18.5.20

DOM PEDRO I







S.M.I. e F. Dom Pedro I (*1798 +1834)
Infante de Portugal
Príncipe da Beira (1801-1816)
Príncipe Titular do Brasil (1816-1822)
Príncipe Real do Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves (1817-1822)
Príncipe Regente do Brasil (1821-1822)
Dom Pedro I Imperador do Brasil (1822-1831)
Dom Pedro IV Rei de Portugal (1826)


Dom Pedro I


Dom Pedro I (1798-1834) foi o primeiro Imperador do Brasil e Rei de Portugal.

Nasceu em de 12 de outubro de 1798 no Palácio Real de Queluz, Portugal, recebendo o nome de Pedro em homenagem a São Pedro de Alcântara.

Era o segundo filho mais velho de Dom João e Dona Carlota Joaquina, o quarto filho no geral, tornando-se o herdeiro de seu pai com o título de Príncipe da Beira, em 1801, após a morte de seu irmão mais velho D. Francisco Antônio.

Passou seus primeiros anos no Palácio de Queluz, cercado de governantas e professores. Entre seus mestres estavam Dr. José Monteiro da Rocha e Frei Antônio de Nossa Senhora da Salete. Aprendeu falar latim, francês e inglês.

No dia 29 de novembro de 1807, com a iminência da invasão de Lisboa pelas tropas de Napoleão, a família real portuguesa embarca para o Brasil, chegando à Bahia em janeiro de 1808. Em março, instala-se no Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista.

Frei Antônio de Arrábida tornou-se o principal mestre e confessor de Dom Pedro I.

Tinha aulas de pintura e música, aprendeu a compor e tocar pequenas peças. Dedicava-se também à equitação. Gostava da vida ao ar livre no palácio de São Cristóvão e na fazenda Santa Cruz.

Dom Pedro I teve formação musical bastante esmerada, tendo sido aluno de mestres como o Padre José Maurício Nunes Garcia, Marcos Portugal e Sigismund Neukomm. Tocava clarineta, fagote e violoncelo.

De Dom Pedro I se conhece uma Abertura, executada no Teatro Italiano de Paris (1832), um Credo, um Te Deum, o Hino da Carta, adotado posteriormente como Hino Nacional Português (até 1910), e o Hino da Independência do Brasil.Em março de 1816, com a morte de sua avó, Dona Maria I, Dom Pedro torna-se Príncipe Real herdeiro de Dom João VI.



Depois de várias negociações diplomáticas, estava a caminho do Brasil a Arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina, filha do Imperador da Áustria.

Dona Leopoldina foi a escolhida para ser esposa de Dom Pedro. Casaram-se no dia 5 de novembro de 1817 e tiveram sete filhos.

Com o falecimento de Dona Leopoldina, em 1826, Dom Pedro veio a casar-se com Dona Amélia de Leuchtenberg, com quem teve uma filha.

Em 1820, Portugal passava por grave crise política e social. A Revolução Liberal do Porto se espalhou por todo país, e a constituição era a palavra de ordem.

Dom João VI retorna a Portugal em 26 de abril de 1821, ficando Dom Pedro como Príncipe Regente do Brasil. A corte de Lisboa despachou então um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal.

O decreto vindo da corte provocou grande desagrado popular. Um abaixo-assinado com oito mil assinaturas foi levado a Dom Pedro, solicitando sua permanência no Brasil.

No dia 9 de janeiro de 1822, cedendo às pressões, Dom Pedro declara: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico". O dia do Fico era mais um rompimento com Portugal.

A atitude de Dom Pedro desagradou a Corte Portuguesa, que suspendeu o pagamento de seus rendimentos. José Bonifácio foi escolhido para chefiar seu novo ministério.

Com a popularidade cada vez mais em alta, quando viajava de Santos para a capital paulista, recebeu uma correspondência de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa.





O Grito da Independência



Em 7 de setembro de 1822, junto ao riacho do Ipiranga, Dom Pedro rompeu definitivamente com Portugal com o histórico brado de "Independência ou morte!".

De volta ao Rio de Janeiro, Dom Pedro foi proclamado Imperador Constitucional do Brasil. A cerimônia teve lugar no Campo de Santana.



Dom Pedro I (*1798 +1834)



No dia 1º de dezembro, recebeu a Coroa Imperial. Em 1823, a Assembleia Constituinte iniciou suas atividades. Dos noventa deputados, muitos não compareciam. A redação da Carta Magna era lenta. Insatisfeito, Dom Pedro dissolve a Constituinte e cria um Conselho de Estado para redigir a Constituição, que foi promulgada no dia 25 de março de 1824.

Em meio a dificuldades financeiras e várias rebeliões localizadas, instalou a Câmara e o Senado vitalício, em 1826, porém um fato provocou desconforto geral e o seu declínio político no Brasil.

Com a morte de D. João VI, em 1826, decidiu assumir, como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa como Pedro IV, 27º rei de Portugal.

Dom Pedro foi a Portugal e, constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono sua filha primogênita, Maria da Glória, como Rainha de Portugal, nomeando como regente seu irmão, Dom Miguel.

Porém, sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar sua popularidade, somando-se a isto o fracasso militar na Guerra da Cisplatina (1825-1827).

Os constantes atritos com a assembleia, o seu relacionamento extraconjugal (1822-1829) com Domitila de Castro, a quem fez Viscondessa e depois Marquesa de Santos, o constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono, no dia 7 de abril de 1831, em favor de seu filho Pedro, então com cinco anos de idade.

Voltando a Portugal, com o título de Duque de Bragança, assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, que havia sido usurpado pelo seu irmão, Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois anos. Inicialmente criou uma força expedicionária nos Açores (1832), invadiu Portugal, derrotou o irmão, restaurando o trono de sua filha.

Dom Pedro I morreu de tuberculose, no palácio de Queluz, no dia 27 de setembro de 1834. Foi sepultado no Panteão de São Vicente de Fora, como simples general e não como rei, como determinava seu testamento.

Seus restos mortais estão localizados tanto em Portugal, onde está seu coração em relicário na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, desde 1835, como no Brasil.

No Sesquicentenário da Independência do Brasil, em 1972, após um acordo diplomático entre Brasil e Portugal, seus restos mortais foram trasladados para a Cripta do Monumento do Ipiranga, na Cidade de São Paulo.