Por Emerson Santiago |
O segundo governo de Fernando Henrique é marcado pelo desgaste da estratégia neoliberal, base política e econômica de direita que norteou seus dois mandatos, além de uma crescente perda de popularidade. Com tal orientação, o presidente buscava desmobilizar o aparato governamental instalado desde a Era Vargas que guiava o comportamento da Administração, seus gastos e investimentos. É exatamente em 2001 que se torna flagrante o desmoronamento da coalizão neoliberal que dava base ao governo.
É em tal ambiente que Lula irá assumir, sendo seu primeiro ano de governo (2003) marcado pela dúvida entre continuidade e mudança. Com relação à política macroeconômica, prevalece a continuidade, e a obrigação de manter a estabilidade conquistada com o Plano Real. Esta dúvida traz ainda o dilema da necessidade de como cumprir os compromissos externos do país, e por conseguinte, adaptar-se às circunstâncias mundiais, evitando abdicar das mudanças internas indispensáveis para corresponder às exigências das urnas.
É no governo Lula que teremos ainda a revitalização do Mercosul, e iniciativas positivas no âmbito da política externa, procurando contrabalançar a influência norte-americana, buscando outras regiões para estabelecer cooperação política e econômica, responsável por um aumento dos investimentos externos no país, o que causou o fortalecimento da moeda e uma baixa no nível de desemprego.
Assim, os dois governos de Lula foram marcados por uma mudança na orientação político-econômica, abandonando por completo o neoliberalismo, mas por outro lado mantendo importantes mudanças na estrutura econômica da era do ex-presidente. No plano externo, sua política de busca de acordos comerciais com outras regiões do planeta trouxe um incremento nos investimentos externos.
O último ano da década é o ano de posse da presidenta Dilma Rousseff, que conta apenas com alguns meses de governo. Tudo indica que dará continuidade a muito do que foram as duas administrações de Lula, tendo o potencial de realizar reformas importantíssimas para o país, como a Reforma Tributária e a Reforma Fiscal, pelo fato de possuir uma ampla maioria no Congresso Nacional, o que lhe dá a oportunidade de operar tranquilamente as mudanças.
DINIZ, Eli. Democracia e Desenvolvimento: a relevância da dimensão político-institucional . Disponível emhttp://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/elidiniz_democracia_e_desenvolvimento.pdf . Acesso em 07/06/2011.
