1.5.12

Guerra Ítalo-Turca

Por Emerson Santiago


Guerra Ítalo-Turca ou Guerra da Líbia, ou Guerra da Tripolitânia foi um conflito que ocorreu entre 1911 e 1912, e envolveu Império Otomano (atual Turquia) e o Reino da Itália pela posse da Líbia (dividida então em Tripolitânia, Cirenaica e Fezzan). Em meio ao conflito, a Itália ainda ocuparia as ilhas do Dodecaneso, outra possessão otomana, que depois da Segunda Guerra seria incorporada à Grécia.



Turquia e Itália viviam momentos diferentes. Enquanto a primeira estava se desintegrando a olhos vistos, perdendo vários territórios nos últimos anos, a segunda construía o seu império colonial, tendo sob seu controle Eritréia e a Somália Italiana, além de uma concessão em Tianjin, China. Assim, os italianos, sedentos por aumentar as fronteiras de seus domínios, viram nas possessões turcas uma presa fácil e convidativa. O alvo escolhido foi a Líbia, próxima do território italiano, o que facilitava o transporte de equipamentos e tropas.

Começava aí a desvantagem turca, pois os otomanos não tinham ligação por terra para as suas províncias líbias. O vizinho Egito ainda era tecnicamente posse dos otomanos, mas já há décadas havia sido ocupado e controlado pelos britânicos.

Depois de garantir a cumplicidade e a neutralidade das outras grandes potências europeias, a Itália apresenta um ultimato ao governo otomano, a 28 de setembro de 1911 exigindo que seja permitido à Itália instalar-se na Tripolitânia e Cirenacia sob o pretexto de proteger os cidadãos italianos locais de supostas ameaças de extremistas muçulmanos. Os otomanos rejeitam o documento, indicando porém, estarem abertos a negociações, mas prevendo já a rejeição de sua proposta.

A 29 de setembro de 1911, a Itália declara guerra ao Império Turco Otomano, deslocando 50 mil soldados para o litoral líbio, e rapidamente dominam a área. Os egípcios declararam-se neutros, e tanto o exército como a marinha turca estavam em franca minoria. Os jovens oficiais Enver Pasha e Mustafa Kemal resolvem socorrer as tropas turcas e organizam uma guerrilha com o apoio do clã Senussi, conseguindo manter o interior.

Ante o impasse criado pela guerrilha, os italianos decidem bombardear portos otomanos importantes como Smirna e Beirute, fortes no estreito de Dardanelos e as ilhas de Rodes e Kos do arquipélago do Dodecaneso. Ante tais ataques, os turcos assinam um tratado de paz com os italianos em Lausanne, Suíça, a 18 de outubro de 1912. A nota curiosa do conflito foi o uso pelos italianos, pela primeira vez na história, de um avião num esforço de guerra, além de alguns dirigíveis, para auxiliar as tropas no solo a combater as guerrilhas baseadas no interior da Líbia.

Bibliografia:
Italo-Turkish War (TURKO-ITALIAN WAR – 1912)(em inglês). Disponível em: <http://www.warchat.org/history/history-europe/italo-turkish-war-turko-italian-war-1912.html>. Acesso em: 25 abr. 2012.

Italian-Turkish War (em inglês). Disponível em: <http://www.historyguy.com/italo_turkish_war.htm>. Acesso em: 25 abr. 2012.