15.5.12

Fracasso Escolar








Adriana Falcão Duarte

Por Adriana Falcão Duarte – Psicóloga – CRP 06/59349-0

A escola é um lugar que proporciona aos estudantes experiências, sociabilidade, criatividade e aprendizagem. O Brasil enfrenta há alguns anos o grave problema do fracasso escolar, representado pela reprovação e o abandono dos estudos de crianças e adolescentes (dos 7 aos 18 anos). Geralmente os professores apontam como dificuldade para o processo escolar a falta de interesse dos pais em relação ao ensino dos filhos, a miséria, falta de alimento em casa, rebeldia dos alunos, necessidade de trabalhar para ajudar em casa, gravidez entre as adolescentes, uso de drogas, entre outros.

As dificuldades no desempenho acadêmico dos alunos podem ocorrer devido a distúrbios orgânicos ou prejuízo do interesse, atenção, cognição e da performance dos mesmos. Os distúrbios de aprendizagem podem também ser originados por crises situacionais como: separação dos pais; perda de um ente querido; nascimento de um irmão; falta de atenção dos pais; troca de escola; professores; cidade; etc.

A família desempenha um importante papel na vida do ser humano e, portanto, deve procurar satisfazer as necessidades básicas de afeto; apego/ desapego; segurança; disciplina; aprendizagem e comunicação. O clima emocional da família influência na aprendizagem e na integração social, pois crianças e jovens que possuem boa estrutura familiar conseguem ser mais bem sucedidos em suas relações com as demais pessoas e mostrar maior abertura para aquisição de conhecimentos (aprendizagem).

Os distúrbios de aprendizagem geralmente ocorrem com os filhos mais novos, face a menor disponibilidade dos pais para estimulá-los, enquanto os filhos mais velhos iniciam a vida como filhos únicos e dispõe de maiores atenções. Também é possível verificar que a família que possui mais de três filhos apresentam maior incidência de fracasso escolar, visto a pouca disponibilidade dos pais para atender as necessidades de cada filho.

É importante lembrar que a culpa não pode ser toda atribuída simplesmente aos pais. Cabe aos educadores trabalhar também com a motivação, maturação dos alunos, bem como com metodologia; recursos e procedimentos para criar uma atmosfera agradável para o aprender.

A nossa sociedade não admite o fracasso escolar e nem familiar, por isso quando o aluno vai mal, o fracasso muitas vezes é simplesmente atribuído a ele que passa a ser chamado de "aluno problema", tal rótulo o coloca como um "fora da lei" e depositário da patologia escolar e familiar sentindo-se como um bode expiatório. A conseqüência disso é que este aluno acaba sentindo-se excluído e passa a comportar-se e achar que é indisciplinado, violento, burro, malandro e fracassado na vida. A família por sua vez acaba mobilizada com tal situação pois todos acabam se envolvendo: avós, tios, irmãos que em coro acusam os pais de "educadores fracassados".

É necessário pontuar que alguns dos transtornos específicos de aprendizagem podem ser patológicos e de causas orgânicas como por exemplo, a disfunção cerebral mínima; dislexia; hiperatividade; etc., dependendo do caso o encaminhamento será para um neurologista; psicólogo; psicopedagogo; fonoaudiólogo, etc.

Para afastar o fantasma da repetência é importante realizar-se alianças entre pais, professores e profissional da área de saúde no sentido da promoção escolar. A família deve reestruturar-se na medida em que os filhos crescem promovendo a comunicação, colocação de limites, bem como de limites interpessoais que favoreçam o desenvolvimento psicossocial de seus membros, oferecendo assim bases seguras para mudanças, crescimento e aquisição de conhecimentos.


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Fonte:
http://www.adriduarte.hpg.ig.com.br/fracasso.htm