Chuveiro, ducha (português brasileiro) ou duche (português europeu) é o nome pelo qual é chamado a terminação da rede de água numa residência, com orifícios pequenos que possibilitam sua dispersão e assim molhar uma maior área de modo uniforme, e destinada aobanho e higiene pessoais.
editar]Histórico
Hoje um objeto imprescindível em toda residência, onde equipa de forma indispensável osbanheiros, o chuveiro na realidade é um equipamento bastante antigo;
Pinturas e vasos retratam sua existência no Egito e na Grécia, e seu uso nas casas de banho da Roma Antiga era comum.
No Japão, em forma de uma torneira, era equipamento indispensável para a limpeza que antecedia o banho nas banheiras de imersão, fazendo parte do ritual de higiene.
Aquecimento da água
Originalmente sem aquecimento, ou com aquecimento prévio feito em compartimento separado, através da queima de lenha, apenas no século XX foi que o aquecimento a gás passou a ser introduzido, nos Estados Unidos e Europa.
Torpedo
Uma das formas de aquecimento prévio da água era o uso de uma caixa d'água para o líquido aquecido através de uma serpentina do encanamento - conhecida por Torpedo - colocada no interior de um fogão a lenha.
Chuveiro elétrico
Desenvolvido no Brasil, na década de 1940, o chuveiro elétrico procurou substituir neste país a fonte principal de calor – uma vez que redes de gás eram praticamente inexistentes nas grandes cidades – ao contrário da energia elétrica. Com a rápida urbanização assistida no Brasil desde então, esta solução foi sendo a principal adotada, embora convivesse com outras formas de aquecimento da água.
De concepção bastante simples, o chuveiro elétrico era constituído de um elemento de aquecimento, chamado de "resistência" no Brasil (não confundir com resistor), feito de um fio espiralado composto de metais com alto ponto de fusão, como o níquel, o cromo ou uma liga dos dois metais, que ao aquecer, esquenta imediatamente a água, um sistema dotado de uma alavanca que abre/fecha a água e liga/desliga a eletricidade, além do espalhador de água, sempre parecido com os tradicionais chuveiros.
Os primeiros chuveiros elétricos eram perigosos, pois havia negligência por parte de fabricantes e instaladores quanto à isolação eficaz de condutores elétricos, elementos energizados e a carcaça metálica do aparelho, ocasionando choques elétricos. O fenômeno eletrolítico gerado na água pela resistência elétrica e a carcaça de chuveiros metálicos também produzia pequenos choques e formigamentos ao tocar no registro de água. Esses chuveiros funcionavam movendo uma alavanca para abrir a água, estando a água corrente, o próximo estágio do curso da alavanca fechava o circuito elétrico, passando a esquentar a água.
Em meados dos anos 40, a empresa do senhor Canhos, situada em Jaú-SP, desenvolveu um chuveiro que se ligava automaticamente ao abrir o registro de água. Este sistema dotava o chuveiro elétrico de um diafragma de borracha, onde contatos e uma resistência eram fixados. Ao circular a água pelo aparelho, a pressão inflava o diafragma, aproximando os contatos da resistência aos contatos energizados situados em um cabeçote no aparelho, fechando o circuito elétrico. Este chuveiro também possuía duas resistências, sendo uma de baixa potência e outra de alta potência de aquecimento, de onde a combinação de funcionamento delas proporcionava várias temperaturas da água do banho. Este sistema é a base de praticamente todos os chuveiros elétricos desenvolvidos posteriormente até hoje.
Outra empresa situada na cidade de São Paulo desenvolveu em meados dos anos 50 um sistema dotado com um pistão que movia-se com a passagem da água pelo aparelho, fechando ou abrindo o circuito elétrico do aparelho.
Graças à extensa propaganda feita por fabricantes e os altos custos com canalizações de gás, o chuveiro elétrico passou a ser um eletrodoméstico muito popular no Brasil e é utilizado por quase toda a população. De seu projeto, derivaram outros aparelhos semelhantes, como aquecedores para pias e lavatórios e a "torneira elétrica", que basicamente consiste em um chuveiro elétrico dotado de um bico de saída d’água e registro de passagem.
Com o advento do plástico, no final da década de 60, surgiram os primeiros chuveiros elétricos feitos em plásticos, como polietileno, nylon e baquelita, eram aparelhos de menor custo frente aos metálicos, normalmente feitos de latão ou bronze com acabamento cromado. Além das cores e maior liberdade de criação no design, o plástico também proporcionou melhor isolamento elétrico em relação aos chuveiros metálicos, uma vez que raramente eram aterrados como recomendavam os fabricantes.
A adoção de resistências blindadas, novas normas de aterramento e instalação elétrica no final dos anos 80 também contribuíram para que os chuveiros elétricos tornassem aparelhos mais seguros. Hoje é tão seguro utilizar um chuveiro quanto um secador de cabelos ou um liquidificador, desde que tomados os devidos cuidados que um aparelho elétrico qualquer exige.
A desvantagem dos chuveiros elétricos está no consumo de energia. Como é necessária muita caloria para aquecer a água, a resistência elétrica consome muita energia para incandescer e aquecer a água. Para se ter uma idéia, eletrodomésticos considerados de grande consumo, como aquecedores de ambiente, ferros de passar roupas, fornos elétricos ou secadores de cabelo, em suas potências máximas consomem em média 1500 watts em 120 ou 127 volts; e até 2500 watts em 220 volts. Um chuveiro elétrico, em sua potência mínima, consome entre 2500 e 3200 watts, chegando a consumir 5500 watts em 127 volts e até 8800 watts em 220 volts! O fator de equilíbrio está no seu tempo de utilização, alguns minutos frente a horas de uso de um ar condicionado ou geladeira. Um problema está no tempo médio de banho diário de um brasileiro, apesar de os fabricantes e órgãos ambientais recomendarem menos de 10 minutos, normalmente ele se estende até os 20 ou 30 minutos, contando o fato que é muito comum se tomar mais de um banho diário em algumas regiões do país.
A vantagem dos chuveiros elétricos é que o consumo de água é menor que nas duchas de aquecimento a gás, pois exigem volume ligeiramente menor de água para funcionarem frente às duchas, onde a tendência do usuário é a de aumentar o volume de água no banho. Em relação aos aquecedores centrais, os chuveiros elétricos também levam vantagem quanto à rapidez com que a água esquenta, enquanto muita água é desperdiçada até a água quente chegue na ducha e que se obtenha a temperatura desejada, ela esquenta em segundos após abrir o registro d’água nos chuveiros elétricos, economizando muito no saldo mensal de consumo de água. Aliado ao fato de que no Brasil o principal sistema de obtenção de energia é por hidrelétricas, uma fonte limpa em relação à queima de oxigênio com o gás.
A maior parte do território brasileiro possui clima quente em todo o ano, contribuindo para o baixo consumo de energia elétrica com chuveiros. Nos estados situados mais ao sul do país é que são encontrados chuveiros de maior potência devido às baixas temperaturas da região.
Atualmente, são encontradas no Brasil diversas marcas e modelos de chuveiros elétricos. Alguns países da América Latina importam chuveiros elétricos e já possuem fabricantes locais, como Colômbia e México. Empresas brasileiras também apresentaram em feiras de eletrodomésticos chinesas o aparelho como alternativa barata de obtenção de água quente, o qual foi recebido com interesse e parcerias com empresas locais foram firmadas. De "vilão" do consumo de energia, o chuveiro elétrico pode ser uma boa alternativa para a economia de água e do gás.