1.5.12

A Corrida Espacial


Sputnik e Apolo XI: duas aeronaves que representaram os esforços da corrida espacial.

O estabelecimento da Guerra Fira foi um evento responsável pela disputa entre os blocos capitalista e socialista. Tendo Estados Unidos e União Soviética à frente dessa competição, a ordem bipolar lançava uma grande questão para a opinião pública internacional: “Afinal de contas, qual destes dois modelos de desenvolvimento seria o mais eficiente?”

A partir da pergunta, vemos que norte-americanos e soviéticos buscavam de todos os argumentos possíveis para defender sua posição política. Entre tantos meios, o desenvolvimento das ciências astronômicas se transformou em um dos mais agitados campos em que essa competição se desenvolveu. Fruto do desenvolvimento da tecnologia militar, a conquista do espaço só foi possível na medida em que foram projetados foguetes capazes de superarem a órbita terrestre.

De fato, a conquista do espaço poderia abrir portas para o controle de tecnologias que poderiam influir na economia socialista e comunista. O lançamento de satélites e a exploração dos astros eram sinônimos de descobertas científicas inimagináveis. Talvez, a exploração espacial poderia determinar a hegemonia de algum dos blocos integrantes da ordem bipolar.

Já na década de 1950, EUA e União Soviética anunciaram publicamente o interesse de lançarem satélites que ampliassem a quantidade de informações sobre o planeta Terra. Mais eficazes nessa disputa, os soviéticos realizaram, em 4 de outubro de 1957, o lançamento do satélite artificial Sputnik I. Pressionados com a vitória comunista, os estadunidenses lançaram o Explorer I, em 31 de janeiro de 1958.

Com a equiparação dos feitos espaciais, os dois países viabilizaram meios para decidir quem seria realmente capaz de dar um passo adiante. De um lado, os soviéticos deram início ao Projeto Vostok, do outro, os Estados Unidos organizaram o Projeto Mercury. Apesar de representarem lados antagônicos, as duas nações ambicionavam a realizaçãoda primeira viagem espacial com tripulação humana.

Mais uma vez, os soviéticos chegaram à frente quando lançaram, em 12 de abril de 1961, o cosmonauta Yuri Gagarin para uma viagem em torno do planeta. Novamente alarmados com a vantagem soviética, os EUA responderam no mês seguinte ao colocarem o astronauta Alan Shepard para uma rápida viagem de quinze minutos em torno da Terra. Apesar da intenção equiparativa, o feito norte-americano era bem menos expressivo que a conquista dos soviéticos.

Para decidir o impasse, as duas nações se voltaram para estudos que permitissem o pouso de uma espaçonave tripulada em solo lunar. Dessa vez, os norte-americanos conseguiram realizar um projeto de maior eficiência. Enquanto isso, os russos lançavam satélites que alcançavam a órbita lunar e acumulavam várias horas de voo em torno do círculo terrestre. De fato, em 1969, a corrida espacial chegava ao seu fim quando o foguete estadunidense Apolo 11 levou os primeiros astronautas à Lua.

A partir de então, com o desfecho da competição, russos e estadunidenses passaram a unir esforços para que a exploração espacial fosse ampliada em projetos de cooperação. Com o Projeto de Teste Apollo Soyuz, uma espaçonave norte-americana transportou um módulo de acoplagem que permitiu sua ligação com a espaçonave russa Soyuz. Com isso, a disputa pelo espaço perdia a capacidade de simbolizar as disputas bipolares.

Por Rainer Gonçalves Sousa