Descrita, à época de seu casamento com D. João VI, como "quase horrenda", D. Carlota Joaquina, além de detestar o marido, odiou sempre os brasileiros e o tempo em que foi obrigada a viver no Brasil. Carlota Joaquina de Bourbon, infanta de Espanha, rainha de Portugal e imperatriz honorária do Brasil, nasceu no palácio de Aranjuez, a 22 de abril de 1775. Ambiciosa e isenta de escrúpulos, passou a viver em Queluz com os filhos ao se evidenciar a demência da rainha de Portugal, D. Maria I, enquanto D. João se instalava no palácio de Mafra. Em 1807 tentou por todos os meios evitar a partida para o Brasil, depois que a península ibérica foi invadida pelas tropas de Napoleão. No Rio de Janeiro, preferiu sempre morar longe do marido, em locais bucólicos, como Botafogo. Tentando influenciar a política das colônias espanholas, programou uma viagem ao Prata, mas foi impedida por D. João VI. De regresso a Portugal, manifestou-se contrária ao regime constitucional e por isso teve cassada a cidadania portuguesa. Confinada na quinta do Ramalhão, conspirou para a volta do absolutismo e, com a morte do marido, animou o filho, D. Miguel, a se apoderar da coroa, que lhe seria tirada posteriormente por D. Pedro I do Brasil (D. Pedro IV de Portugal). D. Carlota Joaquina morreu em Lisboa, no palácio de Queluz, em 7 de janeiro de 1830.