A partir de 1966, membros do PCdoB se instalaram na região situada à margem esquerda do Rio Araguaia, no interior do Pará, e instauraram a Guerrilha do Araguaia. Os “paulistas”, como eram chamados pelos moradores locais, foram descobertos pelo Exército e se transformaram em alvo de operações militares entre 1972 e 1975. O objetivo dos militantes era montar uma guerrilha rural, exército popular de libertação inspirado no processo revolucionário da China, ocorrido entre 1927 e 1949. No entanto, antes mesmo de iniciar a luta armada contra a ditadura militar, o movimento foi exterminado.Divulgação/Geração editorial A chegada do exército à região do Araguaia, em setembro de 1972
Como reparação a esse episódio, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça anuncia hoje, em ato público, na cidade de São Domingos do Araguaia, no sul do Pará, o resultado do julgamento de 91 processos de anistia política de camponeses da região, que tiveram suas vidas transformadas na década de 1970. Este é o primeiro ato público de reparação coletiva da Comissão.
Com uma sessão de memória em homenagem aos moradores da região perseguidos pela ditadura, a 24ª Caravana da Anistia será aberta às 14 horas, na Praça Frei Gil, pelo ministro da Justiça, Tarso Genro e a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa. Logo após, o resultado do julgamento será anunciado pelo presidente da Comissão, Paulo Abrão.
No total, foram protocolados 304 pedidos de anistia política referentes à Guerrilha do Araguaia, incluindo requerimentos de militantes (26) e camponeses (278). Após esta Caravana, restarão 191 processos deste que é um dos casos mais complexos da Comissão de Anistia, em razão da dificuldade em obter provas documentais.
Segundo Paulo Abrão, “mais de 30 anos depois, o Brasil pedirá desculpas oficiais aos moradores e camponeses vitimados por esta que é considerada a maior operação militar do país desde a participação na 2ª Guerra Mundial”.
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Disponível em:http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/julgamento_historico_da_guerrilha_do_araguaia.html