Por Antonio Gasparetto Junior
Intifada é o termo que representa a insurreição dos palestinos contra os abusos promovidos pelos israelenses.
Originalmente, a palavra árabe “intifada” tem um significado geral de revolta. O termo pode ser utilizado para exemplificar, então, qualquer tipo de revolta de um grupo contra outro de atitudes opressoras. Entretanto o termo ganhou destaque e especial atribuição aos movimentos de resistência promovidos pelos palestinos contra a política de Israel que é apoiada pelos Estados Unidos. Mas além da mais famosa Intifada, o termo já foi usado para designar, por exemplo, três outros momentos: o levante dos clérigos xiitas contra a ocupação americana no Iraque, em 2003; por ocasião do domínio de Marrocos na região do governo exilado do Saara Ocidental, em 2005; e no protesto e expulsão das tropas sírias do Líbano, também em 2005.
O povo palestino é representado pela Autoridade Nacional Palestina e ocupa os territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, regiões teoricamente de propriedade dos palestinos. Isso porque a Faixa de Gaza, por exemplo, é considerado um território sem a soberania oficial de um Estado. De toda forma, os palestinos constituem um povo, com características culturais próprias e soberanas, como tal necessitam de um território que dê conta de suas especificidades.
O Estado de Israel desenvolve uma política opressora nos territórios de ocupação palestina, suas ações são apoiadas pelos Estados Unidos. Os israelenses forçam os palestinos a consumirem seus produtos, restringem os direitos de ir e vir, censuram e impedem outros tipos de liberdade da comunidade palestina. Por esses motivos, os palestinos se revoltam em defesa de seus direitos e da liberdade de sua cultura no Oriente.
A Intifada surgiu como movimento palestino no ano de 1987 quando, a partir do dia 9 de dezembro, surgiram os levantes espontâneos da população palestina contra os militares israelenses. A comunidade palestina, saturada pela opressão, combateu os militares de Israel fazendo uso apenas de paus e pedras, tal movimento caracterizou a chamada Primeira Intifada.
Mas a Primeira Intifada não colocou fim ao conflito israelo-palestino, pelo contrário, serviu para intensificar a tensão na região e aumentar a instabilidade do local. Em alguns momentos a comunidade internacional tentou interferir para promover a paz na região, entretanto os envolvidos não chegaram a um acordo definitivo. Um dos momentos de tentativa de conciliação aconteceu quando o tradicional líder palestino Yasser Arafat recusou a proposta de paz de Israel. Nesta ocasião teve início a chamada Segunda Intifada, quando o líder israelense Ariel Sharon caminhou pela Esplanada das Mesquitas e pelo Monte do Templo, ambos locais sagrados para judeus e muçulmanos. No dia 29 de setembro de 2000 os palestinos eclodiram uma nova insurreição.
A pacificação da região é muito complicada, a comunidade internacional reconhece alguma opressão de Israel nas regiões de presença palestina, mas por outro lado o país mais poderoso do ocidente capitalista, Estados Unidos, apóia as atitudes dos israelenses. Não se trata, também, apenas de uma pacificação do local resolvida por uma conciliação que encerre as manifestações de opressão, há interesses políticos, econômicos e religiosos que incendeiam a região. Nenhum dos lados tem interesse em ceder o controle sobre alguma dessas instâncias, o que acirra o conflito de interesses no local.
Grupos armados e terroristas se formaram dos dois lados para defender causas religiosas – em primeiro lugar – econômicas e políticas. O confronto entre israelenses e palestinos se intensificou e de forma mais bárbara. Em 2008, no dia 27 de dezembro, Khalid Meshal, o líder do Hamas, grupo armado por parte dos palestinos, convocou os palestinos para uma nova Intifada. As ações do Hamas, entretanto, são baseadas geralmente em ataques suicidas.
Fontes:
http://www.intifada.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intifada