26.5.11

Guerra da Bósnia

Milosevic: liderança sérvia que se opôs aos movimentos de independência dos Bálcãs.

Após o fim da Primeira Guerra Mundial, a região balcânica foi unificada por meio da criação de um Estado centralizado. Dessa forma, a Iugoslávia juntou diversos territórios que englobavam populações de orientação religiosa e étnica. Croatas, católicos, muçulmanos, sérvios, ortodoxos, motenegrinos e kosovares foram submetidos ao despotismo do rei Alexandre I.

Com a eclosão da Segunda Guerra, os croatas estabeleceram uma aliança com os regimes totalitários europeus com o objetivo de formar uma nação autônoma. Contudo, a queda do nazismo acionou um conflito entre os grupos monarquistas e comunistas na disputa pelo poder na região. Por fim, as forças comunistas lideradas pelo general Josip Broz Tito venceram a guerra promovendo o domínio sobre a Croácia, a Sérvia, a Bósnia, a Eslovênia e a Macedônia.

O governo do general Tito atravessou mais de duas décadas preservando a unidade do território por meio de um governo independente da ingerência soviética. A sua morte em 1980, foi o primeiro passo dado em direção a uma série de movimentos nacionalistas que reivindicavam o desmembramento do território iugoslavo em pequenas nações independentes. Contudo, o líder comunista sérvio, Slobodan Milosevic, combateu as pretensões autonomistas que ganhavam força.

A tensão instalada no território acabou promovendo um conflito, iniciado em 1992, quando os bósnios tentaram declarar independência e os nacionalistas sérvios não reconheciam o movimento. Nos primeiros anos do conflito, os sérvios conseguiram diversas vitórias que foram aproveitadas para realizar uma limpeza étnica que promoveu o assassinato de milhares de civis. Dessa forma, os bósnios pediram ajuda de outras nações para que essa situação chegasse ao fim.

Somente em 1995, tropas da Otan e da ONU passaram a combater as investidas militares dos sérvios. Nessa época, o equilíbrio de forças estabelecido entre as duas partes envolvidas na guerra abriu portas para que as primeiras negociações fossem realizadas. A partir de uma intensa rodada de negociações intermediada pelo presidente Bill Clinton, os povos envolvidos na guerra firmaram o Acordo de Paz de Dayton, em novembro de 1995.

Dessa forma, a antiga Iugoslávia ficou limitada aos territórios da Sérvia, Montenegro, Kosovo e Voivodina. Contudo, essa medida não bastou para que as tensões étnico-religiosas fossem finalmente extintas. No ano de 1998, os kosovares de origem albanesa iniciaram uma nova guerra reivindicando sua total independência. A violência das tropas enviadas pelo presidente iugoslavo Milosevic, eleito no ano interior, exigiu uma nova intervenção da OTAN naquela região.

Em 2000, a suspeita de fraude que marcou a reeleição de Islobodan Milosevic despertou a população contra o autoritarismo nacionalista do presidente. No final daquele mesmo ano, uma grande manifestação contando com mais de 500 mil pessoas tomaram as ruas da capital Belgrado exigindo a renúncia do presidente. No ano seguinte, sob a acusação de corrupção e abuso de poder, Milosevic foi finalmente deposto.

Com isso, uma nova esperança tomou conta dos movimentos separatistas. Em maio de 2006, uma grande votação popular oficializou a separação territorial entre Sérvia e Montenegro. A partir de então, as diferenças entre os vários povos que ocupam a região balcânica tomaram rumos contrários aos conflitos e atos cruéis que marcaram a guerra da Bósnia.


Por Rainer Sousa