28.4.10

A GUERRA DOS TRINTA ANOS

A Guerra dos Trinta Anos colocou católicos e protestantes em confronto direto.
No século XVII, a disputa econômica gerada pelo mercantilismo envolvia grandes potências econômicas como a Holanda, Inglaterra, França, Portugal e Espanha. Esse último tinha grande destaque, ao ter sob domínio a Coroa Portuguesa, regiões da Península Itálica e algumas partes dos Países Baixos. Com o passar do tempo, a hegemonia hispânica foi confrontada por outras nações desejosas em ampliar seus territórios e riquezas.

Essa guerra teve início com a chamada “Defenestração de Praga”, momento em que membros da nobreza tcheca lançaram representantes do rei católico Fernando II pela janela. Tal ato era, na verdade, uma reação contra a severa política dos reis católicos que proibiram os cultos protestantes em diversas partes do Sacro Império Germânico. Em tal período, a dinastia dos Habsburgos procurava unificar os vários territórios germânicos sob força de um mesmo reinado.

Utilizando a perseguição religiosa dos Habsburgos como pretexto, vários príncipes da Europa se unificaram em torno de uma força militar e religiosa chamada de Liga Evangélica. Apesar de católica, a França incentivou levantes dos protestantes nas regiões em que os Habsburgos imperavam. Já em 1619, quando a guerra já completava seu primeiro ano, os protestantes cercaram a cidade de Viena, capital da Áustria, e determinaram que a coroa da Boêmia fosse entregue a Frederico V, da União Evangélica.

No ano seguinte, a Liga Sagrada, composta por nobres católicos, foi organizada com o objetivo de recuperar os domínios anteriormente perdidos. Na chamada Batalha da Montanha Branca, os católicos, sob a liderança de João T'Serklaes Von Tilly, venceu e expropriou todos os protestantes localizados nas regiões de língua checa. Tempos depois, o rei germânico Fernando II contou com o apoio da Espanha para transformar a Boemia em domínio dos Habsburgos.

Entre 1624 e 1629, o reino da Noruega e da Dinamarca entrou em cena para conseguir reaver os territórios perdidos para os protestantes. Mesmo tendo o apoio de soldados holandeses, esses reinos nórdicos não obtiveram êxito e, ainda por cima, foram obrigados à ceder parte de seus domínios ao rei Fernando II. Com isso, os Habsburgos alcançam o auge de seu poder na Europa. A França passou a ter seus interesses políticos ameaçados pela dinastia Habsburgo.

Procurando reverter tal situação, o cardeal e ministro Richelieu incitou a organização de um levante militar sueco contra a recém-estruturada força territorial e política do Sacro Império. Após alguns êxitos, entre 1630 e 1632, o reino da Suécia passou a sofrer diversas derrotas para os alemães. Mediante o resultado, o governo francês decidiu finalmente organizar suas tropas para barrar o crescimento da influência econômica e política dos germânicos pela Europa.

Formando um exército de quase 100 mil homens, os franceses e seus aliados renovaram a luta contra a hegemonia católica dos Habsburgos. Entre 1635 e 1644, os franceses conseguiram impor significativas derrotas que colocavam a hegemonia do rei germânico Fernando II em completa crise. A partir de 1645, as negociações para a assinatura de um tratado de paz tomavam maior força.

Em 1648, a Paz de Vestfália deu um ponto final a essa extensa guerra. Nesse acordo, os holandeses finalmente tinham sua independência reconhecida pelos espanhóis. Ao mesmo tempo, o poderoso e ameaçador Sacro Império Germânico ficou reduzido apenas a um conjunto de pequenos estados
autônomos. Sob o ponto de vista religioso, esse mesmo acordo determinou a liberdade religiosa nos países e territórios assolados pelo conflito.