31.5.11

GUERRA DO PARAGUAI

A Planície do Prata
A planície do Prata, alvo de antiga disputa, volta a conflagar-se após a estabilização do império. Em 1851-1870, o Brasil guerreira com o Uruguai, a Argentina e aniquila o Paraguai no mais mortífero conflito da história das Américas. A eclosão da guerra não aconteceu por acaso. Acontecimentos envolvendo o Brasil, Argentina e Paraguai criaram as condições que levaram ao conflito. Basicamente, foi a luta desses países pelo controle das importantes vias de comunicação oferecidas pelos rios da região.

O Paraguai
O Paraguai segue um rumo próprio desde a independência (14/5/1811). Herdeiro do Império jesuíta, sem saída para o mar, liga-se ao mundo pelo rio Paraná. Quando a Argentina corta-lhe a saída (1813), isola-se. Seu 1º governante, José R. Francia (1766-1840), El Supremo, ditador perpétuo, tirano igualitarista, adepto de Rosseau e Voltaire, sob os lemas “Independência ou morte” e “Ordem e progresso” limita o comércio, recusa relações diplomáticas, proíbe a riqueza, castiga as elites, faz a Reforma Agrária das estâncias da Pátria, fomenta o ensino público,erradica o analfabetismo.

Seu sucessor, Carlos Antonio López (1790-1862), moderniza o País, abre o comércio e embaixadas, firma (1850) um acordo de defesa mútua com o Uruguai. O país prospera (fumo, mate, arroz,cana, gado): é o mais provido de ferrovias, telégrafos e linhas de vapores na América do Sul. Cria o sistema defensivo de Humaitá e o serviço militar obrigatório. O filho de Carlos López, Solano (1827-1870), general aos 18 anos, educado em Paris (onde conhece a irlandesa Elisa Alice Lynch, sua companheira até a morte), sucede-o em 1862. Descrito pelos inimigos como monstro, louco, bárbaro, sátiro, alia despotismo e ardor patriótico, fascina e galvaniza o povo.

A Argentina
A Argentina tem 1.9 milhões de habitantes em 1869 ( Buenos Aires, 180 mil), 3.5 milhões de bois e 20 milhões de ovelhas; exporta couros, charque, lã, sebo. Da independência à prosperidade do final do século, vive longa era de convulsões, revoluções e montoneras (guerrilhas gaúchas), cindida entre os caudilhos ( chefes político-militares de base rural). Juan Manuel Ortiz Rosas (1793-1877), estancieiro, líder unitário, governador de Buenos Aires (1829), ditador (1835-1852), é o caudilho clássico.

A República do Uruguai
O Uruguai, ex-província Cisplatina, tem economia similar à Argentina, 300 mil habitantes e também vive sua fase caudilhesca ( Guerra Grande, 1843-1852). Na fronteira norte, só fixada (12/10/1851) sob ocupação militar imperial, vivem 40 mil brasileiros. Na geopolítica do Rio (até a República) o Uruguai é um “prolongamento geográfico” do Brasil. Há forte nexo entre os problemas da Argentina, Uruguai e RS. E o império não vacila em intervir neles, para impedir a formação de outro estado poderoso na bacia do Prata.

A Primeira Intervenção Brasileira
A primeira intervenção brasileira ( Guerra de Oribe e Rosas ) visa pôr no poder os colorados de Rivera no Uruguai e os federalistas na Argentina ( com apoio dos governadores de Corrientes, Urquisa e Entre Rios, Virasoro). O inimigo é o argentino Rosas e seu aliado, Manuel Oribe presidente uruguaio. O império teme que Rosas reunifique o antigo vice- reinado do Prata ( Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia). As Califórnias, ataques de milícias do RS ao Uruguai pressionam pela intervenção imperial.
O caudilho Chico Pedro de Abreu, Barão de Jacuí ( bajé) , lidera o duelo de incêndios, saques, degolas e roubo de gado. A invasão começa pelomanifesto de Urquisa pela derrubada de Rosas e Oribe ( 1/5/1851 ) e uma aliança com o Brasil. O Uruguai é invadido pelos RS ( Caxias ), Argentina (Urquisa) e por mar ( Grenfell). Oribe captula e o país fica dois anos ocupado pelo Brasil. Os vencedores (20.000 correntinos e entrerrianos, 4 mil brasilerios 1.700 Uruguaios) passam à Argentina e, na Batalha de Monte Caseros, decidem a sorte de Rosas. Este se asila na Inglaterra, onde morre pobre e esquecido.

A Invasão Brasileira no Uruguai
A invasão reforça a presença brasileira no Uruguai. O barão de Mauá tornar-se o maior banqueiro e pecuarista do país; 30% das terras uruguaias são de brasileiros.

Os blancos voltam ao governo e o presidente Bernardo Berro tenta nacionalizar a fornteira: reprime a escravidão, eleva os impostos.
Volta a pressão por uma interferência do Império, sobretudo quando blanco radical Atanazio Aguirre substitui Berrro e e o colorado Venâncio Flores ( 1800-1868) chefia novo levante.
O general Antônio Netto, que mantém um exército privado de 1.000 gaúchos, vai ao Rio dizer que ”o Império protege seu súditos, ou eles se armam e defendem a si próprios.

A Segunda Intervenção Brasileira
A segunda intervenção brasileira começa com a missão Saraiva (06/05/1864), por via diplomática. Em acordo com o ministro inglês, Edward Thornton, o Conselheiro José Antônio Saraiva exige punição de todos os “criminosos”do exército e política do Uruguai, indenização dos brasileiros expropriados, libertação dos que tomaram armas. Aguirre recusa. Saraiva combina a invasão com o presidente argentino Bartolomé Mitre (1821-1906) e Thorton. Arrogam ao Brasil e Argentina o direito de arbitrar o conflito uruguaio.
A armada do Barão (d. visc. e marquês) de Tamandaré (1807-1897) já está no Prata e o exército brasileiro na fronteira. As alianças de 1851 se recompõem com uma diferença crucial: o Paraguai notifica ao Brasil (30/08/1864) que “não pode se conservar indiferente” face a uma invasão do Uruguai “pois ela destrói o equilíbrio político no Prata”. Não há resposta; ao que parece, Dom Pedro, como Lopes, julga chegada a hora da guerra. A Prússia Paraguaia tem um exército de 50 mil homens (Brasil 18 mil, Argentina 8 mil); mas a Marinha (14 vapores, não construídos para a guerra) não se compara aos 23 atores e oito canhoneiras do império.
Mandaré ajuda Flores a tomar Salto, bombardeia Paissandu (5/12/1864), mas não ousa tomar a cidade, defendida com bravura. Com a chegada de reforços e após violenta luta, Paissandu cai, o que define a campanha. Frente a 11 navios e 8 mil soldados, Aguirre capitula (20/2/1865) e ntrega a capital a Flores. Este inicia seu mandato fuzilando o gal. blanco L. Gomez, cuja cabeça é exibida na ponta de uma lança. O império conta outra vez com um governo amigo na ex-província Cisplatina.

Diferentes Interpretações da Guerra

De acordo com a historiografia tradicional, a guerra seria produto dos desejos expansionistas de Solano López. O Brasil, a Argentina e o Uruguai teriam apenas defendido seus interesses sobre o território do Rio da Prata.
Já a corrente historiográfica chamada revisionista defende que a guerra foi estimulada pela Inglaterra. A Inglaterra, por sua vez, temia o nacionalismo paraguaio e o exemplo que era para os demais países sul-americanos. Queria abrir o mercado paraguaio para seus produtos industrializados e foi grande financiadora do conflito.
Uma terceira corrente historiográfica nega a idéia de que interesses britânicos pesaram para o advento da guerra. Historiadores dessa corrente acreditam que o conflito pode ser explicado pela formação dos estados nacionais, por uma questão de fronteiras mal divididas e pelo controle que cada um dos mesmos (Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai), desejou ter sobre o Rio da Prata.
Hoje, a análise de documentos inéditos, como informações comerciais, dados demográficos, cartas e fotografias, da nova cara ao episódio. A influencia da Inglaterra foi diminuída e os interesses de Brasil, Argentina e Uruguai, ressaltados. O Paraguai não foi apenas uma vítima. Quando López assumiu a presidência, em 1862, já deixou claro que pretendia resolver na marra as questões de fronteiras com os visinhos. Imediatamente formou exércitos, armou-os e partiu para a ofensiva.

A Ofensiva Guarani
A ofensiva guarani é rápida. López apresa em Assunção o vapor brasileiro Marquês de Olinda (11/11/1864), faz da sua bandeira um tapete e põe a ferros o cel. Carneiro de Campos, presidente de Mato Grosso, seu passageiro ( que morre no cárcere). A seguir (13/11) declara guerra ao Brasil.
Envia (24-29/11) 5 barcos de guerra e uma coluna terrestre que ocupam todo o sul do Mato Grosso até 1868. Outra expedição segue para o sul, toma a província argentina de Corrientes e S. Borja, Itaqui e Uruguaiana (5/8/1865), no Rio Grande do Sul. Por onde passa liberta os escravos, que chegam a se rebelar. A ofensiva, porém, não altera o desfecho do conflito no Uruguai.

A Tríplice Aliança
A Tríplice Aliança (1/51865), pacto secreto Brasil- Argentina- Uruguai (19 itens), é divulgada em 1866 na Inglaterra.

Aliança, “ ofensiva e defensiva”, prevê o uso de “ todos os meios de guerra” até a derrubada de López; a veda conservações, tratados de paz, trégua ou armistício em separado; garante a independência e soberania do Paraguai, mas não sobre as áreas reivindicadas pelo Brasil Argentina. O comando geral fica com Mitre sempre que o front esteja na Argentina e na zona paraguaia limítrofe; o da marinha é exclusivo do Brasil. Um protocolo anexo prevê a demolição de Humaitá e a divisão das armas e equipamentos do Paraguai entre os aliados. As tropas dos 3 países retomam o Rio Grande do Sul (Uruguaiana, 19/9), mas a viragem do conflito não se decide em terra.

Batalha Naval de Riachuelo

A Batalha naval de Riachuello (25/6). A frota guarani, mesmo reforçada por 6 chatas (grandes jangadas munidas de canhão), sucumbre frente á armada imperial (sob comando do alm. Francisco Manuel Barroso [ 1804-1882], após duro combate. Salvam-se 4 navios paraguaios, alguns avariados.

Batalha Naval de Tuiuti

A maior batalha da guerra, em que os paraguaios foram novamente derrotados. Deixou um saldo de 10000 mortos. Devido a um desentendimento entre o general Osório e o presidente argentino Bartolomeu Mitre, D. Pedro II resolveu substituir Osório por Caxias. Daí por diante, o Brasil enfrentaria a guerra quase por sozinho.

A Guerra do Paraguai
A maior guerra da história do Brasil, que forma seu Exército e Marinha, é também a mais mortífera das Américas. Mata 158 mil brasileiros, 32 mil argentinos e uruguaios, 606 mil militares e civis paraguaios (mais que a Guerra Civil do EUA, da qual toma os fuzis de repetição, canhões de cano raiado e couraçados). Vive 4 fases:
1) A ofensiva guarani, rechaçada em Riachuelo;
2) a árdua guerra de posições em torno de Humaitá;
3) a rápida ofensiva imperial até Assunção; e
4) a caçada a López, ou campanha da cordilheria.

Uma Luta Desigual
É uma luta desigual. O Brasil tem nítida vantagem em território, população, recursos, marinha. Toma empréstimos na Inglaterra, compra armas. Mas seus exército (no início) é relativamente pequeno e improvisado. O regime escravista-monárquico se desgasta no esforço de guerra. As finanças, idem. Argentina e Uruguai, mais frágeis, vivem em convulsão interna. A Argentina vive em 1862-1868, 117 revoluções, com 4.728 mortes.
A união com o Brasil é impopular; a Tríplice Aliança serve ao Império mais para neutralizar adversários potenciais que como ajuda efetiva. Quando a guerra se prolonga o esforço militar recai quase todo sobre o Brasil. Já o Paraguai tem população e territórios diminutos. Carece de reservas e está sob cerco total: não recebe um centavo, uma bala de fora. Conta a seu favor certa prosperidade, um exército maior (no início), aguerrido. E unidade interna, graças ao despotismo e carisma de López, mas sobretudo á crença, apoiada em fatos do passado e da própria guerra (venda de prisioneiros de guerra em Uruguaiana), de que os brasileiros querem escraviza-los.

Guerra das Posições
A guerra de posições. Sem navios, López recua e entrincheira-se no vértice entre os rios Paraná e Paraguai, cheio de lagos, pântanos, matas e fortalezas ( a inexpugnável Humaitá, ladeada por Curuzu, Curupaiti, Itapiru).
Após 10 meses (16/4/1866) os aliados, tendo á frente Manuel Luís Osório [ 1808-1879], fixam uma cabeça-de-ponte em solo guarani.
Segue-se estafante guerra de trincheiras, com vitórias aliadas (Tuiuti,24/6) ou paraguaias (Curupaiti,22/9) e baixas brutais. A mortandade em combate e principalmente de cólera, disenteria, febres palustres, tifo, escarlatina e bexiga aniquila 2/3 do efetivo dos 2 lados. López propõe conservações (12/9) mas o Brasil rejeita.

O esforço de Recrutamento Redobra
O esforço de recrutamento redobra. O efetivo do exército em 1864 é menor que em 1831 (foi reduzido devido a agitações). A grande força é a Guarda Nacional, proibida por lei de lutar no exterior. Surge (jan/1865) o corpo de Voluntários da Pátria, com soldo maior e promessa de terra após a paz. Muitos se alistam tomados de ardor patriótico, mas a guerra se arrasta, perde o brilho e os voluntários. O Império compra então milhares de escravos-soldados ( a lei de 6/11/1866 os alforria).
Os ricos fogem do alistamento enviando á tropa de 1 a 10 cativos, em aplaudido gesto patriótico. Alista-se a força forros, capoeiras, desocupados. Caricaturas guaranis retratam os brasileiro como os macacos, explorando preconceitos. Estima-se que 90 mil negros morrem no front.

As forças em luta na guerra do Paraguai
(número de soldados)
AnoAliadosParaguai
186527.00064.000
186666.00045.000
186764.00030.000
186831.00018.000
186930.00013.000

O Ônus Financeiro Cresce
O ônus financeiro também cresce. As pastas militares devoram 60% do orçamento de 66-68, provocando um déficit crônico, emissões, empréstimos ingleses em condições desvantajosas (juros anuais de 5%). O Brasil financia ainda o esforço militar argentino e uruguaio. Mas a guerra faz a fortuna dos fornecedores e burocratas (casacas) ligados á intendência. Alguns atribuem e eles certas atitudes que dilatam o conflito e a recusa de qualquer paz com López.

Pedro II confia o comando a Caxias
Pedro II confia o comando a Caxias (10/10/1866) com ordem de jamais tratar com López e seguir sozinho a guerra caso os aliados a deixem. Tamandaré é afastado, Osório é enviado ao rio Grande do Sul para formar o 3o Corpo de Exército. Caxias tem 40 mil brasileiros no front; recebe mais 20 mil, 2 balões de reconhecimento, couraçados e monitores (barcos de pouco calado e alto poder de fogo).
Assume o comando também aliados. Mas não se move por mais de um ano. Mesmo acusado d passivo, covarde , senil, dedica-se á reforma do exército: no lugar do velho capitão-estancieiro e sua tropa irregular de soldados-peões, cria uma disciplinada máquina de guerra (“ Prefiro cometer uma injustiça a permitir uma desordem.”).

O Exército Guarani
O exército guarani, após alistar todo homem adulto passa (1867) aos rapazes de 15 anos e mulheres ( que combatem em Lomas Valentinas). Não recebe soldo; alimenta-se de carne, ás vezes sem mate ou sal. Marcha e luta seminu e descalço. Sem cavalos, põe homens a puxar canhões e carretas. Fabrica navios, pólvora, armas, funde canhões com sinos de igreja (el cristiano); se não há balas, usa cocos, pedras, cacos de vidro. Recorre á tocaia e á guerrilha em canoas. Conforme o uso guarani, as residentas, mulheres e mães de soldados, seguem a tropa e enterram os mortos.

A Retirada da Laguna
A retirada da laguna. Para romper o impasse, o Brasil, planeja um ataque de 12 mil homens á erma retaguarda norte do inimigo, via Mato Grosso, mas apenas 2,500 (vindos de São Paulo e Minas gerais) se reúnem em Cuiabá. Até Miranda, cheias e febres já fizeram 900 baixas, inclusive o comandante, cel. Manuel Pedro Drago. Seu substituto, cel. Carlos Morais Camisão (vítima de rumores de covardia), segue avante com o vaqueiro Francisco López como guia.
A coluna cruza o rio a pé (21/4/1867), sem cavalos (os homens arrastam os 2 canhões), faminta, fustigada pelo inimigo. Chega a Laguna, deserta, incendiada e retrocede, ao ritmo de 5 Km/dia, atacada também pela cólera, que mata Camisão e López . Abandona 122 doentes no caminho; 700 homens chegam ao porto de Canuto (11/6).

A cidadela de Humaitá
A cidadela de Humaitá é afinal sitiada (18/2/1868; só se comunica por uma trilha no Chaco) e cai 5 meses depois (27/7). Seus 1.200 últimos defensores, vencidos pela fome, retiram-se em segredo; perseguidos, sem comer a 50 horas, rendem-se após o combate de Isla Poi (López se vinga fuzilando a esposa do comte., cel. Martinez, que revida passando-se para o inimigo).
Após Humaitá, a invasão só encontra resistências, ferrenha, desesperada, nas batalhas de Itororó (1/12/1868), Avaí (11/12), Lomas Valentinas (21/12)e Angostura (30/12), ás portas de Assunção. O Brasil perde aí 12.500 combatentes; Argentina- Uruguai, mil; o Paraguai 23 mil, praticamente todo seu exército regular. Em 5/1/1869, os aliados entram triunfalmente na capital. Caxias, enfermo, volta ao Rio onde d. Pedro o faz duque. Em seu lugar assume o conde d´Edu, consorte da princesa Isabel. A guerra acabou. Resta caçada a López.

A Campanha da Cordilheira
A campanha da cordilheira. López manda executar um irmão, um cunhado, um bispo e outros, por conspiração; faz seu testamento; responde a um ultimato que cumprirá seu dever “até a última extremidade” e galga a cordilheira de Ascurra. Aí forma um exército de 13 mil mutilados, velhos, mulheres e sobretudo meninos, com 18 canhões. Escapa ao cerco brasileiro na batalha de Acosta Ñu (Campo Grande, 16/8/1870) e chega ás serras do Amambai.
Tem 100 homens consigo ao ser alcançado, em Cerro Corá. Recusa a rendição; morre (1/3) a golpes de lança, sabre e tiro, ao vadear o rio Aquidaban-nigui. O corpo é mutilado, pisado, cuspindo e entregue a Elisa Lynch, que perde no mesmo dia o filho Pancho, coronel, 18 anos. Um mês depois, em Bela Vista, Mato Grosso, rende-se o último núcleo de resistências guarani, 54 homens dogal. Bernardino Caballero, presidente paraguaio em 1882.

A Guerra do Paraguai
Data
Acontecimento
Dezembro 1864Tropas paraguaias invadem a província de Mato Grosso
Maio 1865Assinatura do Tratado da tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai)
Junho 1865Batalha do Riachuelo
Setembro 1866Rendição dos paraguaios em Uruguaiana
Maio 1866Batalha de Tuiuti, a maior batalha da guerra
Setembro 1866Batalha de Curuzu e do forte de Curupaiti
Julho 1967Batalha de Humaitá
Dezembro 1867Batalhas de Avaí, Itororó, Lomas Valentinas e Angostura
Agosto 1869Batalhas de Peribebuí e Campo Grande
Maio 1970Batalha de Cerro Corá; morte de Solano López

Resultados da Guerra do Paraguai
Alguns historiadores condenam essa guerra, chamando-a de suja e de jogo de interesse. A guerra do Paraguai exigiu grande sacrifício humano e econômico de todos os países envolvidos. Essa guerra custou muitas perdas e sofrimentos para os países que participaram do conflito: centenas de milhares de pessoas morreram ou ficaram mutiladas, sendo muitas das mortes causadas das mortes causadas pelo cólera; os gastos com a guerra foram enormes e a destruição muito grande; o mapa da região foi alterado e, no Brasil, os reflexos da guerra fizeram-se sentir no período final do Império Brasileiro. A paz foi assinada somente em 1872, devido a divergências entre os vencedores.

Conseqüências da Guerra para o Paraguai
A guerra foi desastrosa para a nação guarani. A população de aproximadamente 800 mil pessoas, baixou para 194 mil pessoas, cerca de 80% dos homens foram mortos.
A economia paraguaia ficou reduzida á agricultura, pois sua indústria foi destruída. O país ficou endividado com o Brasil, cuja dívida somente foi perdoada no governo de Getúlio Vargas.
Além de perder vidas e de atrasar-se economicamente, o Paraguai perdeu vários territórios.

Conseqüências da Guerra para o Brasil
O Brasil perdeu dezenas de milhares de soldados. Sua dívida externa cresceu com os empréstimos feitos para financiar a guerra, agravando a situação financeira do País.
Quanto aos territórios, o Brasil anexou, do Paraguai, parte do que hoje é o estado do Mato Grosso. No plano político, os militares saíram fortalecidos, passando a influir nos destinos do império. Os negros alforriados, veteranos de guerra, passaram a criticar a permanência da escravidão no Brasil. A guerra acelerou a decadência do império e abriu caminho para a Proclamação da República.

Conseqüências da Guerra para o Argentina e Inglaterra
A Argentina reconquistou os territórios de Entre Rios e Corrientes e anexou parte do território paraguaio. Ganhou muito dinheiro abastecendo de suprimentos o Exército aliado.
A Inglaterra obteve grandes lucros fazendo empréstimos aos países em guerra e vendendo-lhes armas.

Fonte: http://www.escolainterativa.com.br/canais/18_vestibular/estude/histo/tem/his_041.asp