24.5.12

1808-2008 - 200 Anos de Brasil Império – Capital do Império


“UMA VIAGEM REAL”

A COROA EM “NAUS” LENCÓIS

Enquanto D. João deixava a foz do rio Tejo e entrava oceano adentro um problema maior do que Napoleão começou a perturbá-lo. As péssimas condições das Naus que outrora foram sinônimos de conquistas e prestígio aos portugueses, agora refletiam uma corte puramente extrativista. As naus tinham 67 MT de comprimento por 16,5 de largura, com 84 canhões e muita carga, não restavam muitos lugares para os passageiros a não ser nos tombadilhos, sujeitos as intempéries do tempo, como chuva, vento, trovoada, etc. A água era insuficiente, a comida era pouca, e as pestes se proliferavam em virtude da falta de higiene. Com vazamentos nos cascos das naus, entrava muita água, além disso, as velas e as cordas eram podres e a madeira parecia que não iria resistir aos açoites das ondas, deixando passageiros e tripulantes em pânico. Na nau em que viajava a princesa Carlota Joaquina, a falta de higiene e saneamento ocasionou uma epidemia de piolhos que fizeram as mulheres rasparem seus cabelos e lançar ao mar suas perucas. A rainha Maria I, D.João e seus filhos herdeiros, viajavam todos na mesma nau capitânia Príncipe Real, ou seja, se esta nau afunda-se levaria consigo toda a linhagem real.

PRIMEIRA ESCALA-SALVADOR

Até hoje, ninguém entendeu direito porque as naus portuguesas fizeram escala, ou seja, deram uma passadinha em Salvador, Bahia. Uns dizem que era para fortalecer a Coroa, outros dizem que pode ter sido uma necessidade em virtude das péssimas condições da viagem, porém existem rumores, de que haveria certa urgência por parte da Inglaterra de receber o seu pagamento, pelos serviços prestados. A verdade é que no dia 22 de Janeiro de 1808 as 11:00 h. da manhã as embarcações chegam à cidade de Salvador, e uma das primeiras ações do Príncipe regente em terras brasileiras foi decretar a abertura dos portos as nações amigas, ou seja, o Brasil poderia negociar diretamente com outras nações sem ter que passar pelo porto de Lisboa, e a maior privilegiada foi a Inglaterra. A estadia em Salvador foi rápida, há rumores de que o Príncipe não queria ir embora, porém o Rio de Janeiro era mais seguro, então partiram.

PARADA FINAL - RIO DE JANEIRO

No dia 7 de março de 1808, no começo de uma tarde onde o sol exaltava o azul do céu, a família real portuguesa chegava à baia da Guanabara-RJ. Os ilustres passageiros desembarcaram às 4 horas da tarde do dia seguinte. Os brasileiros coloniais esperavam uma chegada pomposa da família real, mas viram apenas nobres e uma corte castigada pela longa viagem. As mulheres tentavam esconder com um turbante, suas nobres cabeças com cabelos curtos ou raspados, em virtude dos piolhos, porém a moda do turbante se espalhou entre as coloniais. Na catedral foi realizada uma cerimônia de ação de graças pelo sucesso da viagem e depois se realizou o famoso beija-mão, onde toda corte e a população beijava a mão do príncipe em sinal de obediência e submissão. A cidade do Rio de Janeiro cresceu muito por conta desta breve estadia real, construções de grandes obras demonstravam o progresso da cidade, a construção da Biblioteca Real, o Jardim Botânico, a Escola de Medicina, que também havia sido fundada em Salvador, as ruas foram calçadas, praças foram construídas e a criação do Banco do Brasil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muitos apenas ridicularizaram a família real e suas gafes, porém é inegável que o Brasil, o único país da América a conseguir sua independência sem guerras, mudou depois deste fato, não que seus problemas tiveram fim, afinal já faz 200 anos e ainda temos muitos problemas, porém somos brasileiros e não desistimos nunca, D.João voltou a Portugal, mas o Brasil ficou, e nós príncipes e princesas desta terra abençoada por Deus, temos o privilégio de viver neste País, que tem seus problemas sociais, como a falta de emprego, de moradia, de educação, de segurança, de saúde, mas nunca faltou-nos a esperança. D. João VI embarcou para Lisboa com lágrimas nos olhos, Maria Joaquina disse que do Brasil não queria nem o Pó, D Pedro I disse “Eu fico”, seu Filho, D Pedro II, anos mais tarde ao morrer, deixaria registrado em seu atestado de óbito, causa morte “Saudades do Brasil”. Este é o nosso Brasil, que do conquistador fez um conquistado. O Blogue http://historianovicente.blog.terra.com.br , parabeniza todos, que nunca precisaram cruzar um oceano para descobrir as maravilhas de ser brasileiro. Assim termina o nosso breve relato sobre o fato histórico que transformou o mundo, principalmente o do Napoleão!

Referências:

GOMES, Laurentino. 1808.1.ed. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.

HISTÓRIAndo
Edevânio Francisconi Arceno
Acadêmico de História – UNIASSELVI

Fonte: http://meuartigo.brasilescola.com/historia-do-brasil/200-anos-brasil-imperio-2.htm