9.8.19

França Antártica: a colônia francesa que existiu na Baía de Guanabara

No início da colonização do Brasil, a França fundou uma colônia onde hoje está a cidade do Rio de Janeiro, que foi chamada de França Antártica.
Por Adriano Curado



A França Antártica foi uma colônia francesa na Baía da Guanabara, entre os anos de 1555 a 1560.

Para o estabelecimento dessa colômia foi imprescindível o apoio dos Tamoios e Tupinambás, que já habitavam a região. Estabeleceu-se então uma aliança franco-tamoia que consolidou aquela povoação por certo tempo.


Contexto Histórico

No período das grandes navegações, nos séculos XV e XVI, Portugal e Espanha firmaram acordos para garantir as descobertas. A divisão das novas terras ficaram garantidas pela Bula Inter Coetera (1493) e pelo Tratado de Tordesilhas (1494).

Ocorre que os demais países da Europa excluídos dos tratados ficaram descontentes, posto que nada lhes sobrou. Então decidiram por si só também se envolverem na expansão marítima e assim conquistar mais terras.

Foi por isso que os portugueses entraram em conflitos com os holandeses e franceses, entre os anos de 1555 e 1624.




José de Anchieta, quem foi, missões junto à Coroa portuguesa e obras×
França Antártica

Diversas guerras religiosas arrasaram a França no século XVI, o que levou à fuga de vários protestantes. Ele fugiam da perseguição da Igreja Católica e também da instabilidade francesa. O destino escolhido foi o Brasil, uma recém-descoberta colônia portuguesa.

E foi assim que os navios comandados por Nicolau Durand Villegaignon e pelo Almirante Gaspar Coligny aportaram no Brasil em 1555. O local escolhido foi onde hoje está a cidade do Rio de Janeiro e era um lugar ainda sem a presença portuguesa.

Assim que os franceses chegaram, trataram de criar um vínculo de amizade com os nativos, que eram bem tratados. Não demorou para descobrirem que possuíam um inimigo em comum, qual seja, os portugueses.

A chamada Confederação dos Tamoios foi a congregação entre os franceses e os índios que habitavam o local. Todos se mostraram empenhados em combater e expulsar os portugueses do território brasileiro.
A primeira expedição portuguesa

Na intenção de se fixarem no local e sabedores que um dia os portugueses viriam, os franceses se preveniram. Para isso construíram uma fortificação, posto que necessitariam de um apoio militar. De fato, estavam corretos em suas previsões.

O Governador-Geral do Brasil, Mem de Sá (1558-1572), partiu de Salvador para o Sul no intuito de expulsar os franceses. Foi no comando de uma frota de dez embarcações e chegou à região no dia 15 de março de 1557.



Sucederam-se então vários conflitos entre soldados e marinheiros dos dois lados, porém os portugueses estavam mais fortes. Assim conseguiram conquistar o forte na Ilha das Palmeiras, que destruíram completamente.

Ao se retirarem os portugueses, entretanto, retornaram os franceses que haviam fugido com a ajuda dos índios. Com pouco tempo estava outra vez restabelecida a colônia.
A expedição de 1567

De nada valeu o ataque português, uma vez que os franceses continuavam povoando a região. Foi então que o padre Manoel da Nóbrega teve a ideia de fundar ali uma cidade, nos moldes de Salvador. Essa seria a única forma de manter o Brasil livre da França.

O encarregado da missão foi o Capitão-mor Estácio de Sá, que reuniu uma considerável tropa para cumprir a missão. E no dia 6 de fevereiro de 1564, chegou à Baia da Guanabara, pois precisava reconhecer a área. Ali encontrou um navio francês e o apreendeu, mas foi repentinamente atacado por centenas de canoas com Tamoios e franceses a bordo e recuou.

A missão de Estácio de Sá não era apenas expulsar os franceses do local, como da primeira vez, ele deveria fundar a povoação. Então recuou para São Vicente por lá ficou nove meses, posto que era preciso organizar a tarefa que lhe incumbiram. Fez reparos nas embarcações e recebeu muitos reforços, inclusive de índios e mamelucos.


O Rio de Janeiro é fundado

No dia 1 de março de 1565, retornou Estácio de Sá para a Baía da Guanabara e desembarcou muita gente entre o Morro do Pão de Açúcar e o Morro Cara de Cão. Ali mandou cercar um sítio com estacas, visto que era preciso preparar uma defesa militar, sendo celebrada a primeira missa.

Cinco dias depois, houve um violento ataque desferido por três naus francesas, além de centenas de canoas de guerra. A fortificação improvisada aguentou firme e ainda repeliu em contra-ataque os assaltantes.

Efetivando a fundação da nova povoação, nomeou um juiz e começou a conceder sesmarias. Autorizou também o uso de terras para plantações de roças e distribuiu os lotes. Nesse meio tempo repeliu muitos ataques dos índios, que com o tempo foram diminuindo, para finalmente cessar em definitivo.


Fonte: Wikipédia, Info Escola, Toda Matéria, Historia Zine, Multi Rio, Cola da Web, Sua Pesquisa, Biblioteca Nacional, Educação.

Fonte das imagens: Deskigram, Vicente Manera, Direito e História, Abim, Abim,