Por Rainer Sousa Fonte:
O alvo primordial dessa conversão seriam os índios, que desde as primeiras anotações feitas por Pero Vaz de Caminha são descritos como povos inocentes que iriam se converter sem maiores problemas. A relação entre Estado e Igreja nessa época era próxima, na medida em que ambas empreendiam medidas que colaboravam com seus interesses mútuos. Enquanto os jesuítas tinham apoio na catequização dos nativos, o Estado contava com auxílio clerical na exploração do território e na administração.
Sob tal aspecto, devemos relembrar que o interesse da Igreja em ocupar e evangelizar o Novo Mundo se dava também pelas várias transformações ocorridas na Europa do século XVI. Nessa época, as religiões protestantes surgiam como uma alternativa ao milenar poderio religioso católico. Para reagir à significativa perda de fiéis, a Igreja aprovou a concepção da Ordem de Jesus, criada em 1534 por Inácio de Loyola, com objetivo de pregar o cristianismo nas Américas.
Mesmo salientando o apoio oficial, não podemos deixar de falar dos conflitos que envolveram os jesuítas e os colonizadores. Nas primeiras décadas da colonização, a enorme dificuldade para se obter mão de obra escrava africana motivou vários colonos a buscarem a força de trabalho compulsória dos índios. Logo de início, os jesuítas se opuseram a tal prática, já que a transformação dos índios em escravos dificultava imensamente o trabalho de evangelização.
Na segunda metade do século XVIII, a presença dos jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe. Nessa época, o influente ministro Marquês de Pombal decidiu que os jesuítas deveriam ser expulsos do Brasil por conta da grande autonomia política e econômica que conseguiam com a catequese. A justificativa para tal ação adveio da ocorrência das Guerras Guaraníticas, onde os padres das missões do sul armaram os índios contra as autoridades portuguesas em uma sangrenta guerra.
20.4.11
Os jesuítas no Brasil
A ação dos jesuítas garantiu a expansão do catolicismo ao longo do território brasileiro.