Por Juliana Miranda
No século 17, a sociedade rebelde lutava para acabar com o sistema escravista e este movimento ficou conhecido como Guerra dos Palmares, conflito que estourou na região onde atualmente está o Estado de Alagoas, que, na época, era a Capitania de Pernambuco.
Uma sociedade alternativa, distante dos senhores de engenho de açúcar, produto que movimentava a economia colonial, foi criada e chamada de Quilombo dos Palmares. Os escravos das fazendas e engenhos, aqueles que eram rebeldes e buscavam uma forma diferente de vida, que queriam liberdade, fugiam para o quilombo na esperança de se libertar do trabalho pesado e obrigatório, além da violência e de outras práticas escravistas.
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Como era o Quilombo dos Palmares?
A maioria dos escravos que fugiram para o quilombo, na Guerra dos Palmares, era de Angola e do Congo. Tantos eram os escravos africanos angolanos que a América Portuguesa, ou seja, o Brasil, passou a ser chamada de “pequena Angola” ou Refúgio de Angola Janga.
O Quilombo dos Palmares era uma sociedade alternativa, que tinha suas próprias leis, seus governantes e representantes e seu sistema de administração. Como era autônomo, o quilombo era inaceitável para a Coroa Portuguesa.
Aproximadamente 20 mil pessoas chegaram a viver no Quilombo dos Palmares, sendo que os quilombolas que se abrigaram ali chegaram até a cometer pequenos delitos em vilas da região, inclusive assaltando engenhos, mostrando resistência e buscando uma maneira de sobreviver.
A Coroa Portuguesa investiu várias vezes contra o Quilombo dos Palmares no século 17, em todo o período conhecido como Guerra dos Palmares. No último ataque, em 1695, Zumbi dos Palmares, o líder do quilombo, acabou morrendo.
Em meados do século 17, aconteceram vários ataques ao quilombo, na Guerra dos Palmares, sendo que a Companhia das Índias Ocidentais, enquanto acontecia a ocupação holandesa no Nordeste, chegou a investir contra o quilombo entre 1644 e 1645. Os holandeses não obtiveram êxito e acabaram expostos aos moradores do quilombo.
O Quilombo dos Palmares, o verdadeiro motivo da Guerra dos Palmares, se tornou cada vez mais forte, símbolo de resistência e alvo da Coroa Portuguesa, que ainda enfrentava uma crise decorrente da sociedade escravista.
Ganga Zumba, o primeiro líder do Quilombo dos Palmares, negociou com os portugueses e formou um acordo de paz em 1678. Os termos foram os seguintes:
Escravos fugidos eram entregues à Coroa;
Nascidos no Quilombo eram declarados livres;
Os habitantes dos Palmares recebiam alforria;
A terra do Quilombo era garantida aos moradores por Portugal.
A sociedade quilombola entrou em crise interna por causa deste acordo de paz, sendo que Ganga Zumba acabou assassinado e Zumbi dos Palmares declarou guerra contra Portugal.
No final da Guerra dos Palmares, em 1694, o quilombo foi destruído. Dandara, a líder feminina do quilombo, se suicidou.
Em 1695, Zumbi dos Palmares, o líder dos escravos que declararam a Guerra dos Palmares, acabou morrendo, no dia 20 de novembro, atual Dia da Consciência Negra.