De acordo com os registros sobre a Guerra do Paraguai, a participação de índios no conflito é quase insignificante. No entanto, os índios kadiwéu – representantes do grupo guaikuru da região do Chaco – preservam uma série de narrativas e manifestações culturais que remetem ao seu envolvimento nesse conflito. Entre outras manifestações, o Navio é uma das manifestações em que remontam essa experiência dada no século XIX.
Espalhados ao longo das margens do rio Paraguai, esse grupo indígena era conhecido e temido por colonizadores espanhóis e portugueses. Formando um amplo rebanho de cavalos domesticados, os kadiwéu utilizavam do animal para empreender suas guerras. Ao longo do processo de colonização da região sul, diversos relatos contavam a forte resistência empreendida por todos os índios guaikuru. Ao longo do período colonial, a definição das fronteiras sofreu grade influência do papel militar desse povo.
Durante o governo de Francia, presidente do Paraguai, um grupo kadiwéu realizou um ataque contra o exército paraguaio às margens do rio Apa. Durante o ataque, liderado por Nawilo, os índios destruíram a vila de São Salvador e capturaram as mulheres que ali habitavam. Nessa mesma empreitada, os kadiwéu conseguiram conquistar o Forte de Coimbra, utilizado pelos paraguaios para o transporte de mantimentos. O levante comandado por Nawilo lhe rendeu o posto de general da Guarda Nacional brasileira.
Segundo os relatos do presidente provincial Augusto Leverger, os guaikurus protegiam a população do Mato Grosso contra investidas das tropas paraguaias. Nesse mesmo documento, a autoridade local destacava como a conquista indígena sob o Forte Olimpo empreendeu sérios prejuízos na manutenção das tropas inimigas envolvidas na Guerra do Paraguai. Esse seria mais um dos relatos sobre a participação dos índios na guerra.
Alfred d’Escragnole conta que as tropas paraguaias lideradas pelo general Resquin se desgastaram no processo de ocupação do Mato Grosso, graças ao esforço dos guaikuru. Além disso, Alfred conta sobre a participação dos índios terena e guaikuru na Retirada de Laguna, acontecida em 1867. O grau de participação dos kadiwéu foi tão grande que o próprio Conde d’Eu – comandante das tropas imperiais – ordenou que esses índios vigiassem a região do rio Paraguai.
De acordo com os estudos sobre os kadiwéu, a questão militar integrava a concepção de mundo desse povo. Além de definir a própria identidade do povo, a guerra era um instrumento de incremento populacional mediante a baixa densidade demográfica dos mesmos. O evento da Guerra do Paraguai, além de reforçar o caráter guerreiro dos kadiwéu, também demonstrou a relação conflituosa estabelecida com os paraguaios ao longo de sua trajetória.
Segundo uma das narrativas míticas que fundam essa relação de oposição, os “brancos” teriam uma grande cobiça nas terras dos kadiwéu. Por isso, essa população indígena se via sistematicamente impelida a afrontar os paraguaios em conflitos, sendo a Guerra do Paraguai mais um dos episódios dessa história. A lógica de uso da terra pretendida pelos “brancos” era vista como uma ameaça à importância dada entre os kadiwéu à continuidade de seu povo.
A importância dada à Guerra do Paraguai marca justamente a soberania dos kadiwéu sob as suas terras. Entre outros pontos dessa experiência auto-afirmativa, os kadiwéu assinalam o reconhecimento das autoridades brasileiras sobre a posse indígena das terras. No entanto, a cobiça de fazendeiros arrendatários e posseiros viriam transformar a situação dos kadiwéu na região.
Somente em 1981, o governo brasileiro demarcou o limite das terras pertencentes a essa tribo indígena. As disputas em torno dessa área ainda motivam diversas manifestações por parte dessa população indígena. Segundo os índios, a população indígena saiu prejudicada nessa demarcação, deixando parte do território originalmente conquistado na Guerra do Paraguai fora dos limites. Dessa maneira, os índios kadiwéu ainda hoje reivindicam seus direitos por meio desse episódio marcado na História do Brasil.
Espalhados ao longo das margens do rio Paraguai, esse grupo indígena era conhecido e temido por colonizadores espanhóis e portugueses. Formando um amplo rebanho de cavalos domesticados, os kadiwéu utilizavam do animal para empreender suas guerras. Ao longo do processo de colonização da região sul, diversos relatos contavam a forte resistência empreendida por todos os índios guaikuru. Ao longo do período colonial, a definição das fronteiras sofreu grade influência do papel militar desse povo.
Durante o governo de Francia, presidente do Paraguai, um grupo kadiwéu realizou um ataque contra o exército paraguaio às margens do rio Apa. Durante o ataque, liderado por Nawilo, os índios destruíram a vila de São Salvador e capturaram as mulheres que ali habitavam. Nessa mesma empreitada, os kadiwéu conseguiram conquistar o Forte de Coimbra, utilizado pelos paraguaios para o transporte de mantimentos. O levante comandado por Nawilo lhe rendeu o posto de general da Guarda Nacional brasileira.
Segundo os relatos do presidente provincial Augusto Leverger, os guaikurus protegiam a população do Mato Grosso contra investidas das tropas paraguaias. Nesse mesmo documento, a autoridade local destacava como a conquista indígena sob o Forte Olimpo empreendeu sérios prejuízos na manutenção das tropas inimigas envolvidas na Guerra do Paraguai. Esse seria mais um dos relatos sobre a participação dos índios na guerra.
Alfred d’Escragnole conta que as tropas paraguaias lideradas pelo general Resquin se desgastaram no processo de ocupação do Mato Grosso, graças ao esforço dos guaikuru. Além disso, Alfred conta sobre a participação dos índios terena e guaikuru na Retirada de Laguna, acontecida em 1867. O grau de participação dos kadiwéu foi tão grande que o próprio Conde d’Eu – comandante das tropas imperiais – ordenou que esses índios vigiassem a região do rio Paraguai.
De acordo com os estudos sobre os kadiwéu, a questão militar integrava a concepção de mundo desse povo. Além de definir a própria identidade do povo, a guerra era um instrumento de incremento populacional mediante a baixa densidade demográfica dos mesmos. O evento da Guerra do Paraguai, além de reforçar o caráter guerreiro dos kadiwéu, também demonstrou a relação conflituosa estabelecida com os paraguaios ao longo de sua trajetória.
Segundo uma das narrativas míticas que fundam essa relação de oposição, os “brancos” teriam uma grande cobiça nas terras dos kadiwéu. Por isso, essa população indígena se via sistematicamente impelida a afrontar os paraguaios em conflitos, sendo a Guerra do Paraguai mais um dos episódios dessa história. A lógica de uso da terra pretendida pelos “brancos” era vista como uma ameaça à importância dada entre os kadiwéu à continuidade de seu povo.
A importância dada à Guerra do Paraguai marca justamente a soberania dos kadiwéu sob as suas terras. Entre outros pontos dessa experiência auto-afirmativa, os kadiwéu assinalam o reconhecimento das autoridades brasileiras sobre a posse indígena das terras. No entanto, a cobiça de fazendeiros arrendatários e posseiros viriam transformar a situação dos kadiwéu na região.
Somente em 1981, o governo brasileiro demarcou o limite das terras pertencentes a essa tribo indígena. As disputas em torno dessa área ainda motivam diversas manifestações por parte dessa população indígena. Segundo os índios, a população indígena saiu prejudicada nessa demarcação, deixando parte do território originalmente conquistado na Guerra do Paraguai fora dos limites. Dessa maneira, os índios kadiwéu ainda hoje reivindicam seus direitos por meio desse episódio marcado na História do Brasil.
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