5.5.12

Ossétia do Norte



Por Emerson Santiago



Ossétia (em osseta: Iryston) é uma área na região do Cáucaso que ocupa as duas faces da subcordilheira do Grande Cáucaso, e em boa parte habitada pela etnia osseta, mas também com importantes minorias russas e georgianas. Politicamente, a Ossétia está dividida em dois estados com moderado grau de independência, mas não emancipados. A norte, localiza-se a República da Ossétia do Norte-Alânia, (com 8000 km² e Vladikavkaz como capital) uma república dentro da Federação Russa e ao sul está a República da Ossétia do Sul (com 3400 km² e Tskhivaly como capital) estabelecida de facto, mas com reconhecimento internacional bastante limitado, e formalmente ainda parte da República da Geórgia.



As “duas” Ossétias, apesar de abrigarem o mesmo povo, atualmente vivem realidades bastante diferentes. A Ossétia do Norte-Alânia como república russa possui grande autonomia dentro da federação, tendo direito a língua oficial própria a ser promovida dentro do seu território (no caso a língua osseta), símbolos regionais, como bandeira e brasão e ainda uma constituição destinada à sua população em particular. Ao sul, a Ossétia do Sul passou por uma guerra em 2008 na qual a Geórgia tentou reinstalar sua soberania sobre o território, mas foi expelida pelas forças russas que decidiram intervir no conflito e apoiar a independência deste território georgiano. Em eleições bastante recentes foi eleito o mais novo presidente da república separatista, Leonid Tibilov, a assumir a 19 de abril de 2012.

Os ossetas ou alanos eram um grupo nômade iraniano, um ramo dos sármatas e dos citas, e com o tempo passaram a ser chamados de ossetas a partir do termo que os georgianos usavam para se referir a este grupo (ossi). Em 1774 a parte norte é incorporada ao Império Russo, e a metade sul será incorporada em 1801, em conjunto com a Geórgia. É a partir deste arranjo que o conflito atual envolvendo a Ossétia irá se desenvolver, pois os russos continuam a administrar a parte sul em conjunto com a Geórgia. Em meio ao caos gerado pela revolução de outubro na Rússia, a Geórgia torna-se independente e traz consigo a Ossétia do Sul. Quando em 1922 a Geórgia é convertida em república dentro da nova União Soviética, os ossetas do sul permanecem administrativamente ligados aos georgianos. Já o norte também buscará a separação da Rússia na mesma época, em 1917, mas em uma entidade diferente, a República Montanhesa do Cáucaso Setentrional, que irá reunir Chechênia, Inguchétia, Cabárdia-Balcária, Daguestão, parte do Krai de Stavropol e a Ossétia do Norte. Esta república é novamente incorporada a território russo em 1920 e será convertida no ano seguinte na República Socialista Soviética Montanhesa Autônoma.

Tal república será desmembrada em 1924 e a Ossétia do norte passa a formar o Oblast Autônomo da Ossétia do Norte e em 1936 é renomeada República Socialista Soviética Autônoma da Ossétia do Norte, recebendo maior independência dentro da organização da URSS. Em 1991, é renomeada Ossétia do Norte-Alânia, tornando-se uma república russa, situação que perdura até hoje.

Bibliografia:
KUCHITY, Ruslan. Ossetians(em inglês). Disponível em <http://ossetians.com/eng/news.php?newsid=27&f=3>. Acesso em: 17 abr. 2012.

Regions and territories: North Ossetia(em inglês). Disponível em <http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/country_profiles/3621698.stm>. Acesso em: 17 abr. 2012.