Logo após o fim dos Estados Guerreiros, a dinastia Qin ascende ao poder graças a sua grande vantagem bélica sobre os demais povos da região. Ocupando regiões ricas em minérios de ferro, os Qin conseguiram subjugar militarmente seus povos conquistados. Qin Shihuangdi, o Primeiro Imperador, foi responsável por um amplo processo de centralização administrativa.
Além de controlar com rigor as ações governamentais, o Primeiro Imperador perseguiu paulatinamente os que se opunham à sua administração. Dividindo o poder entre seis províncias, Qin Shihuangdi preocupava-se em evitar o surgimento de qualquer outro possível líder ou grupo rebelde no interior do governo. No campo filosófico, Qin combateu com veemência os pensadores confucionistas. Isso porque o confucionismo era contrário à política extremamente centralizadora do governo de Shihuangdi.
Militarmente, o Primeiro Imperador buscou a ampliação dos territórios ao norte e ao sul. Ao sul suas tropas conseguiram anexar diversos territórios e ao norte combateu as populações nômades que dominavam a região. Para proteger seus domínios, o imperador ainda ordenou a construção de uma grande muralha ao norte que conservasse as possessões territoriais obtidas. Essa construção, que levou dez anos para ser concluída, foi um primeiro ensaio da atual Muralha da China.
Sucedendo a linhagem da Primeira Era Imperial, a dinastia Han também foi responsável pela fixação de importantes elementos identitários da cultura chinesa. Mesmo preservando pontos fundamentais da centralização política da dinastia Qin, os Han aproximaram-se de pontos fundamentais do pensamento confucionista. Dessa forma, vemos nesse período o desenvolvimento das artes e da literatura. Além disso, foi na dinastia Han que houve a unificação lingüística dos chineses, a invenção do papel e da porcelana.
Outro ponto peculiar da dinastia Han refere-se ao desenvolvimento da historiografia oriental. Durante o reinado de Han Wudi, o historiador chinês Sima Qian escreveu a obra “Registros do Grande Historiador”. Esse livro contém orientações metodológicas oferecidas pelos estudos historiográficos desenvolvidos por Sima Quian. A obra transformou-se em um grande paradigma na escrita da história chinesa.
Entre os anos 8 e 25, um problema sucessório interrompeu a hegemonia política Han. Logo em seguida, os Han retomariam o poder formando a Segunda Dinastia Han que perdurou até o século III. No ano de 220, uma grande ofensiva de povos estrangeiros pôs fim à dinastia Han. Neste período, a unidade política e territorial da China foi perdida.
A chegada de povos bárbaros à China provocou sensíveis mudanças nos hábitos, tradições e costumes da região. Os povos da etnia Han passaram a ocupar a região sul. No campo religioso temos, nesse mesmo período, a entrada da religiosidade budista na China. Somente com o aparecimento da dinastia Sui (589 – 618), que a China ganhou um novo governo centralizado.
15.1.10
PRIMEIRA ERA IMPERIAL CHINESA
Os soldados de terracota: um legado da Primeira Era Imperial Chinesa.
Considerado o mais longo período da história chinesa, a Era Imperial subdivide-se em três grandes períodos que vão do século II a.C. até o século XX d.C.. Devido sua grande extensão, iniciamos os estudos das diversas dinastias chinesas com a observação das dinastias Qin (221 A.C. - 206 A.C.), Han (206 A.C. - 8 D.C. / 25 D.C. - 220 D.C); e as fases dos Três Reinados (220 - 265) e das Dinastias do Norte e do Sul (317 - 589).
Fonte: Mundo Educação