30.1.11

Operação Condor

Por Fernando Rebouças
Nos anos 60 e 70, a América do Sul vivia sob o conflito de ideologias socialistas e capitalistas. Para a manutenção do mercado capitalista na região, foram instituídos governos ditatoriais. Com o intuito de reprimir a oposição às ditaduras instauradas nos países sul-americanos, foi criada a “Operação Condor”, uma aliança político-militar entre os regimes militares ditatoriais do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai; considerados países do Cone Sul.

A “Operação Condor” foi instaurada no início dos anos 70, permanecendo até os anos 80, período de redemocratização política na América do Sul. Utilizaram o termo “condor”, em homenagem ao pássaro da região das Cordilheiras dos Andes. Para os aliados da operação, era necessário lutar contra o “terrorismo internacional” que representava guerrilheiros comunistas e opositores às ditaduras.

Segundo pesquisadores, a “Operação Condor” era subdividida em três fases:

  • Primeira fase: troca de informações entre países a respeito de pessoas e grupos subversivos;
  • Segunda fase: ações contra alvos suspeitos nos seis países aliados, referente à perseguições, prisões e mortes;
  • Terceira fase: ampliação das ações em países estrangeiros.

Durante as ações do “Operação Condor”, estima-se que mais de 30.000 pessoas foram mortas, e o número de desaparecidos políticos não possui números precisos e registrados. Essa aliança teve o apoio do governo dos EUA, apesar de documentos antigos encontrados, os EUA não assumem, oficialmente, ter patrocinado ou motivado as ações da aliança militar do Cone Sul dessa época.

Muitos grupos de esquerda ameaçavam a estabilidade dos governos ditatoriais que visavam manter uma economia de mercado e uma política regida pelos moldes capitalistas, havia o medo por parte dos políticos de centro-direita, que a América do Sul seguisse o exemplo de Cuba, e se permitisse tornar-se num conjunto de países comunistas aliados à antiga URSS.

Dentre os grupos de esquerda mais conhecidos na época, podemos citar os do Tupamaros (Uruguai); Monteneros (Argentina), MIR (Chile), entre outros. A “Operação Condor” permitiu a cooperação regional entre os países em ações de perseguição e repressão à expansão do comunismo. Os governos ditatoriais acusavam esses grupos de exercerem práticas criminosas, como sequestros e furtos, para patrocinar as suas atividades guerrilheiras.

Nos últimos trinta anos, apesar dos esforços de redemocratização da América do Sul, muitas vítimas e mortos dos regimes ditatoriais não tiveram a devida justiça, muitos ainda estão desaparecidos; e a violação aos direitos humanos e o desrpeito aos civis ainda são heranças encontradas nas instituições e nas sociedades atuais dos países citados.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Operação_Condor
http://historia.abril.com.br/politica/brasil-operacao-condor-434275.shtml