A partir de 1860, a Revolução Industrial entrou em uma nova fase profundamente diferente da Primeira Revolução Industrial.
É a chamada Segunda Revolução Industrial, provocada por três acontecimentos importantes:
Desenvolvimento de novo processo de fabricação de aço (1856)
Aperfeiçoamento do dínamo (1873)
Invenção do motor de combustão interna (1873) por Daimler.
As principais CARACTERÍSTICAS da Segunda Revolução Industrial são as seguintes:
1. A substituição do ferro pelo aço como material industrial básico.
2. A substituição do vapor pela eletricidade e pelos derivados de petróleo como principais fontes de energia.
3. O desenvolvimento da maquinaria automática e um alto grau de especialização do trabalho.
4. O crescente domínio da indústria pela ciência.
5. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações. As vias férreas são melhoradas e ampliadas. A partir de 1880, Daimler e Benz constroem automóveis na Alemanha, Dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a produção do seu modelo “T” em 1908, nos Estados Unidos. Em 1906, Santos Dumont faz a primeira experiência com o avião.
6. O desenvolvimento de novas formas de organização capitalista.
As firmas de sócios solidários, formas típicas de organização comercial, cujo capital provinha dos lucros auferidos (capitalismo industrial), e que tomavam porte ativa na direção dos negócios, deram lugar ao chamado CAPITALISMO FINANCEIRO, que tem quatro características principais:
a) a dominação da indústria pelos investimentos bancários e pelas instituições financeiras e de crédito, como foi o caso da formação da United States Steel Corporation, em 1901, pela J. P. Morgan & Co.;
b) a formação de imensas acumulações de capital, provenientes de trustes e fusões de empresas;
c) a separação entre a propriedade particular e a direção das empresas;
d) o desenvolvimento das holding companies.
7. A expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental, e até o Extremo Oriente.
A Eletrificação da Sociedade
A energia elétrica está para a segunda revolução industrial assim como a máquina a vapor esteve para a primeira e com a luz elétrica as taxas de lucratividade foram elevadas, permitindo o acelerado crescimento industrial. Motores e máquinas menores e toda a parafernália eletrônica subsequente permitiram o desenvolvimento de um grande número de utilidades domésticas, que seriam os bens de consumo duráveis que, juntamente com o automóvel, constituem os maiores símbolos da sociedade moderna.
O desenvolvimento da indústria de utilidades domésticas ocorre como resposta natural à escassez e ao encarecimento da mão-de-obra de serviços domésticos.
Ou seja, a mão-de-obra de baixa qualificação migra para a indústria e os salários dos serventes tendem a acompanhar os salários industriais. Com o crescimento do movimento feminista, vincula-se a ideia que as “donas de casa devem se libertar da escravidão do trabalho doméstico”, o que intensifica a demanda por utilidades domésticas devido ao aumento da renda familiar.
No contexto de se aumentar a produtividade do trabalho, surge o método de administração científica de Frederick W. Taylor, que se tornaria mundialmente conhecido como taylorismo: para ele o grande problema das técnicas administrativas existentes consistia no desconhecimento, pela gerência, bem como pelos trabalhadores, dos métodos ótimos de trabalho. A busca dos métodos ótimos, seria efetivada pela gerência, através de experimentações sistemáticas de tempos e movimentos. Uma vez descobertos, os métodos seriam repassados aos trabalhadores que transformavam-se em executores de tarefas pré-definidas.
Uma segunda concepção teórica, conhecida como fordismo, acelera o conceito de produto único de forma a intensificar as possibilidades de economia de escala no processo de montagem e se obter preços mais baixos. Com seu tradicional exemplo do Ford T, ao se valer da moderna tecnologia eletromecânica, ele desenvolve peças intercambiáveis de alta precisão que elimina a necessidade de ajustamento e, consequentemente do próprio mecânico ajustador. Sem a necessidade de ajuste, a montagem pode ser taylorizada, levando a que mecânicos semi-qualificados se especializassem na montagem de pequenas partes.
Com a introdução de linhas de montagem, eleva-se a produtividade ao minimizar o tempo de deslocamento e redução nos estoques. Muito mais importante ainda, são os ganhos dinâmicos de longo prazo, uma vez que se pode avançar com a taylorização, onde a própria linha de montagem se transforma no controlador do ritmo de trabalho. Esse cenário leva à substituição de empregados por máquinas de forma a maximizar a produtividade.
Por fim, com a expansão das escalas e dos ritmos de produção, o avanço da mecanização em sistemas dedicados se intensificará também nas unidades fornecedoras de peças, assim como nos fabricantes de matérias-primas e insumos.
Lord Kelvin, a Segunda Lei da Termodinâmica e a Escala de Temperatura Absoluta
William Thomson (1824 – 1907), mais tarde conhecido como Lord Kelvin, é um dos cientistas mais notáveis e ecléticos da segunda revolução industrial, do período de apogeu do Império Britânico. Na tradição de Newton, como filósofo natural, contribuiu para as teorias do calor, da eletricidade e do magnetismo.
Desde muito jovem era um gênio matemático, conhecedor da obra de Fourier, estabelecendo relações entre as teorias do calor e da eletricidade, explicando ao próprio Maxwell o caráter das linhas de força de Faraday. Após uma permanência na França, reconheceu a importância do trabalho de Carnot, promovendo a sua reconciliação com as idéias de conservação de energia, e explicando magistralmente a segunda lei da termodinâmica.
A escala Kelvin de temperaturas é baseada no ciclo de Carnot, que não depende de nenhuma substância ou de hipóteses desnecessárias sobre a natureza do calor. Interessou-se por problemas aplicados, em particular na área da telegrafia, participando do lançamento do primeiro cabo telegráfico transoceânico, e transformando-se num engenheiro elétrico e empreendedor de muito sucesso. Era escritor prolífico e polêmico; envolveu-se num debate famoso, com geólogos e evolucionistas, sobre a idade da terra.
No final da vida, chegou a vislumbrar pequenas dificuldades na física clássica.
Fonte: fma.if.usp.br
Segunda Revolução Industrial
A Segunda Revolução Industrial começou por volta de 1870. Mas a transparência de um novo ciclo só se deu n as primeiras décadas do século XX. Foi um fenômeno muito mais dos Estados Unidos que dos países europeus.
E esta segunda revolução industrial que está por trás de todo desenvolvimento técnico, científico e de trabalho que ocorre nos anos da Primeira e, pri ncipalmente, da Segunda Guerra Mundial .
A Segunda Revolução Industrial tem suas bases nos ramos metalúrgico e químico. Neste período, o aço torna – se um material tão básico que é nele que a siderurgia ganha sua grande expressão. A indústria automobilística assume grande importância nesse período.
O trabalhador típico desse período é o metalúrgico.
A tecnologia característica desse período é o aço, a metalurgia, a eletricidade, a eletromecânica, o petróleo, o motor a explosão, a petroquímica. A eletricidade e o petróleo são as formas de energia que movimentam as máquinas e um sistema de transporte de grande rapidez e capacidade de deslocamento, no qual a rodovia e navegação aérea vêm se somar à ferrovia e à navegação marítima.
A segunda muda e transforma por interior o espaço e a sociedade. O aço é a base de tudo ao lado de outros metais que abrem o leque do ramo da metalurgia. A eletricidade desenvolve a indústria eletromecânica e leva o homem a vencer as distâncias. Os cabos de eletricidade substituem as polias dentro das indústrias e abrem espaços que as tornam mais iluminadas e respiráveis. A indústria se automatiza. Por sua vez, o petróleo dá origem ao motor de explosão e adiciona às indústrias metalúrgicas o ramo da petroquímica.
A Primeira Revolução Industrial cientificamente se baseou na física. Por força do petróleo, a Segunda Revolução indústria vai se apoiar na Química.
Encarnando a novidade da automação, Ford cria a linha de montagem apoiada numa esteira rolante, a linha de montagem, típica do fabrico de automóveis, é o processo técnico que ficara registrado como a forma mais característica de automação, com a qual de introduz na indústria a produção padronizada, em serie e em massa.
O efeito sobre a organização do trabalho é ode uma radical reestruturação. Com o fordismo, um trabalhador desqualificado surge no lugar do velho trabalhador de oficio com função puramente de executar dentro da fabrica uma tarefa de trabalho específica, simples e integrada, que qualquer trabalhador pode realizar em um tempo curto e repetidas vezes com grande ritmo de velocidade. O trabalhador qualificado por oficio do paradigma manchesteriano desaparece para dar lugar ao trabalhador de tarefas especializadas e que não necessita de qualquer qualificação profissional.
A lógica dessa especialização desqualificação é a especialização produtiva da maquina que surge dentro do trabalho automatizado. É a máquina desenhada para o fabrico de um só produto realizando movimentos padrões determinados.
Máquina que produz sapato, só produz sapato; não serve para o fabrico de outro tipo de produto.
O trabalhador acompanha essa especialização: em função do produto, especializa-se a máquina-ferramenta e em função da máquina-ferramenta especializa-se o trabalhador.
Cria-se assim uma tecnologia de altíssima capacidade de produzir volume de produtos, porém rígida. Uma rigidez que se transmite ao exercício do trabalho. O exemplo é a esteira da linha de montagem do automóvel. Ao longo da rolagem da esteira o automóvel vai sendo montado peça-a-peça. Começa numa ponta com a primeira peça, à medida que a esteira se desloca, as peças vão se juntando uma às outras, até que ao final se junta a última peça e o automóvel está pronto. Os trabalhadores ficam dispostos ao longo da esteira rolante, cada qual num posto de trabalhão (daí a origem desse termo e da expressão eliminação de postos de trabalho usada em época de desemprego), esperando com uma peça na mão que chegue até ele o conjunto de peças já acopladas para que junte a peça que lhe cabe e a esteira siga para diante onde oura peça será juntada, tudo seguindo um ritmo de velocidade acelerada e ininterrupta. Uma função mecânica, extenuante e para a qual não se precisa pensar. Pensar é a função de um especialista, o engenheiro, que planeja para o conjunto dos trabalhadores dentro do sistema da fabrica.
Temos aqui a principal característica do período técnico da segunda revolução industrial: a separação entre a concepção e execução, separando quem pensa (o engenheiro) e quem executa (o trabalhador massa). É, pois o taylorismo o que está na base do fordismo. É criação do taylorismo e não do fordismo, essa série de segmentações que quebra e dissocia o trabalhão em aspectos até então organicamente integrados a partir da separação entre o trabalhão intelectual e o trabalhão manual.
Observando o sistema do trabalho existente nas industrias dos Estados Unidos do final do século XIX, e notando sua porosidade, Taylor elabora um sistema que designa de Organização Cientifica do trabalho (OMT). Consiste esta organização em separar o trabalho de concepção e o trabalho de execução, com o intuito de, a um só tempo, retirar dos trabalhadores de oficio a autonomia do paradigma manchesteriano de que ainda desfrutam dentro do trabalho fabril e, assim, submetê-los a forte controle patronal por meio dos seus engenheiros; em passar para a classe patronal e seus engenheiros a função de pensar e deixar para a massa dos trabalhadores a função exclusiva de executar, desqualificando e massificando o trabalho e qualificando o capital.
Os alvos são os movimentos gestuais do trabalhador e as ferramentas que utiliza. Para isso, o trabalho manual é reduzido ao máximo da sua simplificação.
Gestos e ferramenta são decompostos e reduzidos em seus aspectos mais simples, de modo a poderem ser reduzidos à especialização mais absoluta. O trabalhador fica limitado a uns poucos movimentos corporais e ao uso de poucas ferramentas a eles correspondentes. E o trabalho é transformado numa rotina de repetição ao infinito dos mesmos gestos e numa cadencia de velocidade crescente.
É então que se institui como regra a relação de especialização produto-ferramenta-trabalhador, que Ford apensa aperfeiçoa com alinha de montagem. Ford parte da padronização, desqualificação e massificação do trabalho, com seus corolários no salário padrão, tarefa padrão, horário padrão com os quais a regulação taylorista extingue o salário por peça, o trabalho por oficio e a porosidade do trabalho do paradigma anterior e os simplifica nos processamentos produtivos de sua fabrica automobilística. E assim, cria o sistema que se difundirá com o seu nome para ser o paradigma técnico e do trabalho de todo o período da Segunda Revolução Industrial.
Daí o trabalho taylorista ser especializado, fragmentado, não-qualificado, intenso, rotineiro, insalubre e hierarquizado. Sobretudo hierarquizado. Há um engenheiro em cima, projetando no escritório, para que os de baixo executem no chão da fabrica. Para que chegue aos trabalhadores de execução, o projeto deve passar por toda uma rede intermediaria de chefias. A fabrica é dividida em vários setores, cada setor tendo um chefe. Se o número de trabalhadores do setor é grande, as chefias são divididas em comando de grupos de quatro ou cinco trabalhadores de execução. O resultado é uma rede hierarquizada de chefias que às vezes chega a atingir um quinto ou um quarto do número de trabalhadores envolvidos na tarefa da produção da fabrica. O projeto é explicado em cima pelo engenheiro e a explicação percorre de chefe a chefe até que sua compreensão chegue ao executor. Tal hierarquia dita engenharia gerencial, implica uma face da vigilância que é quase condição da organização do trabalho do período técnico e do trabalho da segunda Revolução Industrial e uma de suas mais fortes características.
O investimento nas empresas da Segunda Revolução Industrial é, por isso, muito alto.
A começar pela grande soma de tempo e de recursos em pesquisas necessárias à geração da sua tecnologia. É por isso que no centro desse período técnico estão a ação do Estado e o poder dos monopólios. Grandes empresas estatais e privadas dominam o sistema econômico no seu todo, da escala nacional à internacional, e a escala local praticamente desaparece.
Todo esse sistema se baseia no consumo nos recursos do subsolo. Um consumo de recursos numa escala que não se supre apenas explorando-se o sub-solo nacional. Por isso, cada país que se industrializa depende e disputa o domínio do mercado mundial de matérias-primas. Motivo pelo qual a Segunda Revolução industrial é o período da divisão do mundo em pedaços imperiais das grandes potências industriais, o império inglês, francês, belga, alemão e, logo a seguir, o americano e o japonês. E se torna a era do imperialismo. Donas dos pedaços geopolíticos voltados para assegurar-lhes a reservas de recursos minerais, energéticos e os complementos madeireiros e agroanimais que suas indústrias precisam, as grandes potências engolem o mundo.
Morre então o liberalismo clássico de Adam Smith e Ricardo como ideologia de época. E, após o interregno do liberalismo neoclásssico Walrasiano (1870-1930), é substituído pelo Keynesianismo, o discurso macroeconômico do monopolismo empresarial e do Estado que passa a vigorar após 1930.
A presença das matérias-primas e fontes energéticas vindas do subsolo é tal nesse período, que se pode afirmar que a Segunda Revolução Industrial ergue uma civilização geológica. É assim um paradigma de relação homem-meio que se distingue radicalmente na paisagem geográfica daquele que vimos no período técnico e de trabalho da Primeira Revolução industrial. Uma vez que o ramo básico da Primeira Revolução industrial é a indústria têxtil, as matérias-primas são, sobretudo oriundas do mundo vivo.
Isto gera um paradigma de natureza e ambiental fortemente impregnado de uma noção ainda vegetal e animal de mundo. Por sua vez, tendo por ramos básicos as indústrias altamente consumidoras de recursos vindos do subsolo, a Segunda Revolução industrial dá origem a um paradigma de natureza e ambiental inorgânico.
Situação que suprime de vez a idéia do mundo como natureza viva, e ergue como cosmologia um mundo essencialmente físico-químico e mecânico. Um mundo que a extrema divisão técnica do trabalho se incumbe de quebrar em tantos pedaços, que a fragmentação passa a ser a mais marcante das características desse paradigma. Povoam-nos os fragmentos da pedagogia, da geologia, da climatologia, da geomorfologia, da física, da química, com seus montes de rochas, águas, nuvens, climas, solos, rios, corpos, substancias e moléculas. Coisas não-vivas.
É sob o paradigma que se arrumam os espaços do mundo. Os campos se descampesinam e as cidades se povoam de proletários. A agricultura se mecaniza e as áreas se especializam. A distribuição cidade-campo da população se inverte e a humanidade se urbaniza. O visual das chaminés fumegantes invade a s cidades poluídas e os territórios antes agrários. As velhas civilizações se incorporam na cultura técnica do novo período.
Da cidade ao campo, o mundo como um todo espelha o paradigma industrial, porquanto as regras tayloristas-fordista da regulação técnica e de trabalho extrapolam a fabrica e passam a ser norma de organização e administração dos espaços do mundo. Na cidade, a arquitetura, o trânsito, os hospitais, os cemitérios, as escolas, o urbanismo, tudo passa se organizar de modo padrão, em série e em massa, de acordo com os termos da organização e administração taylorista-fordista. E logo esta norma se passa aos vastos espaços rurais, regionais, nacionais e ganha o mundo.
Toda essa seqüência de metamorfose repercute no mundo do trabalho afetando no seu todo a vida e as ações da classe trabalhadora. A reação ao taylorismo-fordismo inicial é de perplexidade. A seguir, a classe trabalhadora assimila e faz da ação sindical sua forma mais poderosa de movimentação.
Paradoxalmente, o sindicato tira beneficio do próprio fordismo. Ao massificar e concentrar os trabalhadores em um só lugar, o fordismo facilita a organização sindical. Do chão fordista, um sindicalismo de massas emerge com um pé na fabrica e outro no mundo de massa urbana da cidade. Aí, se confunde à cultura de massa engendrada pelo fordismo, com sua programação via imprensa de massa formal (jornal, televisão) da produção e consumo em padrão, em série e em massa. Arrancando com sua força aglutinada salários, previdência, direitos de trabalho, formas de contrato coletivo, qualidade de habitação, o sindicato de massa muda e recria a condição de vida urbana do período da Segunda revolução Industrial.
Fonte: www.escolanet.com.br
Segunda Revolução Industrial
A segunda revolução industrial
A partir do final do século XX, os ganhos de escala se potencializam devido ao crescimento da disponibilidade de aço, uma das marcas da segunda revolução industrial. No atual contexto, qualquer oscilação de demanda ou fluxo de matéria prima, que antes poderiam ser enfrentadas com modificações na mão-de-obra, transformam-se em graves entraves devido à mecanização intensiva.
A alternativa para uma nova dinâmica de crescimento foi a integração vertical, através de processos de fusões e incorporações, que modificam profundamente a estrutura empresarial. Em todos os setores em que havia a possibilidade técnica de exploração de ganhos de escala, surgiram grandes empresas, verticalmente integradas em suas cadeias produtivas e operando nos grandes mercados nacionais.
Para que o processo seja eficiente é preciso uma profissionalização na gestão empresarial pois é preciso assegurar além de um sistema de produção eficiente, também é preciso maximizar os resultados em termos de compras, distribuição e marketing, que extrapola em muito a capacidade gerencial e financeira do empresário. Logo, a verticalização exige uma complexa estrutura administrativa que marcará a segunda revolução industrial através da empresa de sociedade anônima, gerenciada por uma estrutura hierárquica de administradores profissionais assalariados.
A estrutura administrativa passa a representar um elevado custo fixo e devido a atividades não mecanizáveis, essa estrutura se caracteriza pela baixa produtividade. Dessa forma, além de aumentar sua participação em termos de número de funcionários, a estrutura reduz os ganhos de produtividade de áreas operacionais.
A maximização do lucro no curto prazo perde espaço para a maximização de lucros de longo prazo, através de uma expressiva reinversão de lucros de forma a garantir a ampliação da própria estrutura administrativa.
Serão desenvolvidas novas oportunidades de investimento, criando novas demandas através de um marketing agressivo, bem como interiorizando a própria dinâmica de inovação através de laboratórios internos de P&D: cria-se uma organizada insatisfação em termos de se delinear um desejo para ser satisfeito.
Alimenta-se na indústria a mística de lucratividade da ciência – onde empresas começam a financiar tanto a pesquisa básica como a aplicada. Ao contrário do empirismo tecnológico, totalmente dissociado da ciência, que caracteriza a primeira revolução industrial, a dinâmica tecnológica comandada pela grande empresa se associa com a ciência acarretando uma aceleração do processo de desenvolvimento científico e tecnológico.
A nova hegemonia ficará a cargo dos EUA que, às vésperas da Primeira Grande Guerra detém 40% do PIB dos países desenvolvidos e passa a 50% ao final da Segunda Guerra. O sucesso foi atribuído a três fatores. O primeiro foi em função de uma estrutura maior de capital aberto de suas empresas, devido a serem retardatários na primeira revolução industrial. O segundo fator foi a aceleração do processo de verticalização devido à forte preocupação americana com o livre mercado e sua oposição a cartéis. O mais importante fator foi a grande adequação e aceitação da sociedade americana ao produto padronizado.
Conforme caracterizado por Rosenberg:
“…por todo um completo leque de produtos tem-se a evidência de que os consumidores britânicos impuseram seus gostos sobre os produtores, constrangendo-os seriamente com relação à exploração da tecnologia das máquinas. Observadores ingleses frequentemente notavam, com grande espanto, que os produtos americanos eram projetados para se adaptar, não ao consumidor, mas sim à máquina…”.
A Eletrificação da Sociedade
A energia elétrica está para a segunda revolução industrial assim como a máquina a vapor esteve para a primeira e com a luz elétrica as taxas de lucratividade foram elevadas, permitindo o acelerado crescimento industrial. Motores e máquinas menores e toda a parafernália eletrônica subsequente permitiram o desenvolvimento de um grande número de utilidades domésticas, que seriam os bens de consumo duráveis que, juntamente com o automóvel, constituem os maiores símbolos da sociedade moderna.
O desenvolvimento da indústria de utilidades domésticas ocorre como resposta natural à escassez e ao encarecimento da mão-de-obra de serviços domésticos.
Ou seja, a mão-de-obra de baixa qualificação migra para a indústria e os salários dos serventes tendem a acompanhar os salários industriais. Com o crescimento do movimento feminista, vincula-se a ideia que as “donas de casa devem se libertar da escravidão do trabalho doméstico”, o que intensifica a demanda por utilidades domésticas devido ao aumento da renda familiar.
No contexto de se aumentar a produtividade do trabalho, surge o método de administração científica de Frederick W. Taylor, que se tornaria mundialmente conhecido como taylorismo: para ele o grande problema das técnicas administrativas existentes consistia no desconhecimento, pela gerência, bem como pelos trabalhadores, dos métodos ótimos de trabalho. A busca dos métodos ótimos, seria efetivada pela gerência, através de experimentações sistemáticas de tempos e movimentos. Uma vez descobertos, os métodos seriam repassados aos trabalhadores que transformavam-se em executores de tarefas pré-definidas.
Uma segunda concepção teórica, conhecida como fordismo, acelera o conceito de produto único de forma a intensificar as possibilidades de economia de escala no processo de montagem e se obter preços mais baixos. Com seu tradicional exemplo do Ford T, ao se valer da moderna tecnologia eletromecânica, ele desenvolve peças intercambiáveis de alta precisão que elimina a necessidade de ajustamento e, consequentemente do próprio mecânico ajustador. Sem a necessidade de ajuste, a montagem pode ser taylorizada, levando a que mecânicos semi-qualificados se especializassem na montagem de pequenas partes.
Com a introdução de linhas de montagem, eleva-se a produtividade ao minimizar o tempo de deslocamento e redução nos estoques. Muito mais importante ainda, são os ganhos dinâmicos de longo prazo, uma vez que se pode avançar com a taylorização, onde a própria linha de montagem se transforma no controlador do ritmo de trabalho. Esse cenário leva à substituição de empregados por máquinas de forma a maximizar a produtividade.
Por fim, com a expansão das escalas e dos ritmos de produção, o avanço da mecanização em sistemas dedicados se intensificará também nas unidades fornecedoras de peças, assim como nos fabricantes de matérias-primas e insumos.
Fonte: www.ufv.br
Segunda Revolução Industrial
A partir da última metade do século XIX pode-se dizer que houve uma Segunda Revolução Industrial. Enquanto a Primeira baseou-se na energia a vapor do carvão e no ferro, a Segunda baseou-se na eletricidade e no aço, ocorrendo importantes desenvolvimentos na química, nas comunicações e com o uso do petróleo. Estas inovações, de início e em geral, não substituíram plenamente as antigas, tendo somente começado a se destacar, enquanto sua plena realização ocorreu apenas no século XX.
A Segunda Revolução Industrial possui várias características que a diferenciam da Primeira. Uma delas foi o papel assumido pela ciência e pelos laboratórios de pesquisa, com desenvolvimentos aplicados à indústria elétrica e química, por exemplo. Surgiu também uma produção em massa de bens padronizados e a organização ou administração científica do trabalho, além de processos automatizados e a correia transportadora. Concomitantemente, criou-se um mercado de massas, principalmente e em primeiro lugar nos EUA, com ganhos de produtividade sendo repassados aos salários. Por fim, houve um grande aumento de escala das empresas, via processos de concentração e centralização de capital, gerando uma economia amplamente oligopolizada (Hobsbawm, 1968, p. 160-5).
Fonte: www.ufrgs.br
Segunda Revolução Industrial
Segunda Revolução Industrial: conseqüências sociais
A continuidade do processo de revolução industrial, que tinha se iniciado na Inglaterra do século XVIII, fez com que as novas técnicas e meios de produção gerassem a crença em um progresso sem limites, capaz de solucionar todos os males da humanidade. Ao mesmo tempo, as máquinas suplantaram ainda mais o trabalho humano. Tal situação provocou o crescimento das desigualdades sociais e dos movimentos contrários aos avanços técnicos. Para melhor entender essa dualidade, é preciso examinar com atenção todas as características do período.
No início do século XIX, o mundo já não era mais o mesmo. O ser humano podia atravessar os mares com o barco à vapor, enquanto as mercadorias eram facilmente transportadas pelo trem, através das ferrovias. Um ou dois séculos antes dessas inovações, a grande maioria da população nascia, vivia e morria em uma mesma região, aldeia ou cidade. Agora, o mundo inteiro ou pelo menos sua parte ocidental passava a estar interligada, integrada pelos novos meios de comunicação e transporte. Viagens que antes eram extremamente longas, ou mesmo impossíveis, a partir de então eram realizáveis em um tempo, para a época, muito veloz. O próprio processo revolucionário se expandiu espacialmente; não mais se atinha apenas a Inglaterra. Agora países como Estados Unidos, França, Bélgica, Japão, Holanda e Estados da Alemanha começavam a ter as indústrias dentro de seu território.
Com isso, afirmar que o surgimento da indústria acarretou uma mudança em grande parte da humanidade parecida com a revolução agrícola do período neolítico não é nenhum exagero. Em um espaço de tempo curtíssimo, o ser humano deixava de produzir para si ou para um mercado limitado; tinha início a era da produção em massa. Novos materiais eram explorados, como os produtos sintéticos e o aço, assim como novas formas de combustível, principalmente o petróleo. Com tudo isso, não é de se espantar que, ao presenciar o surgimento de novas e numerosas riquezas para sua vida, alguns percebem no progresso científico e tecnológico a resposta para os problemas de miséria e pobreza da humanidade. Os que defendiam essa teoria diziam que com uma produção crescente não haveria mais porque existir desigualdade e fome. Mas, como a experiência histórica demonstrou, não foi isso que aconteceu.
A expansão da indústria ocorre em conjunto com o êxodo rural e o crescimento da urbanização.
As cidades cresciam a uma velocidade assustadora, e com elas surge um fenômeno antes desconhecido: a multidão aglomerado de grande número de indivíduos. Também era assustador presenciar a pobreza que, ao contrário do que alguns imaginavam, crescia cada vez mais. Na Inglaterra, desde a primeira fase da Revolução Industrial isso já ocorria. Os trabalhadores da indústria eram chamados de proletariado, nome que tinha origem na palavra prole, isto é, filhos.
Esse nome vem da idéia de que o trabalhador deveria ganhar um salário suficiente apenas para sustentar sua família e filhos. Estes últimos deveriam engrossar o enorme número de trabalhadores, dispostos a trabalhar muito e ganhar pouco, já que essa era a única maneira de sobreviver. Mulheres e crianças se viam obrigadas a trabalhar, muitas vezes em condições sub-humanas e ganhando menos que os homens, para poder gerar uma maior renda familiar.
Seja nas minas de carvão ou nas indústrias têxteis (ambas características da Primeira fase da Revolução Industrial), o ser humano não tinha escolha: ou aceitava trabalhar para o proprietário dos meios de produção, ou engrossava o número de desempregados e miseráveis. Os operários, ao tomarem consciência da sua condição de explorados, organizaram-se. Não aceitavam mais perder o emprego para máquinas. Tampouco desejavam continuar a trabalhar por extensas jornadas, que em alguns casos chegavam à 14 horas diárias. Reivindicavam também melhores salários para poder viver com mais dignidade. Essa situação só viria a piorar com o já citado processo de expansão do uso das máquinas.
Elas eram cômodas para o dono das fábricas: trabalhavam mais, não reclamavam, muito menos se organizavam para realizar greves e protestos. Alguns proletários, percebendo isso, passaram a quebrar máquinas, colocando nelas a culpa de sua situação. Na verdade, não percebiam que não eram elas a causa de sua pobreza, mas sim o sistema capitalista no qual estavam inseridos.
Esse sistema foi estudado e analisado de maneira genial pelos filósofos Karl Marx e Friedrich Engels, e segundo eles baseia-se na distinção entre duas classes opostas: a burguesia e o proletariado. A primeira era dona dos meios de produção; a segunda, dona apenas de sua força de trabalho e que, sem a posse dos meios de produção, vendia sua força para o capitalista burguês, que o recompensava através do salário.
Mas algo mudou nos operários entre as duas fases da expansão da indústria. Ao invés de protestos isolados, os trabalhadores passaram a se organizar melhor. Surgiram os sindicatos, grupos organizados de trabalhadores que reivindicavam melhoras na sua situação. Conquistaram direitos como a progressiva diminuição da jornada de trabalho e a regulamentação (ou mesmo proibição, em alguns lugares) do trabalho feminino e infantil. O próprio movimento operário se internacionalizou, para ganhar mais força e unir sua luta por condições mais justas, sob a bandeira de diferentes ideologias.
Entre as ideologias que combatiam a ordem vigente, é possível apresentar as mais importantes no contexto do século XIX. Por parte do proletariado, o socialismo utópico, de filósofos como Saint-Simon e Fourier, pregava o acordo entre burgueses e proletários para fundar uma sociedade mais justa e sem desigualdades. Marx os chamaria mais tarde de utópicos por acreditarem nesse acordo pacífico. Ele e seu companheiro Engels idealizaram o socialismo científico, que pregava a revolução, por parte do proletariado, do sistema de produção vigente, gerando uma reorganização racional do processo produtivo e da divisão da riqueza gerada por ele. Também surgiu o anarquismo, criado principalmente por Bakunin, Kropotkin e Proudhon. Os anarquistas acreditavam que era possível, após uma revolução armada, uma sociedade organizada na existência pacífica de seus membros, sem a submissão a um governo, onde não existira hierarquia e, portanto, sem miséria e desigualdades. Das três correntes, é possível perceber a preocupação com o crescimento das desigualdades sociais e da sua situação de exploração.
Por parte da burguesia, a principal ideologia era o liberalismo. O pensamento liberal defendia a livre concorrência e o direito do indivíduo investir onde e como quisesse. O mercado deveria determinar o preço dos produtos através da lei da oferta e da procura, e o Estado deveria interferir na economia o menos possível.
Com o desenrolar da história, a crença no progresso técnico e científico como solução provou não ter fundamento nem estar correta.
Mesmo assim, essa crença ainda está presente nas mentes de algumas pessoas: tornou-se ideologia.
Tal fenômeno é estudado ainda hoje por historiadores, filósofos e sociólogos. Através de uma análise crítica das mudanças sociais na estrutura e no pensamento ocidental do século XIX, é possível perceber que, por mais que as novas e melhores formas de produção surgidas no período possam trazer benefícios aos seres humanos, também podem ser responsáveis por conseqüências catastróficas para a situação da maioria dos indivíduos. Mas será que a resposta estaria então nas ideologias de contestação surgidas nesse século? Essa é outra discussão tortuosa cuja resposta, assim como a Revolução Industrial, apresenta seus altos e baixos.
Fonte: www.ufscar.br
Segunda Revolução Industrial
Ao longo do século XIX, o processo de modernização tecnológica nas indústrias foi expandido para outros países na Europa, bem como para os Estados Unidos e Japão.
Esse processo de inserção de novos países no capitalismo industrial e a consequente expansão da atividade industrial por outros cantos do planeta foi considerado fundamental no desenrolar da Segunda Revolução Industrial.
Essa nova etapa da Revolução Industrial apresentou algumas inovações técnicas, tais como:
O carvão, que era a principal fonte energética da Primeira Revolução Industrial, foi substituído pelo petróleo e pela eletricidade no fornecimento de energia;
A máquina a vapor foi substituída em vários setores pelo motor a combustão interna (que utiliza o petróleo), mais potente;
O ferro passou a ser fundido com o manganês dando origem a uma estrutura metálica muito mais resistente, o aço, que se tornou a principal matéria-prima dessa Segunda Revolução;
Os meios de transportes também foram amplamente modernizados: as locomotivas primitivas e os barcos a vapor cederam lugar para locomotivas mais potentes, em grande parte ainda a vapor, e aos barcos a motor que são muito mais potentes e consequentemente transportam muito mais mercadorias de uma só vez, barateando assim o custo do transporte;
Surgiram novos meios de deslocamento: o automóvel e o avião;
O sistema de comunicações foi implantado com base em técnicas mais modernas de maior alcance, tais como: o telégrafo e o telefone.
Entretanto, uma alteração fundamental não foi tecnológica, mas comportamental. As empresas passaram a visar muito mais do que no período anterior. A busca por mercados cada vez maiores, se possível, global. Com isso, as nações centrais e suas maiores empresas difundiram, de forma ainda mais intensa, as práticas imperialistas e monopolistas. Surgiram grandes trustes que dominavam todas as etapas da produção de determinados produtos e influenciavam decisivamente no comércio.
As técnicas produtivas na indústria foram propagadas do Reino Unido para outros países.
O Reino Unido procurava formas de manutenção de monopólios sobre suas descobertas e técnicas, por exemplo, foi prevista na lei britânica a proibição de que artesãos emigrassem da Inglaterra até 1824 e as máquinas só após 1843, entretanto tais leis não tinham força na prática.
Sem a eficácia e eficiência dessas leis, centenas de trabalhadores especializados e fabricantes deixaram o Reino Unido no período. Os emigrantes levavam grande conhecimento dos processos industriais mais modernos e criavam, em outros países, indústrias que se tornaram fortes concorrentes.
Diversos casos foram registrados. Em 1750, John Holker, um fabricante de Lancashire, estabeleceu-se na França, onde ajudou a modernizar as técnicas de fiação na indústria têxtil. Em 1789, Samuel Slater, um trabalhador têxtil, emigrou para os E.U.A. e construiu uma fiação em Rhode Island. William Cockerill, um carpinteiro de Lancashire, mudou-se para a Bélgica em 1799 e começou a fabricar maquinaria têxtil. Em 1817, John, o filho de Cockerill, fundou fábricas perto de Liège, que produziam material para pontes, canhões, locomotivas e máquinas a vapor. Todas essas empresas foram se tornando concorrentes das inglesas.
Além da lei não apresentar força, alguns fabricantes britânicos permitiam que pessoas de outros países inspecionassem suas fábricas. De 1810 a 1812, Francis Cabot Lowell, um comerciante norte- americano, visitou as fábricas de tecidos de Lancashire. De volta ao seu país, fundou uma fábrica de tecidos em Waltham, no estado de Massachusetts. A fábrica foi uma das primeiras do mundo a reunir em um mesmo estabelecimento todas as etapas da fabricação dos tecidos de algodão. Em 1838, o famoso industrial alemão Alfred Krupp foi para Sheffield, onde aprendeu os últimos processos de fabricação do aço.
A exportação do capital britânico tornou-se ainda mais importante do que a exportação de homens e máquinas para a propagação da Revolução Industrial. Durante séculos, os comerciantes ingleses haviam expandido o crédito e concedido empréstimos aos compradores de outros países. À medida que se expandia a Revolução Industrial, o fluxo de capital britânico aos outros países foi aumentando. Esse fluxo aumentou ainda mais com o advento da ferrovia. As companhias inglesas financiavam a exportação de locomotivas, ferro para trilhos e técnicos para construir e operar as ferrovias em vários países do mundo.
Centros da Segunda Revolução
A Alemanha apresentava grandes recursos para promover a industrialização, porém enfrentava inúmeros obstáculos de ordem política e social que dificultaram o progresso do país. Até ser unificada em 1871, a Alemanha era um conjunto de Estados separados. Esses Estados geralmente não conseguiam cooperar uns com os outros nos assuntos econômicos, esse descompasso produzia uma grande dificuldade de desenvolvimento de toda região.
Aos poucos, no início do séc. XIX, o governo foi aplicando medidas para promover a exploração industrial da terra e seus minerais. Nessa mesma época o Estado da Prússia conseguiu fazer com que os Estados alemães adotassem tarifas comuns de trocas comerciais entre si, ampliando assim o comércio, numa espécie de bloco econômico conhecido como Zollverein.
Outro aspecto importante é que entre 1830 e 1850, a produção de carvão duplicou na Alemanha, no mesmo período, a exploração do minério de ferro também foi intensamente ampliada no país. Como conseqüência dessas ampliações, o número de fornos que tinha por combustível o coque (carvão) também aumentou rapidamente. Os investidores estrangeiros e novos bancos de investimento alemães forneceram dinheiro para a expansão da indústria do ferro. Assim, a produção de aço na Alemanha começou a crescer rapidamente no final do séc. XIX. Aproximadamente em 1900, essa produção era maior do que a do Reino Unido, sendo superada apenas pela dos E.U.A. Na Alemanha houve um grande desenvolvimento da indústria farmacêutica.
Os Estados Unidos da América, fora da Europa, foi o primeiro país a ingressar na Revolução industrial.
Na época em que as colônias proclamaram a sua independência, em 1776, cerca de 1/3 dos navios ingleses estavam sendo construídos na América do Norte. Tal dado já demonstra a importância da indústria naval dos E.U.A. no período. Outra indústria importante era a siderúrgica, algumas companhias norte-americanas chegaram mesmo a exportar ferro para a Grã-Bretanha. Por volta de 1830, a industrialização se expandia por todo o leste dos E.U.A., com destaque para as indústrias siderúrgicas localizadas na Pensilvânia. Esse avanço nas siderúrgicas foi estratégico, pois facilitou a ocorrência de grandes progressos quando o aço passou a ser utilizado nas ferramentas agrícolas, nas ferrovias e nas construções.
Por volta da década de 1850, o preço e a qualidade do ferro norte-americano possibilitaram aos seus fabricantes competir com o Reino Unido no mercado internacional e assim expandir seus lucros e prosperidade.
No séc. XIX, a agricultura, a construção e a mineração expandiram-se na medida em que a população se deslocava para o oeste. Próximo do final do séc. XIX, os E.U.A. havia se transformado na maior e a mais competitiva nação industrial do mundo.
A França iniciou o processo de industrialização em meados do séc. XVIII, mas o processo estacionou no final do séc. XVIII e no início do séc. XIX por causa da Revolução Francesa e das guerras empreendidas pelo soberano francês, Napoleão Bonaparte.
Em 1850, mais da metade da produção de ferro da França era ainda proveniente dos antiquados e dispendiosos fornos aquecidos com carvão vegetal. Após 1850, porém, o coque substituiu rapidamente o carvão vegetal na maior parte dos processos produtivos.
Um sistema de transportes deficiente em função da Revolução Francesa e das custosas guerras napoleônicas prejudicou a indústria francesa durante maior parte do séc. XIX. Embora o governo tenha aprofundado e alargado vários rios e canais, esses melhoramentos não atenderam às necessidades das indústrias em expansão. Em 1842, o governo aprovou também a criação de um sistema ferroviário nacional, mas várias dificuldades provocaram grandes atrasos em sua construção. A França permaneceu um país de propriedades rurais e pequenos negócios durante um longo período, mas essas características foram sendo alteradas de forma significativa no século XX.
A Bélgica foi o segundo país a se industrializar. Entre 1830 e 1870, a nação desenvolveu rapidamente sua indústria pesada com grande apoio financeiro do governo. A fabricação de tecidos, que já era importante na Bélgica havia vários anos, foi industrializada. As cidades de Gand, Liège e Verviers transformaram-se em grandes centros da indústria têxtil, assim, a Bélgica foi ganhando destaque no cenário industrial global.
Aproximadamente em 1870, as principais tendências da Revolução Industrial já eram nitidamente percebidas em todos os países industrializados:
A indústria progredira mais rapidamente do que a agricultura. Os produtos estavam sendo feitos por máquinas automáticas e montadas em fábricas. Nas fábricas, a direção planejava as operações e os trabalhadores apenas exerciam funções dependentes de máquinas.
O capital controlava a produção industrial, entretanto os trabalhadores estavam iniciando e aprofundando organizações para lutar por salários mais elevados, menos horas de jornada e melhores condições de trabalho.
A ferrovia, o navio à vela (aperfeiçoado), o navio a vapor e o telégrafo haviam reduzido o custo e o tempo dos transportes e comunicações.
O padrão de vida dos trabalhadores das cidades industriais estava mais elevado do que nunca. As populações cresciam rapidamente e as cidades jamais haviam contado tantos habitantes. A indústria norte-americana ganhou o papel de principal centro industrial no planeta quando surgiu a Ford, com todas as suas novas e revolucionárias técnicas de produção.
Fonte: www.desconversa.com.br