Aquilo que une os filósofos pré-socráticos é a preocupação em perguntar e compreender a natureza do mundo (aphysis
A Escola Jônica recebe este nome por se desenvolver na colônia grega Jônia, na Ásia Menor, local onde hoje é a Turquia. Seus principais filósofos foram: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso. Pensavam sobre o elemento primeiro, chegando a conclusões diferentes. Para Tales, o elemento que forma todas as coisas é a Água. Para Anaximandro, o elemento é o Ápeiron, aquilo que é ilimitado e que possibilita a união e separação dos diferentes corpos. Para Anaxímenes, o elemento é o Ar. De acordo com Heráclito, o elemento que representa a natureza das coisas é o fogo. Apesar das diferenças sobre qual seria o elemento primeiro, os filósofos da Escola Jônica pensavam o mundo como algo em movimento, a água que congela e evapora, o ápeiron que não pode ser determinado e não é estático, o ar nada palpável e o fogo que está sempre em movimento e transformando o que queima.
A Escola Eleática se desenvolveu na cidade de Eleia, ao sul da Itália. Seus principais filósofos foram Xenófanes de Cólofon, Parmênides de Eleia e Zenão de Eleia. Apesar de não ter nascido em Eleia, Xenófanes se estabeleceu na cidade após levar uma vida andando de povoado em povoado. A ideia principal ensinada por Xenófanes e posteriormente trabalhada por Parmênides é a ideia de Um. Xenófanes pensava no Um a partir de um pensamento mais voltado à religião, dizendo que Deus é Um, não foi feito, é eterno, perfeito e não se modifica. Em oposição à Escola Jônica, Parmênides pensa que o mundo é formado por um Ser-Absoluto, que não foi feito, é eterno, perfeito e não se modifica. Contra a ideia de movimento, Zenão desenvolveu argumentações que foram e são muito discutidas. Entre elas está a ideia de que uma flecha em voo sempre ocupa o seu espaço de flecha, logo a flecha está em repouso e todo movimento é uma ilusão.
A Escola Atomística, ou atomismo, desenvolveu-se a partir da ideia de que são vários os elementos que formam as coisas. A ideia de átomo (a = negação e tomos = divisão, ou seja, aquilo que não pode ser dividido) foi desenvolvida por Leucipo de Mileto e depois trabalhada por Demócrito de Abdera e Epicuro de Samos. Para Leucipo, o mundo é formado a partir do choque aleatório e imprevisível de infinitos átomos.
Embora diversos destes filósofos tenham escrito mais sobre outros assuntos do que sobre a natureza das coisas, como é o caso de Demócrito que escreveu sobre ética, é o questionar-se sobre a natureza das coisas que os une neste período.
Filipe Rangel Celeti
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