2.12.13

Batalha de Santa Cruz





II Guerra Mundial / Pacífico
26-10-1942






Este acontecimento teve inicio em: 26-10-1942 e terminou em 26-10-1942
Vencedor: Nenhum

Forças em presença:



Estados Unidos da América



Japão






A batalha de Santa Cruz foi a quarta batalha naval entre forças dos Estados Unidos e do Japão pelo controlo do Oceano Pacífico e pode-se considerar uma das batalhas que no final de 1942 e inicio de 1943 determinaram o controlo da estratégica ilha de Guadalcanal, que para os japoneses marca o ponto de viragem da guerra no Oceano Pacífico.

A batalha ocorre na sequência de mais uma tentativa japonesa de expulsar as forças americanas que tinham desembarcado na ilha de Guadalcanal a 7 de Agosto e tomado posições defensivas em torno do aeródromo de Henderson Field.

Em 20 de Outubro, tinha tido inicio uma grande ofensiva terrestre por parte dos japoneses, contra as posições controladas pelas forças dos Estados Unidos na ilha de Guadalcanal.
Os japoneses decidiram que esse ataque terrestre seria coordenado com um posicionamento da sua frota, que teria o intuito de impedir qualquer reabastecimento às forças norte-americanas na ilha.

Com esse objectivo em mente, os japoneses enviam uma frota constituída por quatro porta-aviões, dois couraçados, 10 cruzadores e 22 contra-torpedeiros.
A força japonesa estava dividida em três grupos principais da seguinte forma:

Força 1 – Uma força avançada (Vice-Alm. Kondo) destinada a ser uma força rápida de prospecção e reconhecimento. A força deveria utilizar os canhões dos seus dois couraçados rápidos para engajar directamente quaisquer navios inimigos, utilizando o Porta aviões «Junyo» para apoiar se necessário os navios maiores.
Força 2 – Força principal (Alm. Nagumo) destinada a apoiar a força 1, era constituída por três Porta-aviões, os Shokaku, Zhuikaku e Zhuio, escoltados por um cruzador e oito contra-torpedeiros. Estes navios deveria ficar longe de qualquer combate directo e serviriam apenas para lançar os seus aviões contra os navios inimigos.
Força 3 – Força de vanguarda (Contra-Alm. Abe) Composta por dois couraçados rápidos, o Hiei e o Kirishima.

No total os porta-aviões japoneses contavam com 212 aviões,

A função principal da força será a de impedir o reabastecimento dos americanos em Guadalcanal, atacando a esquadra americana.

As forças dos Estados Unidos, sob o comando do Almirante Halsey (colocado no comando havia apenas alguns dias) e designada por TF-61 (Task Force 61) encontravam-se divididas em dois grupos (também designados Task Forces), cada um deles com um porta-aviões como navio principal:

A TF-16, ou grupo «Enterprise», constituído pelo porta-aviões Enterprise, pelo novo couraçado South Dakota (9 canhões de 405mm), os cruzadores Portland e San Juan e uma escolta de oito contratorpedeiros.
A TF-17 ou grupo «Hornet», constituído pelo porta-aviões Hornet, e os cruzadores Pensacola, Northampton, San Diego e Juneau, e sete contratorpedeiros.

No total os dois porta-aviões da TF-61 dispunham de 169 aviões.

Halsey, previu com precisão a acção japonesa, ainda mais que as forças americanas em terra continuavam a ser atacadas.
Quando no dia 25, pouco depois do Meio-dia um avião Catalina detectou a presença de uma força japonesa, a TF-61recebe ordens para interceptar os japoneses. Os americanos lançam os seus aviões contra os japoneses às 15:30, mas percebendo que tinham sido descobertos estes invertem a rota e dirigem-se para norte, não tendo sequer sido vistos pelos aviões americanos. Entretanto caiu a noite, e a perdeu-se a posição da força japonesa.

Mas apenas 11 minutos depois da meia noite já no dia 26, outro Catalina detecta novamente a esquadra japonesa a 500km de distância dos porta-aviões norte-americanos.
Às 03:15 da manhã, aeronaves Catalina encontram o porta-aviões Zhuikaku e reportam a sua posição.
Poucas horas depois o comandante americano (Almirante Halsey) dá ordens para que os aviões da TF-61, Entrerprise e do Hornet ataquem os japoneses.

Às 06:05 os primeiros 16 bombardeiros de voo picado «Dauntless» descolam dos porta-aviões Enterprise. Pouco depois de terem descolado, os aviões americanos reportam a presença de couraçados japoneses a apenas 140km de distância dos porta-aviões (tratava-se da força 3 do almirante Abe), mas o objectivo dos aviões americanos são os porta-aviões japoneses.

Menos de meia hora depois, por volta das 06:45 são detectados os porta-aviões Shokaku e Zhuikaku da força principal japonesa. O terceiro porta-aviões dessa força não é imediatamente descoberto.
Os japoneses não tinham estado inactivos e os seus aviões de patrulha tinham identificado a força americana às 06:58 da manhã.

Os japoneses já estavam por isso de sobreaviso quando os Dauntless do Enterprise se aproximam. A maioria dos bombardeiros americanos tem que entrar em combate com os caças japoneses, mas dois deles conseguem atacar o porta-aviões Zhuio com duas bombas certeiras de 235kg que colocam o navio fora de acção às 08:30 da manhã.

Mas antes desta operação, por volta das 08:18 os porta-aviões japoneses já tinham lançado a sua primeira vaga de ataque contra os navios americanos, constituída por 65 aviões.

Logo que o Hornet, que seguia mais atrás está ao alcance, lança a sua primeira vaga de 29 aviões às 08:40.
Às 09:00 o Enterprise lança mais 20 aviões e quinze minutos mais tarde é o Hornet que lança mais 25 aeronaves contra os japoneses

Tendo lançado todos os seus aviões a força americana apenas aguarda o ataque dos aviões japoneses, que entretanto se cruzam no ar com os aviões americanos.
Vários combates aéreos ocorrem entre os caças japoneses e os caças americanos.

Nevoeiro decide o destino dos navios americanos
Entretanto, o Enterprise que seguia à frente entrou numa zona de nevoeiro que ocultou o navio e a sua escolta, enquanto mais atrás o Hornet continuava numa zona sem nuvens.
Não detectando o outro porta-aviões, os japoneses concentram o seu ataque no Hornet. Embora o navio aguardasse o ataque e toda a escolta estivesse disposta para responder, a primeira esquadrilha de bombardeiros «Val» aproximou-se por volta das 08:50 e a primeira bomba caiu às 09:11.

O ataque foi muito violento e o próprio comandante da esquadrilha de ataque japonesa, com o seu avião atingido, atira-se contra a ponte do Hornet. A partir de aí o navio fica ingovernável.
Exactamente à mesma hora, as coisas também não corriam bem para os japoneses, pois a quase 200km de distância, os aviões que o Hornet tinham lançado, tinham atacado pesadamente o cruzador Chikuma, e os cruzadores pesados Tone e Nachi.
Às 09:30 os aviões lançados pelo Enterprise atingem o couraçado Kongo com duas bombas de 450kg, à mesma hora que outro grupo de bombardeiros americanos atinge o porta-aviões Shokaku com quatro bombas de 450kg que danificam o navio mas não o afundam (será recuperado e estará operacional 10 meses depois).

No meio da refrega, o porta-aviões Enterprise, que ficará conhecido como o mais sortudo porta-aviões americano chega a ser atingido às 10:15, mas a sua superior bateria anti-aérea com canhões de 40mm ajuda a derrotar os ataques japoneses.

Os americanos ainda tentam rebocar o Hornet, mas o fogo a bordo é intenso e uma enorme coluna de fumo é visível a grande distância. Os aviões japoneses que ainda operam a partir do Zhuikaku e do Junyo, lançam-se novamente contra os navios americanos. O Enterprise mais uma vez escapa ileso, mas o cruzador Northampton que estava a rebocar o Hornet é forçado a separar-se para evitar as bombas. O Hornet ficou imóvel e começou a inclinar-se acentuadamente. Perante esta situação é dada ordem para abandonar o navio às 16:00. Mais tarde contratorpedeiros americanos tentam afunda-lo sem sucesso e serão navios japoneses que acabarão por mete-lo a pique no dia seguinte com torpedos.




A acção japonesa, estava combinada com a acção em terra e tornava-se necessária a tomada de Henderson Field. Como a tomada da pista não se confirmou durante o dia 26, os japoneses ainda consideram a possibilidade de perseguir os americanos, mas a possibilidade de serem atacados por aviões baseados em terra e o facto de terem perdido demasiados pilotos levam a que o comando dê ordem para retirar.

A batalha foi inconclusiva, mas embora tenha deixado a esquadra americana no Pacífico numa situação critica, reduzida a apenas um porta-aviões (O Enterprise), serviu para colocar fora de serviço três porta-aviões japoneses que demorariam muitos meses para voltarem ao serviço.
Esse espaço de tempo revelou ser vital, pois era tempo útil para que os Estados Unidos colocassem novos meios ao serviço no Pacífico.

Além disso, o Enterprise, o único porta-aviões americano no Pacífico no fim de 1942, voltou ao serviço logo em 11 de Novembro, completamente operacional, com o seu complemento completo de aviões de caça, bombardeiros e aviões torpedeiros. Nesse dia, apenas havia dois pequenos porta-aviões japoneses na área, que além disso nem sequer dispunham de aviões ou pilotos.



Mas para a moral japonesa a batalha foi importante principalmente porque nos dias seguintes a Rádio de Tokyo afirmava que o Japão tinha tido uma grande vitória com o afundamento de três porta-aviões, um couraçado, dois cruzadores e um contra-torpedeiro americanos.






Fonte: http://www.areamilitar.net/HistBCR.aspx?N=107