
Julho de 1895 – Chega outro navio de emigrantes no Porto de Santos.
Julho de 1895 – Os primeiros emigrantes começam a transformar as terras de seus sonhos.
Agosto de 1895 – Finda a Revolução Federalista.
Novembro 1895 – Inicia a Revolta de Canudos.
Outubro de 1897 – Finda a Revolta de Canudos, com a morte de Antônio Conselheiro.
Dezembro de 1901 – Os republicanos cobram de Percival Farquhar o progresso da Ferrovia Sul.
Abril de 1902 – O governador Américo Lobo do Paraná envia fiscais para cobrar imposto no contestado.
Janeiro de 1903 – Coronéis e o grupo Farquhar expulsam os sertanejos de suas terras.
Abril de 1903 – O governador Felippe Schimidt de Santa Catarina envia fiscais para cobrar imposto no contestado.
Fevereiro de 1904 – Inicia o desmatamento e a construção de várias serrarias no contestado.
Julho de 1907 – Inicia a ferrovia Madeira Mamoré no Amazonas.
Janeiro de 1908 – Os republicanos cobram os progressos de ambas as ferrovias de Percival Farquhar e associados.
Agosto de 1909 – Nasce o Arraial dos miseráveis e dos excluídos.
Março 1910 – Os republicanos visitam a ferrovia Madeira Mamoré.
Novembro de 1910 – O marinheiro negro João Cândido Felisberto, apoiado por outros excluídos ameaçam detonar o Rio de Janeiro se suas reivindicações não fossem aceitas. Ou seja, uma sociedade igualitária.
Novembro de 1910 – Inicia o desmatamento no Amazonas.
Novembro de 1910 – Chega o primeiro navio com emigrantes europeus no Amazonas.
Novembro de 1910 – Finda a Ferrovia Sul. Um terço dos empregados é abandonado no contestado.
Janeiro 1911 – Inicia mais uma revolta de funcionários na Madeira Mamoré.
Maio de 1912 – Abandonam a ferrovia Madeira Mamoré, devido à morte de Percival Farquhar e seis mil funcionários.
Junho de 1912 – Miguel Lucena Boaventura, José Maria e os demais simpatizantes criam a cidade Santa de Taquaruçú.
Agosto de 1912 – O intendente da vila de Curitibanos envia a guarda municipal para debandar os fanáticos do Taquaruçú.
Agosto de 1912 – José Maria e os demais líderes ao saberem do envio da guarda municipal, decidem evitar o confronto armado e fogem para os Campos do Irani.
Setembro de 1912 – José Maria e os membros da irmandade de São Sebastião chegam ao Irani e é recebido pelo coronel Miguel Fragoso.
Outubro de 1912 – Os governadores do Paraná, Carlos Cavalcânti e Afonso Alves de Camargo, são informados que os Campos de Irani são invadidos por Catarinenses. Então, envia uma tropa para prender os invasores, com a finalidade de trazê-los amarrados como gado à Curitiba.
Outubro de 1912 – No confronto armado dos fanáticos com o regimento de segurança do Paraná, morrem o líder José Maria e o coronel João Gualberto, além de dezenas de fanáticos e soldados. O novo líder dos fanáticos, o velho Euzébio, manda enterrar os mortos, inclusive José Maria, e retornam ao Arraial de Taquaruçú.


6-Monge José Maria


Outubro de 1912 – Os governadores do Paraná enviam outra tropa militar à área de conflito, visando proteger Palmas e região, bem como, recolher e trazer à Curitiba os corpos do coronel e dos soldados mortos no confronto.
Dezembro de 1912 – Os governadores Carlos e Afonso enviam o deputado Ulbaldino de Amaral ao Rio de Janeiro, levando a acusação de que o governador Vidal Ramos de Santa Catarina estava incentivando os invasores na área do contestado, assim desestabilizando o seu governo.
Dezembro de 1913 – O líder dos fanáticos, Euzébio, cumpre a palavra dada a José Maria antes de sua morte, onde deveriam criar outro reduto em Taquaruçú, que ressuscitaria e traria o exército encantado de São Sebastião, assim fazendo a guerra santa contra os Demônios da república.
Dezembro de 1913 – O coronel Albuquerque da vila de Curitibanos notifica a atual situação no Taquaruçú ao coronel Vidal Ramos, informando que os fanáticos de José Maria estavam se reunindo novamente e tinha certeza absoluta que trariam instabilidade no sertão contestado.
Dezembro de 1913 – O coronel Vidal Ramos envia o capitão Adalberto de Menezes, o desembargador Sálvio Gonzaga, o capitão Almeida e o capitão Euclides de Castro para o Taquaruçú, comandando uma tropa de duzentos e vinte soldados e aproximadamente sessenta civis, sendo que a maioria dos civis deserta, ficando somente quinze para o confronto.
Dezembro de 1913 – Os líderes no comando dos fanáticos surpreendem as tropas republicanas e os sobreviventes são obrigados a debandar desordenadamente em direção ao litoral catarinense para não serem trucidados pela fúria dos fanáticos.
Janeiro de 1914 – O coronel Zacarias de Paula Xavier envia um mensageiro ao coronel Albuquerque, informando-lhe a respeito da derrota dos soldados republicanos no Taquaruçú. Contrariado pelo recente acontecimento, manda a guarda municipal apreender o carregamento do comerciante Praxedes nos campos de Monte Alegre, que vinha da loja Hoepcke de Blumenau. Praxedes vai à vila, tentando recuperar a sua mercadoria apreendida, mas é ferido pelo coronel Albuquerque, coronel Virgílio Pereira e os seus capangas, sendo imediatamente preso, morrendo três dias depois devido a seus graves ferimentos.


7-Coronel Francisco Ferreira de Albuquerque


Janeiro de 1914 – Os líderes dos fanáticos resolvem receber a comitiva republicana de paz em Taquaruçú, composta pelo deputado federal Manoel Correia de Freitas, coronel Henrique Rupp, coronel Antônio Rocha Tico e três parentes confinados no reduto. Como não chegam a um acordo, a comitiva retira-se do reduto decepcionada, sabendo que ainda morreria muita gente inocente.
Fevereiro de 1914 – Em conseqüência da pressão política, o coronel Vidal Ramos retira-se do governo Catarinense, assumindo sua cadeira no senado federal. Assume o governo o coronel Felippe Schimidt, tendo ordens do presidente Hermes da Fonseca de agir com extremo rigor contra os fanáticos. Envia outra expedição militar ao Taquaruçú, sob o comando geral do tenente coronel Dinarte de Aleluia Pires, auxiliado pelo desembargador Sálvio, capitão Lebon Régis, capitão Matos Costa, tenente coronel Adalberto de Menezes no comando de setecentos e cinqüenta soldados e uma artilharia de montanha.
Fevereiro de 1914 – Sabedores do ataque republicano, os líderes dos fanáticos preparam os seus piquetes de vaqueanos na defesa do reduto. Após vários dias de constantes bombardeios, os líderes mandam levar os sobreviventes ao reduto de Caraguatá, aproveitando a tempestade que caiu a noite inteira. O exército republicano entra no reduto destruído pelas centenas de granadas, vêem somente corpos mutilados e despedaçados em todos os cantos, inclusive de velhos, mulheres e crianças.
Fevereiro de 1914 – Os sobreviventes do reduto de Taquaruçú chegam a Caraguatá, parecendo andrajos humanos, onde são bem recebidos pelo lendário Elias de Moraes e os demais líderes. A partir daquele momento, Elias é eleito comandante interino da irmandade de São Sebastião.
Março de 1914 – A nova comitiva republicana de paz encontra-se na vila de Perdiz Grande, onde entram em contato com um dos fanáticos, marcando uma reunião pacífica. A comitiva era composta pelo deputado federal Manoel Correia de Freitas, os capitães Adalberto, Lebon Régis e Matos Costa. Outra vez, a comitiva retira-se decepcionada com a missão de paz, pois não chegam a um acordo.


8-Capitão Matos Costa


Março de 1914 – O comandante Elias resolve atacá-los de surpresa com os seus piquetes de vaqueanos, as tropas republicanas sob o comando do tenente coronel Gameiro e o capitão Zaluar, estacionada na estação do Rio Caçador. Também atacam as tropas republicanas sob o comando do capitão Matos Costa, estacionada no Arroio da Canhada Funda. Os sobreviventes das duas tropas são obrigados a debandar, se encontrando em Perdiz Grande, após seguem de trem para Curitiba.
Abril de 1914 – À frente da vitória dos guerreiros de Caraguatá, Elias de Moraes e os demais líderes fanáticos, decidem criar novos redutos: Taquaruçú, Irani, Bom Sossego, Santa Maria, Pedras Brancas, São Sebastião, Tamanduá, Poço Negro, Reinchardt, Raiz da Terra, Coruja, Traição, Cemitério, Conrado Glober, Aleixo, Ignácio, Tapera, Perdizes, Perdizinhas, Butiá Verde, São Pedro, Ferreiros, Pinheiros, Pinhalzinho. Também são criados redutos nas proximidades do Rio Canoas, Rio Iguaçu, Campos da Lapa e barrancas do Uruguai.
Abril de 1914 – Diante da derrota republicana de Caraguatá, o coronel Gameiro é dispensado, assumindo provisoriamente a região militar o tenente coronel Adolpho de Carvalho, até a chegada do general Carlos Frederico de Mesquita, designado pelo ministro da guerra Vespasiano de Albuquerque. Assim que assume o comando, ele é pressionado pelo coronel Felippe de Santa Catarina e Carlos Cavalcânti do Paraná, que solicitam uma ação imediata contra os fanáticos.
Abril de 1914 – Elias e os demais líderes definem abandonar o reduto de Caraguatá, distribuindo os confinados para outros redutos, devido a uma epidemia de tifo e prevendo um forte ataque dos republicanos.
Maio de 1914 – O general Mesquita define o plano de ataque contra os fanáticos. A coluna do capitão Matos Costa encontra os redutos de Caraguatá e Perdizinhas abandonados. Incendeiam e se retiram para Perdiz Grande, onde esperam novas ordens. Enquanto a coluna do general Mesquita constrói a ponte improvisada no Rio Timbózinho, atacam Santo Antônio e os demais redutos naquela região.
Maio de 1914 – A coluna do general Mesquita entra em confronto com os pares de França e os piquetes de vaqueanos, são obrigados a recuar para não serem todos chacinados, retomando o ataque contra os fanáticos, mas são forçados a recuar novamente. Quando conseguem montar a artilharia pesada, os fanáticos se obrigam a recuar. O general decide não acampar nas proximidades, ordena aos oficiais e soldados para se retirar à Vila Nova de Timbó. No caminho, os piquetes dos fanáticos os atacam de surpresa, fazendo-os retirar em direção de Porto União.
Junho de 1914 – Assim que chega à região militar, o general Mesquita pede demissão ao ministro da guerra, sendo substituído pelo capitão Matos Costa. O fato não agrada os governadores, os coronéis das províncias, os parlamentares estaduais e federais, tão pouco o presidente Hermes, por ser um pacificador e simpatizante dos fanáticos no contestado.
Junho de 1914 – Com o assassinato do herdeiro do trono da Áustria, Francisco Ferdinando, antigas rixas políticas e vários países ganham força militar. Explode a 1 o Guerra Mundial, o inferno desaba sobre o velho mundo, trazendo morte, fome e miséria.
Julho de 1914 – O comandante Elias ordena que Bonifácio José dos Santos Bonifácio Papudo – ataque a vila de Canoinhas. No ataque à vila, são mortos vários soldados, vigilantes e simpatizantes. Incendeiam dezenas de casas, deixando a vila completamente destruída.
Agosto de 1914 – O novo inspetor militar decide investigar pessoalmente as causas do conflito rebelde no contestado. Disfarça-se de caixeiro viajante, dentista, palhaço, barbeiro, mágico e improvisa outras profissões ambulantes. Conhece todos os líderes fanáticos, inclusive os reais motivos da guerra no contestado, onde tinha muita gente importante no poder provinciano, estadual, federal, ministros e empresas estrangeiras que eram os principais interessados no conflito.
Agosto de 1914 – Manoel Alves de Assumpção Rocha no reduto de Bom Sossego é nomeado imperador da Monarquia Sul Brasileira. O comandante Elias envia quatro carroças, o Alemãozinho e o Tavares e vários guerreiros para buscar armas na loja Hoepcke na capital Catarinense.
Agosto de 1914 – O ministro da guerra Vespasiano, convoca o capitão Matos Costa para prestar depoimento sobre as suas denúncias no parlamento federal, no Rio de Janeiro. Em seu depoimento apresenta provas concretas contra os coronéis das províncias, governos estaduais e do parlamento federal.
Setembro de 1914 – Chico Alonso e outros líderes, no comando de trezentos fanáticos incendeiam dezenas de pilhas de madeiras, a estação, casas dos empregados da serraria Calmon – Lumber Company, destroem também uma locomotiva da empresa Americana.
Setembro de 1914 – Aleixo e duzentos fanáticos incendeiam e destroem a vila de São João.
Setembro de 1914 – Bob Helling, sócio gerente da Lumber Company informa o capitão Matos Costa do ataque fanático à serraria Calmon e solicita que tome alguma providência sobre o acontecido. Ele deixa o coronel Dinarte no comando da região militar, parte de trem com uma tropa de dois sargentos e sessenta soldados. Venuto soube da vinda do capitão à serraria Lumber Company, decide fazer uma tocaia no caminho, onde matam o capitão Matos Costa e dez soldados, sendo esta a última chance de paz no sertão contestado.


9-Pilhas de Madeira Lumber Company


Setembro de 1914 – Elias de Moraes, comandante interino dos fanáticos, ao saber que Venuto matou covardemente o capitão Matos Costa, revolta-se, ordena a Adeodato Ramos executar Venuto, o que acontece num capão de mato no Vale de Santa Maria.
Setembro de 1914 – A morte do pacifista capitão Matos Costa, cai como bomba entre os republicanos no Rio de Janeiro, fazendo com que o presidente Hermes da Fonseca e o ministro da guerra, Vespasiano de Albuquerque tomassem uma atitude mais radical. Os dois decidem enviar à área de conflito, o general Fernando setembrino de Carvalho, oficial veterano da guerra de Canudos, no interior do sertão Baiano.


10-Intendência de Curitibanos Incendiada em 1914


Setembro de 1914 – Elias de Moraes reúne-se com os demais líderes dos inúmeros redutos, onde foram unânimes que deveriam confiscar nas fazendas e vilas próximas, objetos valiosos ou animais e alimentos, devido a centenas de famílias que aderiam à irmandade. Os objetos de valor tinham a finalidade de comprar armas nas lojas Hoepcke, em Blumenau ou Florianópolis. Castelhano, Chico Ventura, Paulino Pereira da Silva, irmãos Sampaio, Benedito Chato, Olegário Ramos e quinhentos guerreiros atacam e incendeiam a vila de Curitibanos, em represália pela morte do comerciante Praxedes Damasceno no início do ano. O coronel Albuquerque deixa Marcos G. Farias e o Major Euclides F. Albuquerque na intendência, fugindo para Blumenau com a mulher Laurinda Oliveira de Albuquerque, os filhos Tiago, Elvira, Iracy e Orival. Tempos depois, o coronel Albuquerque assume o seu cargo de vice-governador.
Outubro de 1914 – Coronel Felippe de Santa Catarina e Carlos Cavalcânti do Paraná reúnem-se com os demais coronéis das províncias, com o objetivo de se encontrar com o general Setembrino, cobrando uma solução definitiva ao problema fanático, agora já intitulado de jagunços de José Maria.
Outubro de 1914 – Elias de Moraes prevendo um forte ataque republicano contra a irmandade afasta do comando os líderes religiosos e entrega a liderança a seus comandantes de briga, experientes em várias situações adversas. Finda o controle fanático, inicia o ciclo jagunço.
Novembro de 1914 – O líder Chico Alonso ataca a vila do Rio das Antas. Adeodato Ramos aproveitando o tumulto do confronto mata-o covardemente, com a ambição de assumir o comando dos pares de França e ficar com a sua mulher. Em seguida manda um de seus vaqueanos, matar nas proximidades dos Campos de Monte Alegre, a sua mulher Maria Firmina e a sua sogra.
Novembro de 1914 – Apoiado por todo o poder coronelista, o corrupto coronel Fabrício Vieira das Neves, reúne os mais conhecidos chefes de piquetes de vaqueanos, incumbe-os de acompanhar as forças federais e localizar o reduto dos jagunços. A partir desse instante, nascem os piores bandidos legalistas da época, inclusive aproveitam para exterminar os seus desafetos.
Dezembro de 1914 – O líder Elias ordena que Bonifácio Papudo ataque com os seus guerreiros, a vila de Canoinhas, que é novamente destruída e incendiada, espalhando a violência e o terror pelos jagunços de José Maria.
Janeiro de 1915 – Em Curitiba, general Setembrino reúne-se com os seus oficiais, repassa-lhes os seus planos em detalhes, informando-os que as tropas teriam ajuda dos piquetes legalistas, profundos conhecedores da região contestada. O plano desagrada os oficiais, mas não têm outra opção, a não ser cumprir as ordens de seu superior.
Janeiro de 1915 – O major Taurino de Resende no comando de oitocentos soldados e com os piquetes de Pedro Vieira e Fabrício Vieira ataca o reduto de Pinhalzinho, liderado por Antônio Tavares. Ele e os confinados sobreviventes são obrigados a fugir, do contrário seriam todos exterminados. O major Taurino assume o controle e manda incendiar todos os pequenos barracos.
Janeiro de 1915 – O major prossegue ao reduto de São José, liderado pelo bandoleiro Josefino, que também assume o controle e incendeia o local.
Janeiro de 1915 – O tenente coronel Raul D’Estillac Leal no comando de 600 soldados e o piquete de João Alves de Oliveira, assume o controle do reduto de Pinheiros de Henrique Wolland – Alemãozinho, depois o incendeia.
Janeiro de 1915 – Alemãozinho com Chica Pelega ferida no confronto, pede refúgio entre os Kaigang, onde são muito bem recebidos pelo cacique Cauê. Dias depois, o piquete de Pedro Ruivo ataca a aldeia, tendo o objetivo de exterminá-los, jogando a culpa nos jagunços da irmandade de São Sebastião. Mas são surpreendidos pelos índios e obrigados a fugir do confronto, do contrário o caçador os transformaria em caça.
Janeiro de 1915 – O comandante Elias reforça a vigilância no reduto de Santa Maria, temendo um ataque surpresa, como os outros foram destruídos. E para complicar mais a situação, os foragidos dos redutos destruídos procuram abrigo no vale. Surge uma epidemia de tifo, levando à morte dezenas de confinados. No desespero, manda os líderes espirituais intensificarem o ciclo de rezas, visando amenizar o sofrimento e pedir uma solução a seus santos contra os Demônios da república.
Fevereiro de 1915 – Alemãozinho decide buscar abrigo e proteção para Chica Pelega no Quilombo dos Negros, proximidades do Rio Canoas, assim cumprindo a missão designada pelo Monge João Maria D’Agostin. O líder do Quilombo, o velho Garipuna – Pai Veio, promete dar abrigo a Chica, e Alemãozinho parte em direção de Curitibanos.
Fevereiro de 1915 – Coluna Sul – o coronel Estillac Leal no comando de mil e quinhentos soldados, dez oficias e três piquetes de vaqueanos legalistas, encontram-se acampados nos arredores de Curitibanos. Alemãozinho apresenta-se como capitão das forças especiais do exército, informando que forneceria as localizações dos redutos, tendo o aval do poder republicano, para deixá-lo tentar acabar com o conflito de maneira pacífica. Nesse instante histórico, iniciava o desmoronamento do mundo jagunço.
Fevereiro de 1915 – Em conseqüência dos redutos destruídos, Elias e os líderes decidem abandonar os pequenos, emigrando para os redutos maiores e mais bem localizados. Com essa manobra tática, evitaria que se destruíssem com facilidade, evitando também que emigrassem desordenadamente à Santa Maria, porque este já se encontrava superlotado.
Fevereiro de 1915 – A destruição de vários redutos, onde foram feitos centenas de prisioneiros e levados à vila de Canoinhas. O general Setembrino telegrafa aos líderes republicanos, solicitando ordens do que fazer com os quase mil prisioneiros, pois não tinham nenhuma condição de alimentá-los. Recebe a resposta tempo depois, dando-lhe carta branca para solucionar o problema. O general pressionado pelos governadores dos dois estados, parlamentares e coronéis das províncias, decide exterminá-los, queimam e jogam as cinzas no Desfiladeiro da morte e do Diabo, nos arredores da Canoinhas.
Março de 1915 – Coluna Norte – O tenente coronel Onofre Ribeiro no comando de oitocentos soldados, três oficiais e um piquete de vaqueano legalista destroem os redutos de Colônia Vieira, Aleixo, Timbózinho, São Sebastião e Piedade. O major Taurino de Resende no comando de oitocentos soldados, três oficiais e dois piquetes de vaqueanos legalistas destrói os redutos de Cemitério, Francisco Salvador, Estanislau Schumann, Guilherme Helmich. O capitão Euclides de Castro no comando de novecentos soldados, dois oficiais e dois piquetes de vaqueanos legalistas destroem Guarita de Conrado Glober, Passo de João Vargeano, Boliche de João Santos e de Sebastião Campos.
Março de 1915 – Os irmãos Ventura e os seus piquetes nas proximidades de Porto União descarrilam uma locomotiva e dezenas de vagões, que transportava toras para serraria Lumber Company. Euzébio, Manoel Rocha, Cirino e Benedito Chato e os seus piquetes nas proximidades dos Campos de Monte Alegre, descarrilam uma locomotiva e dezenas de vagões, que transportava toras também para a serraria. Aleixo e o irmão Ignácio com os seus piquetes destroem e incendeiam a serraria Lumber. Benedito, Paulino Pereira e os seus piquetes destroem e incendeiam o armazém de Guilherme Gaertner e a estação do Rio Caçador. Depois do ataque violento, todos os piquetes retornam ao vale sagrado de Santa Maria.
Março de 1915 – O ministro Caetano de Farias envia cinco aviões para fazer reconhecimento aéreo na região do contestado, mas no transporte três aviões são completamente destruídos pelas fagulhas da locomotiva à vapor; um Parrascal Morane e um Bleriot são recuperados. O coronel alemão Ricardo Kirk faria o reconhecimento de Canoinhas até a região de Palmas, enquanto o tenente Ernesto Dariolli faria o reconhecimento de Canoinhas a Curitibanos. Nos arredores de Porto União, o coronel Kirk tem uma pane em sua aeronave, tenta fazer um pouso forçado, mas bate violentamente contra um pinheiro, morrendo instantaneamente. Nas proximidades de Curitibanos, falta combustível na aeronave do tenente Dariolli, obrigando-o a fazer um pouso forçado na vila. Com o auxílio do coronel Marcos G. Farias e major Euclides F. Albuquerque reabastece a aeronave e retorna a Canoinhas. Com a trágica morte do coronel Kirk, os planos de reconhecimento aéreo são suspensos.


11-General Setembrino, Coronel Kirk, Tenente Dariolli e os Oficiais


Março de 1915 – Coluna oeste – O tenente coronel no comando de mil e quinhentos soldados, dois oficiais e três piquetes de vaqueanos legalistas vasculham os arredores de União da Vitória, vila de Rio das Antas, Nova Galícia, serraria Calmon e serraria Lumber. Em seguida recebem ordens de marchar para a estação Caçador, onde deveriam reconstruí-la.
Março de 1915 – Coluna Leste – O tenente coronel Júlio César no comando de quinhentos soldados, um oficial e um piquete de vaqueano legalista percorrem os arredores da vila de Papanduva. À frente de várias tentativas frustradas, improvisam acampamento na vila. O major Taurino de Resende no comando de quinhentos soldados, dois oficiais e um piquete de vaqueanos legalista percorre os arredores da vila de Rio Negro. Não conseguindo o objetivo, improvisam acampamento na vila. O capitão Tertuliano Potyguara no comando de quinhentos soldados, dois oficiais e um piquete de vaqueano percorrem as cercanias de vila de Itaiópolis. Como também não obtiveram sucesso, improvisam acampamento na vila.
Março de 1915 – O capitão Henrique Wolland – Alemãozinho – pede a seu amigo Carneirinho que siga a coluna sul, enquanto tenta convencer os líderes da irmandade no sentido norte. Tempo depois, ele chega ao novo reduto Piedade de Bonifácio Papudo e é recebido com hostilidade. Explica a sua história em detalhes, a real situação e as conseqüências se continuassem com os seus planos. Foi convicto que seriam todos exterminados da face da terra, porque as quatro colunas do general Setembrino tinham sete mil soldados e quase cinco mil vaqueanos legalistas. Após segue para os novos redutos de Francisco Salvador, Estanislau Schumann, Conrado Glober, Reinchardt, seguindo na direção aos demais no sul do estado.
Março de 1915 – Coluna sul – A frente do coronel Estillac Leal no comando de quinhentos soldados, seis oficiais e o piquete do lendário Lau Fernandes, seguem em direção ao vale de Santa Maria. Alemãozinho e Carneirinho tentam convencê-los a depor as armas, pedem que todos os confinados retornem as suas casas, assim evitaria milhares de mortes desnecessárias. Alemãozinho conta que tinha recebido a missão do próprio São João Maria. Maria Rosa confirma a veracidade de suas palavras. Apesar de saber do fato, insistem no confronto com as tropas republicanas. Elias de Moraes coordena o plano no confronto com a frente do coronel Estillac Leal, enquanto ele e a sua tropa se encontravam a caminho do reduto. Houve o confronto dos jagunços com as tropas do coronel Estillac Leal, obrigando-os a recuar até a vila de Butiá Verde. Dias depois, decide formar o cerco na única entrada do reduto, assim forçando-os a se entregar quando houvesse escassez de alimentos, o que aconteceria dias depois.


12-Capitão Henrique Wolland, Carneirinho e jagunços


Março de 1915 – O líder dos pares de França, Adeodato Ramos, aproveitando a vitória contra as tropas republicanas, declara a todos os membros de Santa Maria, que foi incumbido pelo seu José Maria para comandar a Guerra Santa. A partir dessa data histórica, inicia-se o mais violento e sangrento episódio contra os confinados da irmandade de São Sebastião. Assim que tomou o comando geral, manda matar o possível concorrente ao cargo, Antoninho Vidente.
Março de 1915 – Coluna Oeste – a frente do capitão Tertuliano Albuquerque Potyguara, no comando de quinhentos soldados, dois oficiais e um piquete de vaqueano legalista destroem e incendeiam os redutos de Ignácio Lima, Aleixo Lima, Maria Rosa, Tamanduá e Traição.
Março de 1915 – Alemãozinho tenta convencer os líderes dos redutos: Maria Rosa, Tomazinho, Pinhalzinho, Tapera, Guarda dos Crespos, Negro Olegário, São Miguel, Perdizes, São Sebastião, Guarda dos Quadros, Taquaruçú, Rio das Pedras, Caçadorzinho, Irmãos Sampaio, Campos de Irani e Campos de Palmas.

Após retorna ao Quilombo Capão dos Negros, com o objetivo de levar Chica Pelega novamente à aldeia Kaigang nos arredores de Papanduva. Próximos da aldeia ouvem tiros naquela direção, correm para auxiliar os índios que se encontram sobre ataque do piquete de Pedro Ruivo. O plano do coronel Fabrício Vieira era exterminar os índios Kaigang, jogando a culpa nos jagunços de José Maria, assim como fizeram na aldeia dos Xocleng nos arredores de Canoinhas. Com o inesperado reforço, os vaqueanos sobreviventes são obrigados a fugir, Chica Pelega e Alemãozinho ferem gravemente Pedro Ruivo, mas conseguem escapar.

Março de 1915 – Coluna sul – A frente do capitão Vieira da Rosa no comando de quinhentos soldados, seis oficiais e dois piquetes de vaqueanos legalistas destroem, incendeiam e exterminam os cento e cinqüenta prisioneiros do reduto de Taquaruçú. Destroem e incendeiam também os redutos de São Sebastião, só que dessa vez não conseguem fazer nenhum prisioneiro. Seguem para o reduto Guarda dos Quadros de Chico Pitoca, onde depois de violento combate, matam o seu líder e fazem duzentos e trinta prisioneiros. O capitão Rosinha pretendia exterminá-los, mas diante de uma forte discussão com os chefes dos piquetes, decide levar os prisioneiros para Curitibanos. Os oitenta e um feridos são mortos e queimados com grimpas no capão da mortandade, proximidades do Rio Marombas.
Abril de 1915 – A frente dos milhares de prisioneiros feitos nas dezenas de confrontos com os jagunços, o general Setembrino envia o seu ajudante de ordens, Antônio Guilhon à Florianópolis, solicitando ordens, pois não tinham recursos financeiros e menos ainda condições de mantê-los na prisão. Temendo que a imprensa liberal fosse buscar provas concretas contra eles, sobre a chacina no Desfiladeiro do Diabo, Desfiladeiro da Morte e de Curitibanos, as autoridades decidem liberar os recursos, pois era muita gente para se exterminar, assim, permanecendo no anonimato.
Abril de 1915 – Alemãozinho chega ao novo reduto de Pinhalzinho, onde consegue convencer os líderes a deporem as armas. Entrega três mil fanáticos ao oficial no comando de Papanduva, o coronel Júlio César. A frente do capitão Potyguara, dois oficiais e um piquete de vaqueano legalista, destroem e incendeiam o reduto Traição, Faxinal, Reinchardt. No reduto Caçador têm um ferrenho combate com os pares de França e vários piquetes de jagunços, mas enfim assumem o reduto, também o incendeia. A líder Maria Rosa resolve abandonar reduto de Perdizinhas, buscando proteção em Santa Maria.
Abril de 1915 – A frente do capitão Potyguara confronta-se com os jagunços, forçando-os a abandonar o reduto Perdizinhas, refugiando-se em Santa Maria. O capitão ordena a seus soldados incendiar o reduto, seguindo para Santa Maria.
Abril de 1915 – O comandante interino Adeodato Manoel Ramos desespera-se com os mais recentes acontecimentos, inclusive com o cerco republicano na entrada do vale. Prevendo a queda da irmandade de São João Maria, implanta um regime autoritário e desumano em Santa Maria. A epidemia de Tifo e a falta de alimentos levam dezenas de pessoas à morte. Não vendo outro jeito, mata covardemente o líder Aleixo Lima na frente de todos, visando implantar o terror nos confinados, evitando uma debandada geral.


O coronel Potyguara envia Carneirinho a intimar os líderes a depor as armas e a se entregar, onde seriam tratados como prisioneiros de guerra. Do contrário, deveriam liberar os doentes, mulheres, velhos e as crianças, evitando assim muitas mortes desnecessárias. O comandante Adeodato, após longa discussão com os líderes, decide liberar quase dois mil confinados. Assim que chegam ao acampamento republicano, o coronel Estillac Leal manda matar várias reses para alimentar os famintos.

A líder Maria Rosa e a sua família resolvem abandonar Santa Maria, refugiando-se nos arredores do morro do Taió. O líder Benedito também abandona o reduto com sua família e amigos, refugiando-se nas proximidades do Arraial de Taquaruçú. Em conseqüência dessas fugas, mata friamente o líder Joaquim Germano.


Dias depois, Adeodato Ramos libera mais mil e quinhentos confinados, visando suportar mais tempo o cerco republicano, porque em sua visão eram bocas inúteis. Em seguida abandona o reduto, com o objetivo de surpreender as tropas republicanas. A frente do capitão Potyguara entra no reduto de Santa Maria no sentido oeste e encontra-o completamente abandonado. Adeodato e os seus piquetes atacam de surpresa, pegando as tropas num fogo cruzado. O capitão envia um mensageiro a frente do coronel Estillac Leal, requisitando tropas de apoio. Diante da demora do reforço militar, a sua frente tem dezenas de baixas, pela primeira vez se encontra numa situação desesperadora.


Mas enfim chega o reforço, assim fazendo que Adeodato e os seus piquetes debandarem desordenadamente. Em conseqüência da demora do reforço, os dois oficiais no comando discutem violentamente, mas são contidos pelos outros oficiais. Após, o coronel ordena para que incendeiem o reduto, retornando a vila de Canoinhas.


Abril de 1915 – Alemãozinho consegue convencer os líderes: Estanislau Schumann, Guilherme Reinchardt, Sebastião Campos, Bonifácio Papudo e Francisco Salvador, que se entregam com dois mil confinados ao general Setembrino em Canoinhas. Em conversa particular, Alemãozinho pede para o general retirar o seu nome nos relatórios militares, destruir a pasta de identidade militar no alto comando militar do Rio de Janeiro, inclusive apresentar ao ministro a sua demissão.

Após, ele pede também para não constar o nome de Chica Pelega nos relatórios de prisioneiros, pois pretendia levá-la para o Rio de Janeiro, levando uma vida normal e no completo anonimato. No dia seguinte, o general Setembrino recebe ordens do presidente Venceslau Brás e do ministro da guerra Caetano de Farias, que deveria fazer um relatório dos prisioneiros e após libertá-los. Aproveitando, informa ao ministro que a sua missão na região do contestado estava cumprida e pedia para retornar ao Rio de Janeiro, deixando que os governadores terminassem de pacificar os sertões de Santa Catarina e Paraná.

Abril de 1915 – Alemãozinho retorna a aldeia Kaigang, em seguida parte com Chica Pelega para o Rio de Janeiro. A partir desse momento, morre no quase anonimato, o líder jagunço e capitão republicano Henrique Wolland, e a líder guerreira Chica Pelega de Taquaruçú.
Maio de 1915 – Capitão Vieira da Rosa, tendo apoio dos chefes de piquetes de vaqueanos legalistas, decidem acabar definitivamente com os poucos focos dos jagunços de José Maria. Apoiados pelos governadores e os coronéis das províncias, implantam o famoso confisco de guerra, onde teriam o direito de posse dos objetos de valor em suas conquistas.
Maio de 1915 – Os líderes, Manoel Padilha e Sebastião Campos montam o reduto de Pedras Brancas, tendo aproximadamente mil pessoas confinadas. Olegário Ramos e os irmãos Ventura montam o reduto de Guarda dos Santos, tendo aproximadamente oitocentas pessoas confinadas. Adeodato Ramos monta o reduto de São Miguel, tendo aproximadamente mil pessoas confinadas, inclusive Elias de Moraes, Maria do Carmo, Conceição e os pares de França. Os líderes, Manoel Morais, Manoel Lira de Jesus e Corado Glober montam o reduto de São Pedro, às margens do Rio Timbó, tendo aproximadamente três mil pessoas confinadas, agora contando com os confinados do reduto de São Miguel. Os líderes, Manoel Rocha e Euzébio Ferreira dos Santos montam o reduto de Poço Preto, nas proximidades de Vila Nova do Timbó, tendo aproximadamente cento e cinqüenta pessoas confinadas.
Junho de 1915 – A líder guerreira Maria Rosa prevendo a existência de muitas mortes nos novos redutos, que tinha no comando geral o inescrupuloso Adeodato Ramos, decide retornar com a sua família para o reduto de Pedras Brancas. O capitão Vieira da Rosa no comando de trezentos soldados da guarda nacional e o piquete de vaqueano de Francisco Geraldo destrói e incendeia o reduto de Pedras Brancas, chacinando todos os trezentos prisioneiros.
Setembro de 1915 – Estabelecidos no Rio de Janeiro, Henrique Wolland e Chica Pelega sobrevivem no mais completo anonimato.Na visita ao estúdio fotográfico do marido, escuta a conversa dele e do ex-ministro Rui Barbosa, onde afirma que o senador Pinheiro Machado foi um dos principais culpados pelo envio de tropas à região contestada, onde morreram toda a sua família. Chica passa a planejar uma maneira de vingar a morte deles e informa-se sobre os passos do senador. Dias depois, mata-o juntamente com seus seis capangas em frente ao parlamento, morrendo definitivamente a guerreira e nascendo a tradicional mulher naquela época.
Novembro de 1915 – A líder Maria Rosa retira a sua família do reduto de São Pedro, refugiando-se nos arredores de Canoinhas, na fazenda de Silvério Bastos.

O capitão Euclides de Castro no comando de trezentos soldados da guarda nacional e o piquete de Lau Fernandes destrói e incendeia o reduto de Guarda dos Santos e Poço Preto, fazendo diversos prisioneiros.

Dezembro de 1915 – O comandante Adeodato Ramos monta o reduto de São Sebastião, às margens do Rio Timbó, tendo aproximadamente mil pessoas confinadas. O lendário Lau Fernandes no comando de duzentos vaqueanos destrói e incendeia a reduto, fazendo centenas de prisioneiros, levando-os para Canoinhas.
Dezembro de 1915 – Elias de Moraes no comando do reduto São Pedro, soube da destruição do reduto de São Sebastião, decide reforçar as suas defesas para evitar surpresas desagradáveis. O capitão Euclides de Castro no comando de trezentos soldados e do piquete de Lau Fernandes destrói e incendeia o reduto de São Pedro, fazendo centenas de prisioneiros.
Dezembro de 1915 – A líder Maria Rosa e a sua família se entregam ao oficial no comando de Canoinhas, o capitão Euclides de Castro, em seguida Elias de Sousa deixa-a aos cuidados de Silvério Bastos. Ele faz novo registro de nascimento, criando-a como fosse a sua própria filha. O mundo Jagunço desmorona, milhares de confinados se entregam às autoridades legais em diversas regiões do contestado. Adeodato em fuga, em Perdiz Grande encontra-se com o velho Euzébio, mata-o covardemente pela derrota aos republicanos.

O coronel Fabrício Vieira das Neves manda que Pedro Ruivo e os seus vaqueanos, montem uma tocaia na estrada principal de Lages a Vacaria. Pedro Ruivo cumpre as ordens, chacina covardemente o lendário Elias de Moraes e toda a sua família.

Outubro de 1916 – O governador coronel Felippe Schimidt de Santa Catarina, o governador Afonso Alves de Camargo do Paraná, ministros, parlamentares e o presidente Venceslau Brás chegam a um acordo sobre as divisas dos dois estados. Mas para que isso se tornasse uma realidade, foi necessário morrerem mais de dez mil caboclos, quase dois mil soldados republicanos, aproximadamente mil e quinhentos vaqueanos legalistas e quase três mil civis que habitavam a região contestada. Coronel Fabrício Vieira das Neves e Pedro Ruivo são presos no quartel na Lapa, soltos tempos depois, devido à falta de provas.
Agosto de 1916 – O lendário Adeodato Ramos é encurralado num capão de mato no vale de Santa Maria, vendo que era impossível romper o bloqueio dos vaqueanos, acaba se entregando. Ele é encaminhado para cadeia de Curitibanos.


13-Adeodato Manoel Ramos Preso em Desterro


Dezembro de 1916 – O comandante dos jagunços da irmandade de São Sebastião é levado a julgamento a portas fechadas, somente presentes as autoridades locais e das províncias do contestado, onde foi condenado a trinta anos de prisão pelo Juiz de direito Guilherme Abry e pelo promotor de justiça Marcílio da Cruz Maia. Ao escutar a sentença Adeodato joga o seu chapéu para o alto, exclama irônico: – Trinta anos, eu dou até risada! Imediatamente é transferido para a prisão de Lages, onde tinha maior segurança.
Dezembro de 1917 – O coronel Henrique Paes de Almeida Filho tenta contratar o jagunço Conrado Glober, imediatamente recusa a empreitada, mas ao saber que a vítima era o coronel Albuquerque, informa ao mensageiro que faria o serviço de graça e com todo prazer. Aproveitando que o coronel Albuquerque e o seu filho Euclides, iriam naquele dia buscar uma vaca de leite na fazenda do coronel Virgílio Pereira, Conrado monta uma tocaia no Capão da Mortandade. Ele aponta para o alvo e atira duas vezes, matando-o instantaneamente. Major Euclides ao ver o seu pai cair ferido, corre desesperadamente para Curitibanos, visando buscar ajuda. Nesse histórico dia, morre um dos principais culpados na chacina dos miseráveis da região do contestado. No mesmo mês, Adeodato Ramos consegue fugir da prisão, aproveitando a chuva torrencial que caía à noite. Sendo capturado num boliche à beira de estrada, completamente bêbado. Devido à pressão dos coronéis locais, é transferido para a prisão em Florianópolis.
Novembro de 1918 – À frente de sucessivas derrotas dos austríacos e alemães para os aliados, assinam o Tratado de Armistício de Compiegne, deixando um saldo de treze milhões de mortos e vinte milhões de feridos. Além de fazer um enorme rastro de destruição em diversos países. Os alemães são obrigados a pagarem pesadas dívidas de guerra, inclusive acabam perdendo parte de seu território.
Janeiro de 1923 – Adeodato Ramos aos poucos tenta ganhar a confiança dos carcereiros, aproveitando o descuido da sentinela, ataca-o e toma o seu fuzil. O fato não passou despercebido, o major Trujilo de Mello ordena que pare. Adeodato instintivamente aponta o seu fuzil em direção ao major, mas estava vazio e o mesmo não acontece com o fuzil do major. Sem saber, Adeodato tinha caído numa armadilha republicana, sendo exterminado o último jagunço de José Maria.

Ele ainda é levado para a enfermaria, mas não agüenta o ferimento, morrendo minutos depois, sendo enterrado numa simples cova como indigente. Nesse dia histórico, morre o flagelo de Deus e nasce a lenda no contestado.
Principais Personagens na Guerra do Contestado

Irmandade de São Sebastião: Elias de Moraes – Elias de Sousa – Maria Rosa de Sousa – Francisco Alonso de Sousa – Euzébio Ferreira dos Santos – Praxedes Gomes Damasceno – Joaquim Gomes Damasceno – Benedito Pedro de Oliveira (Chato) – Cirino Pedro de Oliveira (Chato) – Elias de Melo – Miguel Lucena Boaventura (José Maria) – Henrique Wolland (Alemãozinho) – Manoel Alves de Assumpção da Rocha – Maria do Carmo – Chica Pelega – Conceição – Margarida – Terezinha – Clementina – Guilherme Helmich – Agostinho Saraíba (Castelhano) – Francisco Paes de Farias (Chico Ventura) – Manoel Teixeira (Maneco) – Joaquim Germano – Gustavo Reinchardt – Irmãos Sampaio – Bonifácio José dos Santos (Bonifácio Papudo) – Antônio Tavares Júnior – Francisco Salvador – Juca Ruivo – os videntes Teodora e Joaquim dos Santos (Neta e filho de Euzébio) – Sebastião Campos – Guilherme Paes de Farias (Guilherme Ventura) – Delfino Pontes – Murilo Gomes – João Paes de Farias (João Ventura) – Tobias Lourenço de Sousa – Adeodato Manoel Ramos – Olegário Ramos (Negro Olegário) – Francisco Maria Camargo (Chico Pitoca) – Benevenuto Alves de Lima (Venuto Baiano) – Conrado Glober – Manoel Lira de Jesus – Manoel Germano – Ignácio Gonçalves de Lima – Aleixo Gonçalves de Lima – Francelísio Sutil de Oliveira – Honório de Albuquerque – Joaquim Gonçalves de Lima – Maria Alves Moreira – Silvério Bastos – Manoel Morais (Pai Velho) – Paulino Pereira da Silva – Paulino Ribeiro – Francisco de Almeida – Cipriano de Almeida – Henrique Hass – Estanislau Schumann – Vacariano Nabor – Carneirinho e pouco mais de vinte mil fanáticos e jagunços. Contou com o apoio dos coronéis, Henrique Paes de Almeida (pai), Henrique Paes de Almeida (filho) e Miguel Fragoso, Domingos Soares e uma dezena de coronéis nas muitas províncias.

Coronéis e Autoridades: Coronel Francisco Ferreira de Albuquerque – Coronel Virgílio Pereira – Coronel Marcos Gonçalves de Farias – Coronel José Rauen – Coronel Domingos de Oliveira Lemos – Coronel Zacarias de Paula Xavier – Juiz de Direito Guilherme Abry – Promotor de Justiça Marcílio da Cruz Maia – os Capitães João Alves Sampaio – João da Cruz Maia – Leogídio Vicente Mello – Major Euclides Ferreira de Albuquerque – Major Altino Gonçalves de Farias – Major João Severo Gomes – Major Simpliciano de Almeida – Major Graciliano T. de Almeida – Major Firmino de Almeida – Major Henrique de Almeida Filho – Major Salvador Calomeno – Coronel Henrique Rupp – Coronel Virgílio Antunes – Coronel Manoel Tomaz Vieira – Coronel Manoel Fabrício Vieira – Coronel Fabrício Vieira das Neves – Coronel Vidal Ramos – Coronel Felippe Schimidt – Dr. Afonso Alves de Camargo – Carlos Cavalcânti – Coronel Emiliano Ramos – Belisário Ramos – Senador Pinheiro Machado – Senador Lauro Müller – Deputado Federal Manoel Correia de Freitas – Antônio Rocha Tico – Deputado Ulbaldino de Amaral – Diocleciano Martyr – Deputado Sidnei Gonçalves – Ministro Rui Barbosa – Virgilio Martinho de Melo – Miguel Francisco Driessen – João Severo de Oliveira – José Knol, José Custódio de Melo – Aristides de Oliveira Lemos – Diogo Alves Ribeiro – Alzerino Waldomiro de Almeida.

Oficiais Republicanos: Tenente Coronel João Gualberto Gomes de Sá Filho – Tenente Coronel Busse – Desembargador Sálvio Gonzaga – Capitão Adalberto de Menezes – Capitão Mauricio Antônio de Melo – Capitão Esperidião de Almeida – Ministro da Justiça Rivadávia da Cunha Corrêa – Capitão Euclides de Castro – Capitão Zaluar – Tenente Coronel Dinarte de Aleluia Pires – Major Trujilo de Melo – Capitão Lebon Régis – os Presidentes: Marechal Deodoro da Fonseca – Marechal Floriano Peixoto – Nilo Peçanha – Rodrigues Alves – Afonso Pena – Hermes da Fonseca – Venceslau Brás – Capitão João Teixeira de Matos Costa – Major Januário Cortes – Tenente Coronel Vidal de Oliveira Ramos – Tenente Coronel Castelo Branco – Tenente Coronel José Carneiro – Tenente Coronel José Capitulino Freire Gameiro – Tenente Coronel Adolpho de Carvalho – General Carlos Frederico de Mesquita – Ministro da guerra Vespasiano de Albuquerque – Ministro da guerra Caetano José de Farias – Tenente Coronel Campos – General Fernando Setembrino de Carvalho – Tenente Coronel Francisco Raul D’Estillac Leal – Capitão Tertuliano Albuquerque Potyguara – Capitão Vieira da Rosa Araújo – Tenente Coronel Henrique Rupp – Major Taurino de Resende – Tenente Coronel Júlio César – Tenente Coronel Onofre Ribeiro – Tenente Coronel Eduardo Sócrates – Major Furtado Paiva – Tenente José Pereira da Rosa – Tenente Joaquim Souza Reis – Tenente Herculano Teixeira de Assumpção – Tenente Walfredo Ermílio – Tenente Antônio Guilhon – Dr. Rabelo Pinto – Tenente Joaquim Ribeiro – Tenente Salvador Pinto Ribeiro -Capitão Francisco Alves Pinto – Sargento Carlos Pinkensleper – Tenente Belizário Caetano Ferreira Leite, comandaram as várias expedições, tendo um total de quase doze mil soldados. Após a saída do General Setembrino, assumiu a inspetoria da décima primeira região militar, o Coronel Sebastião Basílio Pirro. São usados pela primeira vez no mundo, os aviões Parrascal Morone de 50 cavalos e um Morane Saulnier de 90 cavalos no reconhecimento aéreo, com o Coronel alemão Ricardo Kirk, o Tenente italiano Ernesto Dariolli. Os outros três aviões, um Bleriot de 80 cavalos e dois Parrascal Morane de 50 cavalos é destruído pelas fagulhas da locomotiva a vapor.

Piquetes de Vaqueanos Legalistas: Manoel Fabrício Vieira – Fabrício Vieira das Neves – Capitão Vieira da Rosa Araújo – Salvador Pinheiro – Pedro Vieira – Leocádio Camargo – João Alves de Oliveira – Virgílio Pereira – Tobias Ricardo – Antônio Camargo – Francisco A. Bueno – João Correia Sobrinho – Pedro Leão Carvalho (Pedro Ruivo) – David Padeiro – Nicolau Fernandes e muitos outros que formavam mais de três mil Vaqueanos.

Outros Personagens: João Maria D’Agostin – Anatás Marcarf (João Maria de Jesus) – Frei Pedro Sinzing – Frei Rogério Neuhaus – Frei Amando Bahlmann – Frei Dimas Wolff – Frei Gaspar Flesch – Frei Candido Spannagel – Frei Menandro kamps – Frei Solano Schimidt – Frei Redento Kullmann – Frei Bruno Heuser – Bispo João Francisco Braga – Bispo Duarte Leopoldo e Silva – Os comerciantes Guilherme Gaertner e Antônio Rossi – os filhos do Coronel Albuquerque, Tiago, Elvira, Iracy e Orival Ferreira de Albuquerque – João Goetten Sobrinho – Os diretores da Lumber Company and Colonization, Brazil Railway Company, Percival Farquhar, Ernesto Bishop, Henry Wismaster e Jaime Bishop – Família Garipuna, Santos e Lima do Quilombo Capão dos Negros – Os Kaigang: cacique Condá, Virí, Cauê e Jáqui – Fortunato Branco – Artur de Paula e Sousa – Francisco Hass – Antônio Lyk – Luís Skyna – Saturnino Maia – Macário Maia – Miguel Valle – Conrado Wagner – Miguel Stocker – Vitorino José Silveira – Inácio Briaveltaki – Antônio Francisco Pasela – Arlindo Bessa – Pedro Schiffer – Roberto Andrés Guilleron – Simpliciano Ferreira Guimarães – Pedro Nicolau Werner – Leopoldo Steffen – Roberto Enlke – Dr. Mileto Tavares – Cunha Barreto – João Nikisch – Joaquim Prudente – João Lourenço – Henrique Ramos.
Região Contestada

Redutos dos Fanáticos: Arraial do Taquaruçú I – II e III – São José – Caraguatá – Santo Antônio – Perdizinhas – Campos do Irani – Perdiz Grande – Santa Maria – Pedras Brancas – Paciência – Pinheiros – Pinhalzinho – Timbózinho – Bom Sossego – Tamanduá – Caçador – Caçadorzinho – Poço Preto – Reinchardt – Raiz da Serra – Coruja – Traição – Cemitério – Conrado Glober – Aleixo – Ignácio – Tapera – Perdizes – Butiá Verde – São Pedro – Ferreiros – Colônia Vieira – São Sebastião – Piedade – Passo de João Vargeano – Boliche de João Santos – Sebastião Campos – Estanislau Schumann – Francisco Salvador – Guilherme Helmich – Negro Olegário – Tomazinho – Guarda dos Crespos – São Miguel – São Pedro – Guarda dos Quadros – Rio das Pedras – Irmãos Sampaio – Campos de Palmas – Campos de Monte Alegre – Faxinal e também nas proximidades dos Rios Canoas, Iguaçu e barrancas do Uruguai.

Cidades e Vilas Envolvidas no Conflito: Curitibanos – Campos Novos – Anita Garibaldi – Herval Velho – Herval D’Oeste – Joaçaba – Tangará – Videira – Caçador – Xanxerê – Concórdia – Pinheiro Preto – Chapecó – Taió – Palmitos – Água Doce – Pinhalzinho – Rio das Antas – Matos Costa – Três Barras – Timbózinho – Timbó Grande – São Cristóvão do Sul – Ponte Alta do Sul – Ponte Alta do Norte – Nova Galícia – Santa Cecília – Lebon Régis – Papanduva – Monte Alegre – Monte Castelo – Mafra – Porto União – São Bento do Sul – Rio Negro – Canoinhas – Jangada do Sul – Felippe Schimidt – Irati – União da Vitória – Capitão Malet – General Carneiro – São Mateus – Palmas – Irani – Lages – Correia Pinto – Otácilio Costa – São José do Cerrito – Frei Rogério – Fraiburgo – Brunópolis – Monte Carlo e proximidades do Rio Canoas – Lageadinho – Fachinal Paulista – Passa Dois – Perdizinhas – Taquaruçú – Rio Correntes – Cabaçais de Baixo – Cabaçais do Meio – Cabaçais de Cima – Lajeado Raso – Marombinhas – Rio das Pedras – Campo belo – Restinga Seca – Capão Alto – Campos dos Pires – São João – Calmon – Rio Marombas do Caçador – Butiá Verde – Serra da Esperança – Tapera – Rio dos Crespos – Serra do Espigão, expandindo até a divisa da Argentina.

Luiz Alves

Livro publicado pelo próprio autor em 2009
Bibliografia

Assumpção, Herculano Teixeira – A Campanha do Contestado – Imprensa Oficial do Estado 1917 – Belo Horizonte – MG.
Autores Diversos – Maria Rosa – Edição dos Autores 2005 – Curitibanos – SC.
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Alves, Luiz – Guerreiros do Sertão – Volume I e II – Esboço Livro Não Publicado 2005 – Curitibanos – SC.
Alves, Luiz – Heróis da Liberdade – Gráfica Princesa – Secretaria Estadual de educação e Cultura 2008 – Curitibanos – SC.
Borelli, Mário José – Contestado – Secretaria de Educação e Cultura – Gráfica IOESC s. d. – Florianópolis – SC.
Busato, Gualdino D. – Revolução Farroupilha – Edição do Autor 1995 – Curitibanos – SC.
Construção da Ferrovia Madeira Mamoré – Museu da USP – Site da Internet 2006 – São Paulo – SP.
Cunha, Euclides – Os sertões – Editora Record 1998 – Rio de Janeiro – RJ.
Cadorin, Adílcio – Anita – Guerreira das Repúblicas – UDESC e IOESC 1999 – Florianópolis – SC.
Collor, Lindolfo – Garibaldi e a Guerra dos Farrapos – Editora Globo 1938 – Porto Alegre – RS.
Contestado – Fundação Roberto Marinho 1987 – Rio de Janeiro – RJ.
Derengoski, Paulo Ramos – O Desmoronamento do Mundo Jagunço – FCC Edições 1986 – Florianópolis – SC. (Foto 04).
Ferreira, José Roberto Martins – História Didática – Editora FDT 1950 – São Paulo – SP.
Gallo, Ivone Cecília D’Àvila – O Contestado O Sonho do Milênio Igualitário – Editora UNICAMP 1999 – Campinas – SP.
Gerson, Brasil – Garibaldi e Anita – Guerreiros do Liberalismo – Editora Souza 1953 – Rio de janeiro – RJ.
Guerra do Contestado – Documentários RBS/TV s/d – Blumenau – SC
Kruker, Giovana A. – Estudos Sociais – Município de Curitibanos – Gráfica IOESC 1999 – Florianópolis – SC.
Lemos, Zélia Andrade – Curitibanos na História do Contestado – Imprensa Oficial do Estado 1977 – Florianópolis – SC.
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Monteiro, Douglas Teixeira – Os Errantes do Novo Século – Livraria Duas Cidades 1974 – Rio de Janeiro – RJ.
Museu Antônio Granemann de Souza (Acervo) – Prefeitura Municipal de Curitibanos – SC. (Fotos 01/05/07/10).
Pradi, Cirila de Menezes – Chica Pelega do Taquaruçú – Imprensa Oficial do Estado 2000 – Florianópolis – SC.
Piazza, Walter F./Mathias, Herculano Gomes/Thomé, Nilso – Contestado – Editora IOESC 1986 – Florianópolis – SC. (Fotos 03/06/08/09/11/12/13)
Piazza, Walter F. – Dicionário da Política Catarinense – Gráfica IOESC/UFSC 1985 – Florianópolis – SC.
Rau, Wolfgang Ludwig – A Vida e Morte de José e Anita Garibaldi – Edição do Autor 1989 – Laguna – SC. (Foto 02)
Rau, Wolfgang Ludwig – Anita Garibaldi – Entre o Amor e a Guerra – documentário TV SENAC 1999 – Florianópolis – SC.
Revolução Federalista – diversos autores – Site Internet 2006 – Porto Alegre – RS.
Revolta das Chibatas – H. Acker – Site Internet 2006 – Fundação Carioca de Cultura – Rio de Janeiro – RJ.
Sachet, Celestino e Sérgio – Histórias de Santa Catarina – O contestado – Editora Século Catarinense 2001– Florianópolis – SC.
Thomé, Nilson – Tradições Folclóricas da Região do Contestado – Jornal A Imprensa Catarinense 1984 – Caçador – SC.
Stulzer, Frei Aurélio – A Guerra dos Fanáticos – Editora Vozes 1982 – Petrópolis – RJ.
Valente, Valentin – Anita Garibaldi Heroína por Amor – Editora Soma 1949 – São Paulo – SP.
Varnhagen, Francisco Adolfo – História Geral do Brasil – Editora Melhoramentos 1962 – São Paulo – SP.
Zumblick, Walter – Aninha do Bentão – Edição Prefeitura de Tubarão 1980 – Tubarão – SC.

Fonte: www.dominiopublico.gov.br