História
Existem referências a vários impérios chineses e à sucessão de impérios na Ásia e no Mediterrâneo, especialmente o sumeriano, o babilônico e o dos assírios. Mas o primeiro império digno desse nome - e modelo para muitos dos seus sucessores - de duração breve na sua realidade política, mas de permanente importância pela sua idéia, foi o que Alexandre o Grande criou depois da unificação da Grécia por seu pai, subjugando a Ásia e unindo-a com a Grécia num reino que, praticamente, incluía todo o mundo habitado conhecido e acessível na época. o imperialismo romano firmou-se quando derrotou os seus grandes competidores, os cartagineses, no Mediterrâneo ocidental, e os gregos, no Mediterrâneo oriental. Dominou da Bretanha ao Egito e baseou-se em idéias de domínio e também de irmandade dos homens. Depois da queda de Roma, o império, como força unificadora, não mais se concretizou. As nações surgidas das cinzas do império romano na Europa e na Ásia, sobre a base da civilização cristã ou islâmica, seguiram seus próprios imperialismos. o imperialismo tornou-se, então, uma força divisória entre os povos do mundo. os fatores que concorreram para o fim do império romano foram: sua divisão em duas metades, ocidental e oriental; a luta, dentro do império ocidental, entre o imperador e o papa; o surgimento do Islam, que pretendeu um domínio universal semelhante ao do cristianismo; e as aspirações paroquiais que desafiaram a supremacia do império e exigiram a sua independência tanto das autoridades seculares como das autoridades espirituais do império.
O moderno imperialismo europeu vai nascer com a quebra e a desintegração do Sacro Império Romano Germânico.
Entre os séc. XV e XVIII, algumas nações concorrentes criaram vários impérios, especialmente de caráter colonial. o maior império da época moderna é o de Filipe II, da Espanha. Portugal, Inglaterra, França e Holanda construíram também, nas Américas, na Índia e nas Índias Orientais, grandes impérios. No séc. XIX, a Grã-Bretanha tornou-se o protótipo de império, e imperialismo significou, acima de tudo, o britânico. Depois mesmo da independência das colônias americanas, a Inglaterra ampliou as suas conquistas na América do Norte, na Àfrica e na Ásia. Já no fim do séc. XIX muitos países formavam entre os Estados imperialistas, como os EUA, o Japão, a Rússia e, mais tarde, a Itália e a Alemanha. A febre imperialista, incentivada pelo dinamismo do crescimento industrial, expansão financeira e pela crescente necessidade de matérias-primas e de mercados, deu ao imperialismo do fim do séc. XIX um novo caráter. Ele procurou apoio espiritual em todas as teorias que glorificavam o poder e o sucesso e nas doutrinas da superioridade racial, dominantes nesse período. Todos procuram justificar seu domínio de diversas maneiras. A vitória dos aliados na I Guerra Mundial e a destruição do império nisso representaram o abandono de muitas das prerrogativas imperialistas em países coloniais.
Na primeira década seguinte à I Guerra Mundial, o imperialismo parecia em declínio, com os impérios se dissolvendo, povos nativos ganhando sua independência ou, pelo menos, status igual, e com o desaparecimento político de certos privilégios financeiros e comerciais estabelecidos pela conquista ou pela penetração econômica. A segunda década trouxe, porém, completa modificação daquela tendência. A nova filosofia do imperialismo fascista glorificou o destino das nações corajosas e procurou, pela guerra e pela conquista, impor o seu domínio sobre os povos fracos. Especialmente representado pelos governos da Itália, do Japão e da Alemanha, esse novo imperialismo fazia voltar os conceitos universais do antigo, desejando não a coexistência de impérios concorrentes debaixo do sistema da balança de poder, como aquele que esteve sob a direção da Grã-Bretanha, mas o domínio mundial que unisse todos os países. A Alemanha, o Japão e a Itália cooperaram intimamente para a realização de uma nova ordem mundial, enquanto as suas vítimas em perspectiva se recusavam a colaborar com essa ameaça, que oferecia a possibilidade de reduzir ao estado colonial alguns países independentes. Derrotada essa nova forma imperialista, o processo de declínio continuou e a grande maioria dos povos coloniais foi-se libertando do sistema de tutela da ONU.
O imperialismo, na sua forma de expansão territorial, ainda não está inteiramente liquidado, pois alguns territórios, especialmente na África, continuam com o seu status colonial. Também subsiste na sua forma comercial e financeira, quando se usa da coerção e não da concorrência para obter de outros povos privilégios e vantagens de caráter especial.
Teorias
Desde que o imperialismo existiu, muitos pensadores procuraram explicar seus motivos, para criticá-lo ou desculpá-lo. Deixando de lado as teorias antigas sobre os motivos e o valor do imperialismo, vários grupos de autores modernos podem ser apontados como estudiosos do assunto. No primeiro grupo podem reunir-se desde os moralistas ingleses até os totalitários alemães, italianos e japoneses do séc. XX, que advogaram políticas imperialistas, porque achavam que os problemas dos recursos humanos e materiais, dos mercados, de investimento de capitais e do excesso de população, seriam resolvidos pela criação de um império. Um segundo grupo seria formado pelos seus oponentes, entre os quais estão os fisiocratas da França, Adam Smith e David Ricardo. Admitem que o imperialismo pode beneficiar um pequeno grupo, mas nunca a nação, como um todo. Num terceiro grupo figurariam os teóricos marxistas, que estudaram todos os aspectos econômicos do imperialismo, entrando em grandes pormenores, e o interpretaram como a última etapa do capitalismo, etapa na qual o excesso de capital resultante do sistema de produção é obrigado a procurar, no estrangeiro, novos campos de investimento, em face da diminuição dos lucros no país de origem. o quarto grupo é formado pelos que argumentam que a história não apóia essas teses, porque elas não explicam o imperialismo pré-capitalista. Entre estes estão principalmente Jacob Viner e William L. Langer e analistas teóricos como Joseph A. Schumpeter, para os quais o imperialismo resulta de um complexo de causas em que atuam, em diferentes graus, as pressões econômicas, a agressividade humana, a busca de segurança, a ambição de poder e prestígio, emoções nacionalistas, o humanitarismo e outros fatores. Daí resulta a dificuldade de eliminar o imperialismo. Segundo Lenin, o imperialismo se caracterizava por cinco princípios essenciais: 1º a concentração da produção e do capital levada a um grau tão alto de desenvolvimento que resulta em monopólio, o qual desempenha um papel decisivo na vida econômica; 2º a fusão do capital bancário com o industrial e a criação, sobre a base desse “capital financeiro”, da oligarquia financeira; 3º a exportação do capital, diferentemente da exportação de mercadorias, adquire uma importância particular; 4º a formação de associações internacionais monopolistas de capitais, as quais repartem entre si o mundo; 5º fim da divisão territorial do mundo entre as potências imperialistas mais importantes. W. L. Langer, num estudo sobre o imperialismo, afirma que do ponto de vista da teoria econômica é difícil negar a lógica da teoria da acumulação, e que os postulados da teoria socialista são válidos. Mas, para ele, a história refutava a tese, porque na fase de maior expansão imperialista houve uma queda marcante no fluxo do investimento estrangeiro; não houve exportação de capital norte-americano na época da doutrina de Monroe; e não há relação direta entre exportação de capital e expansão territorial, pois os EUA inverteram mais capital no Canadá do que o fez a própria Inglaterra, e mais na América Latina que nas suas próprias colônias. Durante a II Guerra Mundial, quando os EUA se tornaram a maior nação credora, 43% do seu investimento estavam na América Latina, 27% no Canadá, na Terra Nova, e 22% nos países europeus. Do mesmo modo, a Alemanha, em 1914, tinha cerca de 25 bilhões de marcos colocados no estrangeiro, e desse total apenas 3% haviam sido aplicados na África e na Ásia, e somente uma pequena parte desses 3% fora invertida em suas próprias colônias. Deve-se notar, entretanto, que o investimento norte-americano na América Latina se concentrou na América Central, onde se exerceu o intervencionismo político e o imperialismo econômico que caracterizaram a diplomacia do dólar e do big stick. o caráter espoliativo dos investimentos e a pressão política servindo a interesses de grandes companhias singularizavam o imperialismo antes da I Guerra Mundial. Várias tentativas foram feitas na Sociedade das Nações e nas Nações Unidas para satisfazer, por meios pacíficos, as apirações legítimas das nações e conter as ilegítimas. Entre as medidas tomadas para esse fim estão o sistema de tutela para as áreas dependentes, o estímulo das relações culturais entre as nações, o auxílio aos países subdesenvolvidos e a melhoria da saúde e do bem-estar em todo o mundo.
2.5.11
Imperialismo
Fonte: http://www.grupoescolar.com/