12.6.09

Batalha do Riachuelo

11 de junho de 1915 — Os 50 anos da Batalha do Riachuelo

jornal do Brasil: 11 de junho de 1915 - batalha do Riachuelo

O efetivo da Marinha de Guerra Brasileira desembarcou para prestar homenagem à memória do almirante Francisco Manoel Barroso da Silva, junto à estátua dos heróis da Batalha do Riachuelo. As guarnições deixaram a frota por volta do meio-dia e desfilaram pelas ruas Primeiro de Março, Visconde de Inhaúma e avenidas Rio Branco e Beira-Mar, até chegarem à Praia do Russel. As comemorações dos 50 anos do combate que mudou os rumos da guerra contra o Paraguai duraram até o anoitecer quando as tropas regressaram ao Arsenal de Marinha.

A Batalha do Riachueleo foi travada no rio Paraná entre as esquadras do Brasil e do Paraguai. Depois de seis meses de guerra, a cidade de Uruguaiana estava ocupada por 10 mil homens, e Corumbá, por 2 mil. A Argentina perdera a Província de Corrientes. O Exército paraguaio tinha quase o dobro do efetivo da Tríplice Aliança, formada pela Argentina, Brasil e Uruguai para conter o expansionismo de Solano López. A conquista do rio Paraná decidiria o conflito. Se os paraguaios o conservassem, poderiam abastecer suas tropas e até avançar. Caso a Tríplice Aliança o ocupasse, seria possível anular as conquistas paraguaias e levar a guerra ao próprio território do Paraguai.

Os navios brasileiros receberam a missão de bloquear os portos paraguaios, e quando navegavam rio acima a esquadra inimiga atacou. Barroso mandou hastear no mastro do navio Amazonas o lema: "O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever", seguido de outro, com instruções de combate: "Atacar e destruir o inimigo o mais de perto que cada um puder". Foi então que as tropas paraguaias escondidas na margem do rio abriram fogo. O bombardeio vinha de todos os lados e empurrava a esquadra brasileira para os bancos de areia. Duas canhoneiras encalharam e houve luta no convés por mais de uma hora.

Manobra do almirante Barroso muda os rumos da guerra
A situação estava confusa. Então, aproveitando o fato de a sua fragata ter rodas laterais de propulsão e construção sólida, o almirante Barroso avançou com a proa do Amazonas para cima das embarcações inimigas, numa manobra inédita. Naquele momento, subiu o terceiro e último sinal na batalha: "Sustentar o fogo que a vitória é nossa"!

Três navios paraguaios ficaram inutilizados, e ao perceberem as perdas os comandantes das demais embarcações fugiram rio acima, deixando para trás quatro barcos, e seis baterias flutuantes, com um total de 1.500 homens.

A incrível tática de Barroso venceu a batalha e, além de impedir que Solano López invadisse a província de Entre Rios, acabou com a marcha vitoriosa do presidente paraguaio, que passou à defensiva militar até ser finalmente derrotado. A Guerra do Paraguai foi o confronto mais sangrento da Américo do Sul e ainda durou mais dois anos.

Fonte: Jblog